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AS10 Hair Metal Revival

AS10 Hair Metal Revival

Nero

Principalmente através da nova vaga escandinava, o sleaze rock e o hair metal são géneros que estão a ressurgir e têm muito para oferecer.

Lembram-se quando o rock ‘n’ roll era divertido? Músicos carregados de laca e make-up, grandes ganchos melódicos e grandes solos de guitarra. Os anos 90 removeram o hair metal e o shred da MTV e as grande editoras deixaram de apostar nesse tipo de bandas. Mas elas não desapareceram, nos anos recentes assistimos ao regresso dos Extreme à estrada, dos Van Halen aos álbuns, tal como dos Mr. Big e até, recentemente, dos Stryper, por exemplo. Para nem falar da digressão Not In This Lifetime, dos Guns N’ Roses, que passou por Lisboa. Mas, para lá dos nomes grandes e dos nomes passados, há uma nova vaga no underground de bandas que levam tanto a sério a guitarra eléctrica como o blush que mais favorece o seu tom de pele. Estas são algumas que consideramos mais excitantes.

SANTA CRUZ | A Suécia irá dominar esta lista, mas a liderança é da Finlândia. Santa Cruz é uma homenagem pura a toda a extravagância dos anos 80, com alguns toques de produção sonora contemporânea a aumentar a robustez dos temas. Formados em 2007, começaram a editar com um EP em 2009 e o primeiro álbum chegou em 2013. A dupla de guitarristas, Arttu “Archie” Kuosmanen e Joonas “Johnny” Parkkonen, escreve canções orelhudas e as suas Gibson siamesas combinam tudo aquilo que nos faz adorar o shred!

CRASHDÏET | Os suecos formaram-se no início do milénio e passaram cinco anos a refinar o seu som e a aumentar o culto em torno das suas actuações, através de várias demos (método bem old school), até ao primeiro álbum, “Rest In Sleaze”, considerado por muitos um dos melhores álbuns sleaze rock do século XXI. Mandam malhas “Mötley Crüe As F*ck”!Editaram regularmente até 2013, até as mudanças constantes de vocalista abrandarem o trabalho de composição. No final do ano passado, editaram o single “We Are Legion”, com o novo vocalista, Gabriel Keyes.

CONFESS | Formados em 2005, os Confess são outro nome da nova vaga de sleaze/hair metal sueca. Os álbuns chegaram em 2010 e 2014. O primeiro, “Lights Out”, é um pouco ingénuo, deve dizer-se. Mas o segundo, “Jail”, é mais excitante, com mais e maiores ganchos melódicos e mais e melhores solos. A velocidade rítmica é uma constante. A banda surge mais moldada às exigências dos nostálgicos da Sunset Boulevard nos anos 80.

RED DRAGON CARTEL | A AS estava em Los Angeles, em 2014, a acompanhar a Winter NAAM Show e recebeu um convite para a festa da Jackson/Charvel. Mal sabíamos, na altura, que Jake E. Lee tinha um novo projecto e um novo álbum no bolso e que íamos ver o concerto de apresentação dos Red Dragon Cartel. Depois dos discos com Ozzy Osbourne e com os Badlands, Lee estava de regresso! O álbum teve algum sucesso nas tabelas norte-americanas, mas o feitio de Lee levou-o a incompatibilizar-se com vários membros da banda. Entretanto, já prometeu um novo álbum este ano, com um novo line-up.

THUNDERMOTHER | Ok, o som de Thundermother é mais dentro do rock clássico que do sleaze. O primeiro álbum é AC/DC puro, a referência maior da banda, e os dois álbuns seguintes abriram o som, integrando influências como The Cult ou Motörhead. Mas a onda deste quinteto feminino, oriundo da Suécia (surprise, surprise) é demasiado boa para não a citarmos. Os Clutch já as louvaram e, para nós, isso é quanto basta!

BLACKOUT EXPRESS | Oriundos de Estocolmo, acabam de se estrear com o EP “Adrenaline”, editado no final de 2017. A produção despida faz intuir que EP é apenas designação finória para demo tape. Mas os temas, mesmo algo crus, têm força suficiente para serem cativantes e para se esperar por um álbum com outra imponência sonora e maior maturidade nos arranjos. O nome original da banda era Bad Medicine, para dar pistas de influências. Mas indo por aí, cinjam-se ao primeiro álbum ;)

BULLETRAIN | Oriundos de Helsinborg (prova de que a cidade tem coisas melhores que Martin Pringle para oferecer) e com a jarda misturada de “Shout At The Devil”, “Appetite For Destruction” ou “Slave To The Grind”. Podem esperar a tradução literal do nome da banda nos dois álbuns já editados, “Start Talking” (2014) e “What You Fear The Most” (2016).

JUNKYARD DRIVE | Os dinamarqueses são uma banda recente. O primeiro álbum foi editado em 2017. Percorrem também as avenidas do rock dos anos 80, com o know how reforçado pela produção de Soren Andersen nos lendários Medley Studios, em Copenhaga. Pretendem acabar com aqueles que vivem os concertos através de smartphones e, pelo que podemos ouvir no álbum, imaginamos que possam ter sucesso.

CRAZY LIXX | Formados em Malmö, em 2002, lançaram o primeiro álbum em 2007. O vocalista Rexon e o baterista Joél Cirera são os únicos membros originais de uma banda que, desde o segundo álbum “New Religion”, carrega o selo de qualidade da Frontiers e tem vindo a refinar a sua sonoridade e, já agora, os seus vídeos promocionais…

LÖVE RAZËR | Outra banda bem recente e, para variar, sem nacionalidade sueca. Os canadianos não possuem qualquer pudor em colar-se aos Mötley Crüe (nem sequer no visual de gosto “duvidoso”, e isto é dizer muito neste artigo) nos três temas que fazem parte do seu EP de estreia, “Rock ‘n’ Roll Addiction”, nem nos novos singles. Sidney Snow, Micky Bonez, Metal Mike e Chrissy Stixx são os nomes dos músicos, tão coloridos como o seu som!