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2022 no Gnration: Ikue Mori, Tara Clerkin, Fred Frith, Krake + Adolfo Luxúria Canibal, 10 000 Russos, e Muito Mais…

2022 no Gnration: Ikue Mori, Tara Clerkin, Fred Frith, Krake + Adolfo Luxúria Canibal, 10 000 Russos, e Muito Mais…

Redacção

Concertos, exposições, programa online e dança, preenchem os primeiros três meses do novo no gnration.

2021 não termina enquanto não tivermos planos traçados para 2022. Janeiro, Fevereiro e Março no gnration terá uma forte aposta na música, nacional e internacional, novas exposições focadas na relação entre arte e tecnologia, e um programa pensado exclusivamente para o formato online.

Órbita, o mais recente ciclo de programação online do gnration, dá a conhecer novas obras com foco nos domínios da música, arte e tecnologia, e resultantes de encomendas. Jorge Pinto Ramos, músico e compositor bracarense, apresenta uma peça sonora criada a partir do material sonoro de “Superinertia”, o mais recente e novo disco dos portugueses 10 000 Russos. A peça será dada a conhecer ao público a 14 de janeiro. A 23 de fevereiro, a violoncelista britânica Lucy Railton e o cineasta português Pedro Maia apresentam uma peça audiovisual resultante do projeto colaborativo “Janela do Inferno”. A fechar o ciclo órbita do primeiro trimestre de 2022, o Colectivo Casa Amarela (CCA) apresenta o ensaio audiovisual “Aquaphobia / Water Shimmer”. Todos os trabalhos serão disponibilizados gratuitamente através do site, canal YouTube e redes socais do gnration.

No programa de exposições, o gnration receberá dois novos trabalhos criados de raiz, com foco na relação da arte com a tecnologia, para as galerias gnration e INL. Na primeira, Tropa Macaca, duo composto por André Abel e Joana da Conceição, apresenta “Animais Sintéticos”, exposição multimédia que trata a paisagem num exercício de paleontologia quântica. Já na galeria INL, a artista sonora norueguesa Jana Winderen apresenta uma instalação sonora resultante de residência artística no INL – Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, ao abrigo do programa Scale Travels. “Surviving the impact of raindrops” mostra gravações sonoras realizadas nas profundezas dos oceanos que procuram entender a qualidade da água a partir do comportamento de insetos aquáticos. Ambas as exposições podem ser vistas a partir de 29 janeiro e até 30 de abril, e tem entrada gratuita.

O programa de música arranca a 15 de janeiro com o primeiro concerto do ano a caber aos 10 000 Russos, uma das mais internacionais bandas rock portuguesas da atualidade, que apresentará o quinto longa duração, “Superinertia”. Os bilhetes custam 7 euros e o concerto acontece às 18:00.

Krake é o projeto experimental a solo do baterista português Pedro Oliveira (Clã, Peixe:Avião, Dear Telephone), onde explora o instrumento de percussão de modo pouco usual. Após algumas colaboração ao vivo com Adolfo Luxúria Canibal (Mão Morta), os dois músicos apresentam o aguardado disco de estreia, criado com o apoio do gnration. A 29 de janeiro, às 18 horas, com os bilhetes a custarem 7 euros.

A 5 de fevereiro, o multi-instrumentista português Homem em Catarse volta à casa que o ajudou a conceber o seu último trabalho, “Sete Fontes”, disco escrito ao piano durante os confinamentos da pandemia e que conta com o apoio do programa de criação artística local Trabalho da Casa. Afonso Dorido apresentar-se-á sentado ao piano, num concerto muito especial que contará com o artista multidisciplinar Francisco Oliveira (visuais, eletrónica) e um quarteto de cordas como convidados. Os bilhetes custam 7 euros e o concerto acontece às 18:00.

Também resultante do Trabalho da Casa, a banda bracarense de rock psicadélico Travo dará a conhecer o seu segundo longa duração, “Sinking Creation”. O concerto está marcado para 19 fevereiro, às 18:00, e os bilhetes custam 5 euros.

A 4 de março, Tarta Relena, duo composto pelas catalãs Helena Ros e Marta Torrella, vem a Braga mostrar o porquê de serem um dos nomes mais falados na nova música europeia. Helena e Marta desafiam a tradição oral do Mediterrâneo, transpondo-a para a atualidade contemporânea e fazendo-a de forma ímpar. “Ora Pro Nobis”, a estreia discográfica, em 2019, projetou-as para o mundo e para inúmeras e arrebatadoras prestações ao vivo no Mutek, Eurosonic, Primavera Sound e, mais recentemente, no Le Guess Who?. Os bilhetes custam 7 euros e sobem ao palco da blackbox às 22 horas.

No âmbito do programa cultural em rede Caleidoscópio, desenvolvido pelas cidades de Braga, Barcelos, Guimarães e Fafe, o gnration apresentará um conjunto de quatro concertos, todos com entrada gratuita.

A 26 de fevereiro, no Museu Nogueira da Silva, a estreia em Portugal de Tara Clerkin Trio, banda de Bristol que tem criado burburinho na cena independente europeia, com o disco de estreia a ser considerado como um dos melhores discos de 2020 pela revista Wire. O concerto acontece às 18:00.

Comissariado pelo festival Walk & Talk (Açores), em coprodução com o gnration e o TBA (Lisboa), a produtora e violoncelista britânica Lucy Railton e o cineasta português Pedro Maia apresentam um novo espetáculo. “Janela do Inferno” é um trabalho sónico e visual, moldado pelas explorações psicogeográficas dos Açores, na sequência de uma residência nas ilhas. A 11 de março, pelas 22 horas, no gnration.

O britânico Fred Frith dispensa grandes apresentações para o universo da música improvisada. Pioneiro na arte da improvisação livre, colaborou com nomes como Zeena Parkins, John Zorn, Brian Eno ou Ikue Mori. Em Braga, o compositor e multi-instrumentista apresentar-se-á com Fred Frith Trio, coletivo composto pelo baixista Jason Hoopes e pelo baterista Jordan Glenn, ambos figuras ativas na cena experimental de Oakland. O concerto acontece a 19 de março, pelas 22 horas.
Ikue Mori é, com todas as provas dadas, um dos nomes mais respeitados na música contemporânea. Baterista nos seminais DNA de Arto Lindsay, estendeu o seu trabalho às drum machines e ao computador, dedicando-se também à criação visual enquanto designer. Ao longo da sua carreira, que a levou a percorrer os quatro cantos do mundo, Ikue colaborou com uma infindável lista de nomes, de John Zorn a Fred Frith, de Evan Parker a Zeena Parkins e de Marc Ribot a Thurston Moore. Em Braga, apresentará um concerto colaborativo com Nuno Aroso e João Miguel Braga Simões, dois dos mais ativos percussionistas portugueses que na atualidade se dedicam à criação contemporânea. O concerto acontece a 26 de março, às 18 horas.

No programa de dança, o laboratório de transcriação coreográfica Guelra, desenvolvido pela Arte Total, convida o coreógrafo e bailarino português Flávio Rodrigues. “Síncrono | do registro ao fluxo” será desenvolvido ao longo de uma semana em contexto de residência artística e apresentado ao público a 12 de fevereiro. Os bilhetes custam 3 euros. Já a 1 de abril, a associação cultural Banquete, que dedica a sua atividade à criação e investigação nas artes, apresenta o resultado final de “Imagem Nua”, peça desenvolvida em residência artística e que procura olhar sobre o corpo humano como matéria desantropomorfizada. A apresentação acontece às 19 horas e tem entrada livre.

Os bilhetes para o trimestre jan-mar 2022 podem já ser adquiridos em gnration.bol.pt, balcão gnration e locais habituais.