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Artista Canadiana Compõe Música Usando Apenas Ondas Cerebrais

Artista Canadiana Compõe Música Usando Apenas Ondas Cerebrais

Redacção

A canadiana Angie C. usou um leitor de ondas cerebrais para compor um disco no sintetizador analógico TONTO, que ficou célebre por ter sido usado intensamente por Stevie Wonder nos anos 1970.

O futuro está aí! A música, artista e cientista canadiana, Angie Coombes fez história ao usar apenas a sua mente para compor temas para o seu novo álbum usando um sintetizador TONTO. A sessão de gravação – que foi mais uma experiência científica – foi conduzida no National Music Centre em Calgary, Canadá, onde o TONTO está alojado.

A artista, também conhecida por Angie C., descreveu o processo ao podcast do CBC de Calgary Eyeopener, explicando que os seus pensamentos foram processados por auscultadores através de um computador, e depois convertidos em voltagens antes de serem atribuídos a um parâmetro no sintetizador. Ao longo do processo, foi possível perceber que pensar em imagens e perguntas que estimulavam mais actividade cerebral produzia resultados mais dramáticos; mesmo pensar na palavra “porquê” tinha um efeito no volume e no timbre.

«Poderíamos realmente criar uma tensão que iria para o TONTO e depois manipular coisas como reverberação, osciladores de baixa frequência, corte de ressonância – e funcionou», disse Coombes, acrescentando que a visualização de uma chama roxa a descer pelo seu corpo «foi capaz de fazer descer o volume de forma fiável». «Quando o TONTO foi criado no final dos anos 60, era realmente um enigma», disse ainda Coombes. «Mas onde estamos a aplicar esta nova tecnologia moderna, com os auscultadores de ondas cerebrais a este velho sintetizador analógico… É uma novidade mundial».

O TONTO, acrónimo para The Original New Timbral Orchestra, foi criado por Malcolm Cecil e Robert Margouleff em 1968, tendo sido usado intensamente por Stevie Wonder, por exemplo, na linha de baixo de “Superstition”. Cecil lembra-se de Wonder dizer-lhe, na altura, que usar o TONTO era «como fazer música com a mente». Coombes já usou ondas cerebrais para criar arte antes. Em 2016, concebeu um vestido com LEDs que foram iluminados por ondas cerebrais para a Gala da Tecnologia MakeFashion Wearable. A artista espera que este seja um primeiro passo para tornar a música mais acessível.

Eis Angie Coombes durante o processo de composição: