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As Canções de Led Zeppelin que Jimmy Page Odeia

As Canções de Led Zeppelin que Jimmy Page Odeia

Redacção

Não há bandas sem choques de opinião, faz parte da dinâmica, principalmente quando se é a força dominante do rock. Os Led Zeppelin funcionavam porque eram uma democracia e, volta e meia, lançavam músicas que nem todos os quatro membros gostavam particularmente.

Jimmy Page é sobejamente reconhecido como um perfeccionista e é, talvez por isso mesmo, responsável por alguns dos riffs mais formidáveis de todos os tempos; mesmo antes de se juntar a Led Zeppelin, era já um dos grandes guitarristas britânicos e assim permaceu após o reinado dominante da banda.

Ao longo de oito álbuns de estúdio, os Led Zeppelin criaram uma abundância de malhas que, aos olhos de muitos, são a definição de perfeição. No entanto, aos olhos da própria banda, ocasiões houve em que deixaram escapar o seu brilhantismo, como relembra a Far Out.

Page, uma das figuras centrais da mais recente edição em papel da Arte Sonora, já se referiu a isto, com exemplos concretos, um par de vezes. E se referimos canções, podemos mesmo dizer álbuns inteiros. Page não se orgulha muito do álbum final da banda, “In Through The Out Door”, lançado em 1979, e lava daí as mãos. Em 1993, dizia à Guitar World que ele e John Bonham o consideravam “um pouco macio”: «O “Presence” era um álbum de guitarra eléctrica. [Então] o Jones teve este renascimento enquanto compositor, há muito que não escrevia nada e, de repente, fê-lo».

Durante todo o álbum, Bonham e Page sentiram-se inúteis, com os seus dois companheiros de banda a serem as forças criativas de “In Through The Out Door”. «Bonzo e eu já tínhamos começado a discutir planos para um álbum de rock bem incisivo depois disso», acrescenta o guitarrista. Infelizmente, a morte de Bonham em 1980 impediu-os de criar o disco que sonharam fazer juntos, e em vez disso, o seu último álbum seria um que nenhum dos dois apreciava.

No álbum, há uma canção em particular que irrita especialmente Page; a sentimental ‘All My Love’, uma faixa que mostra um lado mais terno da banda. «Estava um pouco preocupado com o refrão [‘All My Love’]», disse Page numa entrevista publicada em”Light and Shade” de Brad Tolinski. «Só conseguia imaginar pessoas a fazer a onda e tudo isso. E ruminava ‘Não somos isto. Não somos isto’».

No entanto, Page não queria que a canção fosse retirada do álbum, pois era uma canção que Robert Plant extraiu do seu coração em jeito de luto pelo seu filho, Karac. «Fica bem ali, mas não teria desejado seguir essa direcção no futuro», refere Page. Embora a canção não seja do seu agrado, o sentimento foi algo que apoiou ainda que não gostasse da execução.

“Livin’ Loving Maid (She’s Just a Woman)” é outra canção do grupo que Page odeia. É uma das poucas canções que os Zeppelin nunca tocaram ao vivo. Embora Robert Plant a tenha tocado em várias ocasiões como artista a solo e tenha bastante airplay na rádio. Bom, na rádio fora do nosso país. Por cá, é preciso o rei fazer anos para passar a “Stairway To Heaven”.

A canção surge no maravilhoso segundo álbum, um dos melhores de todos os tempos e um conjunto perfeito de canções que soam lindamente juntas. “Livin’ Loving Maid (She’s Just a Woman)” flui perfeitamente depois de ‘Heartbreaker’ na segunda metade do disco, e é difícil imaginar o álbum sem a faixa.

O riff de Page é nada menos que fenomenal, já o conteúdo lírico é “puxado”, mesmo para 1969. A canção é um hino de misoginia relativo a uma groupie dos Zepp, uma pessoa real. Talvez Page se sinta envergonhado da letra, especulando porque é que a banda nunca tocou o tema ao vivo. Todavia, o guitarrista nunca explicou porque nutre tanta antipatia tão forte pela canção…

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