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AS10, SWR XXI

AS10, SWR XXI

Nero

O horário completo e as bandas que não devem perder na 21ª edição do Barroselas Metalfest, num dos cartazes mais ecléticos de sempre no SWR.

O SWR XXI está prestes a tornar a incendiar a vila de Barroselas. No dia 26 de Abril, o festival arranca com a já tradicional Opening Party, com concertos de We Dream Alone, Paisiel, Firebreather, Putas Bêbadas e Gost a terem lugar no palco gratuito. Depois, entre 27 e 29 de Abril, o SWR Barroselas Metal Fest decorre a toda a força. Os bilhetes já se encontram à venda nos locais habituais, sendo que o passe para os três dias tem o custo de 78€. Se nunca visitaram a metaleira vila dos arredores de Viana do Castelo, não hesitem em vir conhecer o grande espírito que se vive no SWR.

Podem consultar o horário completo na imagem em baixo.

Naturalmente, há imensas bandas cujas actuações estão a gerar enorme expectativa e há outras que estão entre os concertos obrigatórios para a nossa redacção. Ei-los…

ALTARAGE

Em 2016, os bascos foram uma das melhores surpresas que tivemos no Amplifest (já agora, quo vadis, Amplifest?). O death metal com riffs e raiva a roçar o black metal parece feito à medida para o SWR. Vêm mostrar o obscuro “Endinghent”, o segundo álbum, onde refinaram a sua sonoridade abrasiva e desafiante, carregada de dissonâncias e blast beats, que ao vivo se torna ainda mais ampla, pesada e sinistra.

CHURCH OF MISERY

A banda japonesa tem uma longa discografia, com seis álbuns entre vários EPs e splits, e já sofreu várias alterações desde que foi fundada pelo baixista Tatsu Mikami, único membro que permaneceu constante ao longo de mais de duas décadas. Uma espécie de Leif Edling nipónico. Mas os Church of Misery olham mais para os Black Sabbath na hora de criar música. Nada de novo, mas o groove de sempre. O álbum mais recente é “And Then There Were None”.

EXHORDER

Para muitos, a banda de Nova Orleães criou o groove metal, derivação do thrash de que os Pantera se tornariam o expoente máximo. A banda, parte da cena de NOLA gravou apenas dos álbuns, com o primeiro, “Slaughter In The Vatican”, a tornar-se um marco sónico intocável até aos dias de hoje. Depois de tentativas em anos anteriores, já no final 2017 a banda regressou ao activo e está a preparar uma digressão que irá levar os seus dois álbuns a festivais europeus como o Hellfest, por exemplo, passando numa das primeiras datas pelo SWR.

FIREBREATHER

Os suecos são uma banda recente. Virão ao “dia zero” do festival apresentar o seu homónimo EP de estreia. Nele, cruzam uma clara devoção a Matt Pike, o riffeiro de serviço em High On Fire e Sleep, uma ferocidade viking e uma sonoridade reminiscente dos primeiros trabalhos dos Big Business. A solidez da produção  e o groove do EP deixam antever uma banda séria no seu trabalho de casa e os quatro temas (até agora únicos na discografia) deverão perfazer cerca daquela “meia-horinha” ideal em festivais, sempre a rasgar.

GosT

O produtor norte-americano, responde pelo nome Baalberith, é um dos projectos mais diferenciados a pisar os palcos do SWR, durante as duas décadas de festival. A sua sonoridade é uma fantasia de sintetização onde são misturados elementos darkwave, electrónica dos anos 80 e bandas sonoras de filmes clássicos de terror. Giorgio Moroder e elementos de metal extremo? Porque não? Se curtem o SWR e “Stranger Things”, devem ver este concerto. Não tem ainda a dimensão de um projecto como Carpenter Brut, é certo, mas a propulsividade das suas composições poderá ser uma das surpresas do festival.

HEXIS

O altar de high gain erigido pelos Hexis criou uma parede de som esmagadora. Bruto, rápido, pesado, destruidor, o novo álbum, “Abalam”, cresce exponencialmente ao vivo. Capazes de criar uma aura de opressão, fascínio e terror. Em grego clássico, hexis é um “estado”, uma permanência ontológica… o hábito. Através de um fanatismo de volume e repetições (ou habituações) os Hexis são capazes oferecer à audiência vias de transcendência e de ascetismo. A potência épica da banda é capaz de silenciar até os pensamentos. No volume… silêncio.

INTERMENT

Death metal old school, mas da velha escola sueca. Drop tunning, BOSS HM-2, Dismember, Entombed, At The Gates… N u n c a falha!

SOURVEIN

A banda liderada por T-Roy Medlin já estivera agendada no SWR por duas vezes, acabando por cancelar sempre a sua presença, mas em 2014 subiram mesmo a palco para demonstrar o poderio sludge/doom que os caracteriza há décadas. Nesse concerto, o baterista da época partiu tudo, mas pode esperar-se o mesmo de Ramzi Ateyeh (a betoneira dos Buzzov•en), que faz parte do actual line-up de digressão, tal como se pode esperar o sabor a bourbon das composições de Medlin, único membro real da banda.

SUMA

Os suecos planeiam os seus álbuns de forma bastante metódica e não é todos os dias que há um novo disco da banda. “The Order Of Things” é o mais recente, editado em 2016. Aí a banda torna a um enorme controlo sobre o que pretende em cada momento de cada uma das sua composições, criando-lhes uma enorme densidade atmosférica e um estranho balanço rítmico. A soma disso com o estouro de amplificação e os vocalizos ritualistas é avassalador. Como referência, basta referir que Billy Anderson tem produzido os seus álbuns…

TEETHGRINDER

Os holandeses merecem a nossa maior recomendação. Poupem o dinheiro para o seu merch e discos (acreditamos que estejam a bom preço). Se o concerto tiver metade da ferocidade que a banda coloca nos sweus registos, não vai ficar pedra sobre pedra. Grindcore, hardcore, black metal, crust e sludge são filtrados por um autêntico rolo compressor e criam um vendaval de fúria. O EP “Hellbound” e os álbuns “Misanthropy” e “Nihilism” são obrigatórios para a colecção de qualquer amante de sonoridades extremas e da nova vaga de post-metal.