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CEO do Spotify acusa músicos de serem preguiçosos e estes revoltam-se

CEO do Spotify acusa músicos de serem preguiçosos e estes revoltam-se

Redacção

O CEO do Spotify Daniel Ek disse recentemente que os músicos “não podem gravar música uma vez a cada três ou quatro anos e pensar que isso vai ser suficiente“. O coro de críticas não se fez esperar. Mike Mills, dos R.E.M., não se conteve e escreveu no Twitter: “Go f**k yourself”.

Vários músicos têm usado as suas redes para condenarem veementemente as recentes declarações do CEO do Spotify Daniel Ek pelos seus comentários sobre a taxa de lançamentos de álbuns. Numa entrevista publicada no passado dia 31 de Julho, o empreendedor sueco disse que “não era suficiente” que os artistas “gravassem música uma vez a cada três ou quatro anos“.

Desde que os seus comentários foram publicados, vários músicos criticaram-no por não compreender ou negligenciar o trabalho de quem se dedica a fazer música e como isso não pode ser forçado. O mais durinho foi o baixista dos R.E.M. “Música = produto e deve ser produzido regularmente“, disse o bilionário que gere a plataforma de streaming mais usada no planeta e Mike Mills, dos R.E.M, não esteve com meias medidas. “Vai-te f***r“, escreveu o baixista na sua conta no Twitter. No entanto, o músico disse que “um boicote à plataforma só iria prejudicar mais os artistas“. Quando um fã sugeriu que os fãs de música ficassem fora do serviço, em resposta, Mills respondeu: “Boicotar o Spotify não vai ajudar os músicos ali presentes“. Já Mike Portnoy começa o seu tweet sobre o assunto da seguinte forma: “What a greedy little bitch…“.

Em Abril, dados recolhidos pelo Trichordist mostravam que os músicos que promovem a sua música no Spotify precisariam de 3,114 plays nas suas canções para ganhar uma hora de salário mínimo no Reino Unido (£8,72).

Também Nadine Shah e Jack Garratt não se contiveram e chamaram a atenção para os comentários controversos de Daniel Ek: “Estou cansada de ter de beijar os rabos destas empresas que me exploram a mim e a outros criadores musicais“, escreveu Shah, continuando: “Precisamos que toda a comunidade musical (incluindo os fãs) se junte e exija mudanças“. Respondendo ao tweet de Shah, Jack Garratt acrescentou: “Tantas empresas dentro da indústria musical cultivam a saúde mental dos seus artistas e depois ficam na defensiva quando tentamos reparar-nos ou pedir o pagamento apropriado. Não se pode exigir tanto dos artistas e trabalhá-los até à exaustão e depois também dizer-lhes que não estão a produzir música suficiente para se adequarem ao seu modelo de negócio. Levei todo o tempo necessário para fazer o meu segundo álbum. Faço-o uma e outra vez se for preciso“.

Zola Jesus juntou-se ao coro de críticas e acrescentou que a estratégia empresarial de Ek não se alinhou com uma forma eficaz de produzir boa música. “É extremamente claro que o bilionário do Spotify, Daniel Ek, nunca fez música ou arte de qualquer tipo. Ele recusa-se a compreender que há uma diferença entre mercadoria e arte. O potencial de crescimento da cultura irá sofrer por causa disso“.

Na entrevista original, Ek disse ainda que havia uma “falácia narrativa” sobre a ideia de que Spotify não paga o suficiente para que os artistas continuem a viver: “Trata-se de colocar o trabalho, de contar histórias em torno do álbum, e de manter um diálogo contínuo com os seus fãs“.

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