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FMM Sines 2017: Novas confirmações

FMM Sines 2017: Novas confirmações

Bernardo Carreiras

O festival de músicas do mundo que decorre todos os anos em Sines tem novos nomes.

A programação do FMM Sines prima pela sua variedade. Cantautores, Dj´s, multi-instrumentistas, entre tantos outros, são só uma pequena amostra do que podemos encontrar na edição deste ano.

Organizado pela Câmara Municipal de Sines desde 1999, trata-se de um festival aberto a todos os tipos de música desde as raízes tradicionais ao mais experimental e urbano. Tendo como principal objectivo promover a igualdade e a liberdade de circulação artística, o festival acrescentou recentemente novos nomes ao cartaz:

Celeste Mariposa: O Afro-Baile de Celeste Mariposa é uma verdadeira celebração do património de países africanos onde a língua portuguesa é mãe.

Emicida: Um dos principais rostos do hip hop brasileiro traz a Sines a estreia dos seu novo álbum “Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa…”.

José Mucavele e João Afonso: Concerto duplo exclusivo para o FMM. Este vai ser um encontro entre um histórico da música moçambicana e um dos principais cantautores portugueses.

Mateo Kingman: Directamente do Equador e com raízes brasileiras, Mateo carrega consigo uma interseção de sons electrónicos e sons concretos recolhidos na luxuriante selva amazónica.

Richard Bona: O camaronês é um multi-instrumentalista que trará a Sines um encontro especial com Mandekan Cubano. A sua música fará a ponte entre a África Ocidental e Havana

Thomas de Pourquery: Sendo um dos inoclastas do jazz francês, Thomas acaba de lançar o seu segundo disco “Sons of Love”, dedicado aos Supersonic.

Tiken Jah Fakoly: Figura maior do reggae francófono tem no seu último álbum uma verdadeira homenagem ao género musical. Gravado entre Kingston e Bamako o músico absorve os sons mais autênticos de África.

Waldermar Bastos: Um dos cantautores angolanos  com maior projecção internacional.Regressa a Sines com novo álbum.

A-WA (lê-se ei-uá) é um trio de irmãs nascidas no sul de Israel que funde o folclore iemenita judaico com a música de dança. Descobertas por Tomer Yosef (Balkan Beat Box), com quem trabalharam no disco de estreia, Tair, Liron e Tagel Haim cantam poemas de amor e protesto em dialeto arábico iemenita. São um dos grupos em mais rápida ascensão da música de dança de textura global.

BCUC (por extenso: Bantu Continua Uhuru Consciousness) é uma banda na tradição da música de protesto do Soweto, África do Sul. Fazem música afropsicadélica (a que dão o nome trava-línguas “Africangungungu”), expressa em longas digressões funky movidas por baixo elétrico, voz e percussão. Cantam em zulu, sotho e inglês e não hesitam quando é preciso denunciar o lado menos colorido da Nação Arco-Íris.

Den Sorte Skole é o duo de produtores e compositores dinamarqueses Simon Dokkedal e Martin Højland. Os seus espetáculos são “sinfonias” dançáveis criadas a partir de samples de discos de todos os géneros e de todas as partes do mundo. Serão acompanhados pelo artista visual Dark Matters.

ÌFÉ é o projeto musical de Otura Mun, cantor, produtor e percussionista que do estado americano do Indiana voou para Porto Rico, onde está radicado desde os anos 90. Sacerdote do culto de Ifá da religião ioruba, Otura incorpora na sua música de dança de matriz R&B o contributo dos ritmos afrocaribenhos e dos cantos sagrados da sua fé. Depois de vários singles de grande sucesso, o seu álbum de estreia é lançado em 2017.

Metá Metá (que significa “três ao mesmo tempo” na língua ioruba) é um trio de São Paulo que reúne Juçara Marçal, na voz, Thiago França, no saxofone, e Kiko Dinucci, na guitarra. Música afro-brasileira, jazz e grandes culturas musicais africanas – Marrocos, Etiópia, Níger e Mali – inspiram o seu disco mais recente, “MM3”.

N3rdistan é um quarteto liderado pelo cantor marroquino Walid BenSelim. A música do grupo recolhe elementos na música eletrónica, no rap e da poesia de grandes autores do Levante. Com a rapper Widad Brocos, Walid dialoga em ritmo sincopado no dialeto darija, que aprendeu nas ruas de Casablanca. A flauta de Benjamin Cucchiara e a bateria de Cyril Canerie dão substância instrumental ao som do grupo.

Romperayo é um quarteto instrumental que faz regressar a Sines o percussionista Pedro Ojeda, que já cá tinha estado com Los Pirañas. É ele quem marca o ritmo alucinogénico desta incursão pelos sons psicadélicos da cumbia dos anos 70 e por outros ritmos tropicais fundidos com a música eletrónica e com o jazz.

Simply Rockers Sound System é um sistema de som móvel português inspirado nos mestres que construíram os primeiros sound systems na década de 50 do século passado nas ruas de Kingston, na Jamaica. Ativo desde 2012, o Simply Rockers Sound System divulga o passado, o presente e o futuro da música roots rock reggae dub através de sessões de dança com Ernesto Honesto, Natty Fred e Joydan.

The Barberettes é um trio de Seul que recupera a tradição dos grupos de doo-wop dos anos 50 e 60. São uma divertida e despretensiosa viagem no tempo até à idade de ouro dos agrupamentos de harmonias vocais e ao estilo Barbershop (de onde vem o seu nome). A sua principal referência são The Kim Sisters, outro trio sul-coreano de doo-wop, que fez fama e carreira nos EUA há mais de cinco décadas.

O FMM realiza-se entre o dia 21 e 29 de Julho em Sines e Porto Covo.

Foto: Hernan Jimenez

CARTAZ
A-WA (Israel / Iémen)
BCUC (África do Sul)
CelesteMariposa (Portugal)
Cristina Branco (Portugal)
Den Sorte Skole (Dinamarca)
Emicida (Brasil)
Fatoumata Diawara & Hindi Zahra (Mali / Marrocos)
Gaye Su Akyol (Turquia)
ÌFÉ (Porto Rico)
José Mucavele & João Afonso (Moçambique / Portugal)
Leyla McCalla (Haiti / EUA)
Lura (Cabo Verde)
Mateo Kingman (Equador)
Mercedes Peón (Galiza – Espanha)
Metá Metá (Brasil)
N3rdistan (Marrocos)
Oumou Sangaré (Mali)
Richard Bona Mandekan Cubano (Camarões / Cuba)
Romperayo (Colômbia)
Savina Yannatou & Primavera en Salonico (Grécia)
Simply Rockers Sound System (Portugal)
The Barberettes (Coreia do Sul)
Thomas de Pourquery & Supersonic (França)
Tiken Jah Fakoly (Costa do Marfim)
Tulipa Ruiz (Brasil)
Waldemar Bastos (Angola)