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Gravações em Lugares Inusitados – 5 Exemplos do Rock!

Gravações em Lugares Inusitados – 5 Exemplos do Rock!

Redacção

Gravar um álbum de rock é uma tarefa difícil. Existem milhares de coisas que podem correr mal ao longo do processo, por isso muitos artistas fracassam ao tentar consegui-lo. Consequentemente, existem discos inacabados ou álbuns que não são lançados e que ficam acessíveis ao público mais tarde.

Os bons músicos fazem tudo ao seu alcance para que os seus álbuns cheguem a bom porto. A local das gravações é um fator chave. O rocker lendário Neil Young lançou recentemente o álbum “Barn”, onde utilizou uma quinta para acrescentar uma atmosfera diferente às suas músicas.

Abaixo, apresentamos cinco álbuns gravados em locais estranhos.

Foo Fighters – Garagem do Dave Grohl
A fama global do rock n’roll não mudou a essência dos Foo Fighters. Apesar de poderem pagar um estúdio de gravação de primeira categoria em Los Angeles, que um comum mortal só poderia pagar ao ganhar um prémio da lotaria, a banda escolheu voltar ao básico para gravar o seu álbum “Wasting Light”. A banda instalou-se na garagem de Dave Grohl para obter um som mais pesado e natural, que lembra a antiga banda dos roqueiros Nirvana. A gravação do álbum demorou 11 semanas, uma semana para cada música. O produtor Butch Vig, que trabalhou no bestseller dos Nirvana “Nervermind”, descreveu como se «cada faixa tivesse vida própria». A mistura da atmosfera íntima da localização deu ao álbum um som único, o que tornou o melhor disco da banda, de acordo com as críticas. Esta é a prova de que a garagem não é apenas o lugar onde deixar o carro.

Johnny Cash – Prisão Folsom
Johnny Cash estava a perder popularidade antes da gravação deste álbum em 1968. Tinha sido preso por diversos delitos relacionados com drogas e os seus dois álbuns anteriores tinham sido um fracasso. Contudo, a escolha de gravar um álbum ao vivo em uma das prisões mais complicadas dos EUA deu frutos – o álbum disparou para o topo das listas, tendo vendido mais de três milhões de cópias. É uma das gravações ao vivo mais famosas de todos os tempos. O cantor inspirou-se num documentário sobre prisões complicadas que tinha assistido alguns anos antes, onde mostrava a vida atrás das grades. Ele escolheu a prisão de máxima segurança de Folsom porque entendeu que esta exemplificava muito bem a cultura de uma prisão problemática. O álbum aborda o facto da prisão «tornar o mundo do exterior irreal» e de trazer à tona os “instintos animais” dos presos. A gravação tinha um som único – um som ao vivo cru misturado com os gritos dos presos que contribui para uma experiência auditiva envolvente.

Red Hot Chili Peppers – Uma casa assombrada
O vocalista dos Chili Peppers, Anthony Kiedis, foi atraído pela atmosfera misteriosa da mansão do produtor Rick Rubin em Hollywood. Havia relatos que o lugar estava assombrado após o assassinato de uma mulher na referida casa, na década de 1930, e ter sido também a casa do famoso escapologista, Harry Houdini. Os membros da banda, claramente fãs de histórias de fantasmas, gostaram tanto do local que dormiram lá durante as gravações. Pelo contrário, o baterista Chad Smith, não gostava da ideia de ter companheiros de casa assustadores. Não obstante estes factos, muitos relatos indicam que este foi um período feliz e produtivo para o grupo.
O álbum resultante não oferece nenhuma pista sobre qualquer som sobrenatural gravado: na verdade, ele provou ser tudo menos amaldiçoado, ao vender mais de 10 milhões de exemplares e levando aos Chilis à fama internacional.

Nine Inch Nails – Casa de Charles Manson
O som sombrio e pesado dos primeiros dois álbuns dos Nine Inch Nail’s exigiam um local à altura – intencional ou não, a escolha recaiu na casa de um «serial killer». O notório Charles Manson e o seu culto viveram no Cielo Drive 10050 nos anos de 1960, período onde cometeram os assassinatos de Tate. Este facto encaixou perfeitamente nos discos da banda, em especial no segundo (“The Downward Spiral”), que aborda o colapso de um homem que culminou com o seu suicídio. O líder dos NIN batizou a casa de “Le Pig”, uma referência de humor negro à palavra ‘Porco’ que um dos assassinos pintou numa parede, utilizando sangue. Ele comentou que as pessoas deixaram rosas mortas e acenderam velas em frente do portão, o que o levou a questionar sobre quem as pessoas estavam a homenagear: as vítimas ou o próprio do Charles Manson?

Black Keys – Uma fábrica de borracha
Os Black Keyes são conhecidos pelo seu estilo de roqueiro de garagem. No entanto, no seu terceiro álbum, a dupla mudou-se da garagem do baterista Patrick Carney (onde gravaram os dois primeiros álbuns) para uma fábrica de pneus abandonada – que se correlaciona com o título: “Rubber Factory”. Infelizmente, as coisas não correram como planeado: a banda foi afetada pelo mau funcionamento de alguns equipamentos devido à má acústica do local. Então porquê gravar o álbum em tal local? Carney mencionou numa entrevista que ficaram atraídos pela quantidade de espaço vazio que o local tinha e gostaram da liberdade que o local proporcionava. Quando os problemas começaram já era tarde para cancelar. A fábrica foi demolida em 2010, mas ainda podem ser vistas fotos na capa do álbum.