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Helder Moutinho lança novo single e novo álbum

Helder Moutinho lança novo single e novo álbum

Luis Valente

“Nunca parto inteiramente” marca o regresso do fadista Hélder Moutinho.

Hélder Moutinho lançou um novo single com vídeo, “Nunca Parto Inteiramente”, com música de Manuel Paulo, que também já trabalhou com os Ala dos Namorados e o poema escrito por João Mongeque escreveu todos os poemas que integram este novo álbum, tal como aconteceu no seu álbum anterior.

“Nunca Parto Inteiramente” foi gravado no Lux Frágil, em Lisboa, tendo Hélder Moutinho sido acompanhado por Ricardo Parreira na guitarra portuguesa, Miguel Silva na viola de fado e Ciro Bertini no baixo acústico. O som, mistura e masterização foram feitos por António Pinheiro da Silva. A produção ficou a cargo de Ana Sofia Carvalheda e a captação de som por Eric Harizanos, com a ajuda do assistente de captação de som Francisco Pepe, estes três pertencentes à Antena 1.

Este novo álbum irá conter um livreto que inclui um texto escrito por Hélder Moutinho, sobre cada um dos fados presentes no álbum, (que serão disponibilizados mensalmente até ao fim de 2019), bem como os poemas originais de João Monge e uma banda desenhada de Tomás Rosa.

A gravação do novo disco de Hélder Moutinho co-produção da MWF – Music Without Frontiers com o Museu do Fado e conta com o apoio da Sociedade Portuguesa de Autores de Antena 1 e do Jornal Público.

«Helder Moutinho sobre “Nunca Parto Inteiramente”:

Adeus é uma palavra infinita, não tem tempo, e a sua realidade é efémera. Podemos dizer adeus e parecer que é para sempre, mas depois reencontramo-nos no dia seguinte. Dizemos adeus á nossa infância, aos nossos amores, às nossas grandes amizades, aos momentos mais importantes das nossas vidas. Mas regressamos sempre…. Dizemos adeus aos nossos entes queridos, mas dizemos também que eles não morrem porque ficam sempre naquele lugar do pensamento onde se reúnem todas as reações do ser humano. Aquelas que nos fazem sorrir e gritar de alegria, chorar e gritar de raiva ou de uma dor tão grande que não nos deixa conter as lágrimas. E depois, tudo o que isto nos transforma. Neste epicentro que atrai e acolhe todas as emoções que vamos guardando. O Coração… Aquele que nos prende a todos os momentos da nossa vida…”»

“Nunca Parto Inteiramente” (Poema de João Monge)

Nunca parto inteiramente
não me dou à despedida
As águas vão simplesmente
presas à sua nascente
é do seu modo de vida

Fica sempre qualquer coisa
qualquer coisa por fazer
Às vezes quase lamento
mas são coisas que eu invento
com medo de te perder

Deixei um livro marcado
e um vaso de alecrim
Abri o meu cortinado
fiz a cama de lavado
para te lembrares de mim

Nunca parto inteiramente
Vivo de duas vontades:
uma que vai na corrente,
a outra presa à nascente
fica para ter saudades”