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Indústria Discográfica com Mudanças

Indústria Discográfica com Mudanças

Nero

A Sexta-feira irá substituir a Terça-feira como o dia da semana para os novos discos. Combate à pirataria para uns, estratagema das major labels para outros.

Foi anunciado o mês passado que a Sexta-feira poderia tornar-se o dia global para novas edições musicais. Esta resolução, que irá substituir a Terça-feira como o dia da semana que faz chegar novos álbuns às lojas e ao público, surgiu através da International Federation of the Phonographic Industry (IFPI) como uma medida que visa combater a pirataria musical. Foi anunciado agora que entrará em vigor no próximo dia 10 de Julho.

Diz um comunicado da IFPI que há toda uma lógica na Sexta-feira pois é «o dia que mais se ajusta ao consumidor, quando há mais gente nas lojas de discos e os maiores volumes de compras online», o mesmo comunicado acrescenta que é «a altura de maior actividade nas plataformas social media, ajudando a amplificar o ruído em torno de novos lançamentos em toda a parte. E o fim-de-semana é um momento de maior espontaneidade de compras».

A AS procurou saber a opinião de Nuno Dias, da Popstock Portugal: «Neste momento, sem possuir dados para uma opinião muito mais fundamentada, o fim-de-semana parece ser uma boa solução. É, de facto, uma altura muito mais associada ao lazer e à procura. Aliás, os semanários são lançados à Sexta-feira, o que pode ser interessante para quem lê críticas e opinião sobre discos procurar os ditos discos com maior eficácia».

Contudo, há vozes na indústria preocupadas com esta decisão, por poder significar, simplesmente, uma intenção das editoras mainstream em concentrar mais atenções no seu mercado e marginalizar ainda mais as pequenas editoras. O co-fundador da Play It Again Sam [PIAS], Michel Lambot, deu voz a essa ideia, afirmando que «Se uma tabela de vendas global for destacada, os artistas em desenvolvimento ou locais terão que sujeitar-se a enfrentar a voz da América em todo o lado», acrescentando de forma incisiva: «O grande capital, as grandes campanhas globais, vai dominar».