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Indústria Musical Contribui Com 81,9 Mil Milhões De Euros/Ano Para Economia da UE E Reino Unido

Indústria Musical Contribui Com 81,9 Mil Milhões De Euros/Ano Para Economia da UE E Reino Unido

Nuno Sarafa

Um estudo revela que só o sector da música representa dois milhões de empregos e contribui com 81,9 mil milhões de euros/ano para a economia da UE e do Reino Unido, o que representa 19,4% do orçamento geral da UE.

Numa altura em que tanto se fala da falta de apoios ao sector cultural, muito por força da contingência e panorama actuais de quase paragem para tantos milhares de trabalhadores, são agora conhecidos os resultados de um estudo realizado pela Oxford Economics que revela o que já se suspeitava: o (grande) peso da indústria da música na economia europeia.

O relatório indica que só o sector da música apoia dois milhões de postos de trabalho e contribui anualmente com 81,9 mil milhões de euros em Valor Acrescentado Bruto (VAB) para a economia nos 27 Estados-Membros da União Europeia e no Reino Unido (UE28), segundo o The Economic Impact of Music in Europe. O estudo foi elaborado pela Oxford Economics e podes consultá-lo aqui.

Utilizando dados de 2018, o referido estudo conclui que das contribuições económicas anuais da música para a União Europeia 28 fazem parte o apoio de dois milhões de empregos, a contribuição de 81,9 mil milhões de euros em valor acrescentado bruto para o PIB e a exportação de 9,7 mil milhões de euros em bens e serviços para países fora da UE28.

Frances Moore, directora executiva do IFPI, afirma que «a música é uma parte essencial da Europa, da sua identidade e da sua cultura», acrescentando que «o valor da música é incalculável, pois emociona-nos e cura-nos». Mais: «Como demonstra o primeiro relatório da Oxford Economics, a música contribui de forma económica vital para a União Europeia e para o Reino Unido – apoia o emprego, impulsiona o produto interno bruto e os pagamentos de impostos e impulsionar as exportações».

No centro desta contribuição encontram-se 7.400 empresas discográficas da UE que, para além de ter contratadas cerca de 45.000 pessoas em toda a UE, investem significativamente noutras partes do sector da música, tendo um importante contributo para as exportações europeias.

«Para que o contributo da música para a Europa seja sustentável a longo prazo, o justo valor deve ser devolvido àqueles que criam e investem na música. Para isso, o sector precisa de um ambiente jurídico e político justo na Europa, e continuamos a trabalhar com os decisores políticos para o conseguirmos», sublinha Frances Moore.

Pete Collings, Director de Consultoria de Impacto Económico da Oxford Economics, afirma que «ao investigar como o sector da música interage com o resto da economia, este estudo mapeia como se estimula a actividade económica, se apoia empregos e gera receitas fiscais em toda a Europa». Ao fazê-lo, frisa, «destacamos como o sector da música, um ecossistema de grandes e pequenas empresas que realiza uma grande variedade de actividades, representa directamente um contributo considerável para a economia europeia, comparável a todas as economias de vários Estados-Membros».

Por cá, Miguel Carretas, Director-Geral da AudioGest (Entidade de Gestão de Direitos dos Produtores Fonográficos em Portugal), refere que «o que este estudo vem demonstrar é que o sector empresarial da cultura e, em particular, o sector musical, tipicamente arredado de qualquer política de apoios públicos – sempre e particularmente neste momento de crise – tem capacidade para criar emprego e crescimento económico com enorme potencial de geração de Valor Acrescentado Bruto para toda a economia europeia. Fica claro que apostar na economia da cultura e da criação é uma aposta económica segura. Uma aposta determinada das políticas públicas neste sector pode ser também um caminho para o crescimento de um país como Portugal».

O impacto económico da música na Europa também analisa o impacto total do sector da música no emprego, constatando que apoiou dois milhões de postos de trabalho na UE28, o que significa que um em cada 119 postos de trabalho dependia dele. O estudo concluiu ainda que as exportações europeias de música (incluindo exportações do Reino Unido) geraram 9,7 mil milhões de euros em receitas – das quais empresas discográficas, editoras de música e serviços de streaming de áudio geraram quase metade (4,7 mil milhões de euros).

O sector da música também desempenhou um papel vital na geração de receitas fiscais, apoiando 31 mil milhões de euros em receitas fiscais na UE28, em 2018. Este facto equivale a 19,4% de todo o orçamento da UE no mesmo ano.