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Morreu Mário Ayres (Bruto and the Cannibals)

Morreu Mário Ayres (Bruto and the Cannibals)

Nero

Morreu o músico português Mário Ayres, um dos guitarristas que emergiu ainda na primeira vaga do rock ‘n’ roll português e firmou os seus créditos em Bruto and the Cannibals.

O guitarrista, prolífico músico na contracultura do underground nacional, morreu. As notícias chegam-nos aos poucos e ainda não foi possível apurar muitos detalhes. Todavia, Mário Ayres (de 65 anos) há algum tempo que lutava contra um cancro do pulmão e estava internado há, pelo menos, duas semanas, com prognóstico muito reservado. Já durante o internamento terá contraído pneumonia, acelerando o inevitável…

Muito antes de se firmar, ao lado de Jorge Bruto, nos Bruto and the Cannibals, Mário Ayres faz parte da história dos primeiros anos do rock português. Em 1985 fundou os Barbarela com Carlos Gonçalves (voz), Manuel Frederico (baixo), Renato Júnior (teclas) e Manuel Hippo (bateria). Saiu em ’87 da banda, quando esta mudou de nome para Santaluzia, e o seu lugar foi ocupado por Renato Gomes (lendário guitarrista dos UHF). Desde aí, Ayres esteve sempre ligado ao underground.

No início do segundo milénio surgiu nos Bruto and the Cannibals. Já em 2016 surgiu PigBall, um duo composto por Ayres (guitarra, bateria e voz) e Cláudio Miranda (voz, harmónica e cigar box), que se cruzaram quase acidentalmente e, desde então, pisaram inúmeros palcos para tocar, nas suas palavras, «temas de amor, crime, ódio, desgraça, desespero, luxúria, vício e alegria». The Lonely Hearts e Casino Twist foram outras das suas bandas, além da música que fazia a solo.

Dono de enorme swing rockabilly e psychobilly, dentro da tradição dos primeiros cânones da guitarra eléctrica, em Bruto and the Cannibals era descrito assim: «o diabólico guitarrista que fez uma aposta com Azazel, em que apostou que venceria o própio Demo a tocar guitarra». Descanse em paz.