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Novas confirmações no Milhões de Festa’15

Novas confirmações no Milhões de Festa’15

Nuno Ribeiro

THEESatisfaction, PERC Live, Drunk In Hell, The Holydrug Couple, Go!Zilla e os portugueses Tiago, Hitchpop, Ecko Deck, O Gringo Sou Eu, Tresor&Bosxh e Toulouse são as novas confirmações para o Milhões de Festa 2015.

O festival realiza-se em Barcelos, nos dias 23 a 26 de Julho e já conta com Michael Rother (ex-NEU! e Harmonia), The Bug, Peaking Lights, All We Are, The Cosmic, entre outros.

THEESatisfaction
São a prova cabal de um darwinismo simples: singram os que melhor se adaptam, e os que melhor informação genética tiverem no seu ADN. Do neo-soul Erykah Badu aos primórdios do hip-hop e do rhythm n’ blues, a alma negra da América flui na poesia, na música e na convergência de ambas, nas vozes da dupla de Seattle, editada com o selo de qualidade irrepreensível da Sub Pop. A dupla vem de ferry até Barcelos com “Earthee”, o segundo longa-duração, na bagagem. Uma bagagem tão cheia de soul, blues e THC.

PERC Live
Existe numa tensão especial entre o passado da electrónica e o futuro do techno, contribuindo, no presente, para uma noção de som e textura mais abrangente, que se estende à intoxicação industrial em que vivemos. E o seu curriculum fala por si: para além da sua super-influente editora, a Perc Trax, o seu cunho estende-se por selos tão variados e prementes quanto CLR, Kompakt, Drumcode, Stroboscopic Artefacts e Ovum.

Drunk In Hell
Trazem uma dose de má atitude, sem-pieguices, inédita até Barcelos. Riffs ríspidos sobre a catadupa da bateria aliam-se a uma voz ébria e um saxofone gritante à la Stooges circa 69 nas músicas da banda britânica, que, depois de sete anos em actividade, se prepara para editar o registo de estreia pela Burning World Records, selo do Roadburn.

The Holydrug Couple
Não é por acaso que a dupla chilena é uma aposta da cada vez mais incontornável Sacred Bones — assim como não é por acaso que artistas com o selo de qualidade da discográfica americana tenham sempre que algo que se lhes diga. Aos The Holydrug Couple cabe-nos dizer que nos levem para onde tiverem que levar, desde que não parem de tocar.

Go!Zilla
Às vezes, uma guitarra e fuzz parece coisa pouca. Outras vezes, como acontece com estes italianos, é o que basta para se fazer a festa, atirar os foguetes e ainda ir buscar as canas. Com riffs garage bem rasgados, o trio de Florença sabe bem como fazer uma melodia em gancho para um knock out imediato. Quando dermos por ela, estamos todos a bater o pé.

Tiago
Parece um nome simples demais para alguém com tanta prova dada de talento: não existe nada de simples numa residência na discoteca mundialmente conhecida Lux Frágil, em Lisboa, nem em edição através da editora de Peter Murphy, a DFA. Simplesmente, Tiago fê-lo, e promete deixar bem claro como o conseguiu e porquê. Certamente, as madrugas de Barcelos passarão demasiado depressa.

Hitchpop
Às vezes, parece que o rock instrumental se dirige todo no mesmo sentido — mas a esperança tende a preservar-se e os Hitchpop não surgem como seus carrascos. Bem pelo contrário, a banda portuense leva para o post-rock a postura mais “ajazzada” de Chicago, explorando os instrumentos em detrimento de os modularem. Não vendemos banha de cobra a ninguém: é instrumental, é rock, e é com os detalhes que nos vai apanhar.

Ecko Deck
Demonstram, através da sua música e com uma facilidade desconcertante, o que não é óbvio o suficiente: a melhor forma de contornar a repetição e os seus efeitos letárgicos é enriquecê-la com informação. Cada acrescento do duo portuense revela-se um toque essencial que os coloca, a par e passo, para lá das fronteiras do house convencional.

O Gringo Sou Eu
O hip-hop é invariavelmente autobiográfico, mas esta noção ganha proporções novas com O Gringo Sou Eu. Francão, percussionista nos HHY & The Macumbas, vindo do norte do Brasil e residente no Porto, incorpora nas suas batidas elementos do samba ao fado com uma impressionante ginástica rítmica, que tão bem adorna com um escárnio lírico interventivo.

Tresor&Bosxh
Para cada paisagem descrita pela guitarra, há uma camada de ritmo constante que abrilhanta os ambientes com cor e textura. A banda de Barcelos exercita a experimentação geográfica, moldando o que os rodeia com som.

Toulouse
Vindos de Guimarães, abordam o seu post-rock sem clichés nem preconceitos. Não se procura o crescendo, não se procura uma maratona épica musical, apenas a delícia das suas capacidades descriptivas. Cada canção é uma abordagem ao âmago, transformando cada fraseado de guitarra num momento de comunicação essencial. Não há como não crer em que há algo de especial no ar minhoto.»

Os bilhetes, já se encontram à venda, custam 49.99€ até ao dia 11 de Maio e estão disponíveis na bilheteira online do Milhões de Festa.