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Roteiro AS: Concertos obrigatórios NOS Alive ’18

Roteiro AS: Concertos obrigatórios NOS Alive ’18

António Maurício
Tomás Lisboa

As escolhas musicais da Arte Sonora para a edição de 2018 do NOS Alive.

O NOS Alive está de regresso a Algés com um cartaz a rebentar pelas costuras. São mais de 90 performances no total (média de 32 por dia!), dividias entre seis palcos e géneros musicais, incluindo as actuações de comédia. No meio de tantas opções, a Arte Sonora fez um apanhado com as escolhas essenciais para esta edição de 2018. Segue o circuito musical durante os três dias do festival ou simplesmente avalia as nossas escolhas.

12 JULHO

Wolf Alice (20:15) / Nine Inch Nails (20:55)
Entramos no primeiro dia do festival acompanhados pela energia britânica dos Wolf Alice, liderados por Ellie Rowsell. Com presença no Palco Sagres, esperamos um bom aquecimento de rock alternativo com base no mais recente álbum “Visions of a Life”, produzido pelo consagrado Justin Meldal-Johnsen, frequente colaborador da banda que, em seguida, se apresentará no Palco Nos. Nine Inch Nails voltam a pisar um palco português com “Bad Witch”, o novíssimo projeto, editado no passado dia 22 de Junho. Esperamos melancolia, rock industrial, intensidade e momentos sombrios. Já tínhamos saudades de ver e ouvir Trent Reznor num palco português.

Khalid (23:05) / Arctic Monkeys (00:05)
Após o ambiente industrial, caminhamos até ao Palco Sagres para uma performance completamente oposta. Khalid evoca R&B entre o seu trabalho vocal, sempre acompanhado por produções que saltam entre o Pop e o Soul. Uma hora depois, voltamos ao palco principal. Ao contrário de Khalid, não é a primeira vez que os Arctic Monkeys passam por Portugal (nem no Alive), mas é a primeira vez que vêm acompanhamos com “Tranquility Base Hotel & Casino Tour”. O novo álbum redefiniu o estilo dos Monkeys: poucos refrões, instrumentais estilo-lounge e uma narrativa indireta que se desenvolve ao longo do álbum. Estamos curiosos para ver a transformação em palco.

Sampha (1:35) /  Sophie (3:10)
Sampha e Sophie. Além de começaram os dois com a letra “S”, também possuem vozes excelentes. O primeiro, no palco Sagres, foca-se em soul e eletrónica, numa mistura alternativa que também encontra o R&B, ideal para sossegar e recuperar energias. Já Sophie, agarra na electrónica e adiciona eurobeat, extravagância e manipulações vocais, criando um contexto ideal para um clima de loucura. Um estilo claramente próprio, que vamos experimentar no palco NOS Clubbing, a fechar a noite.

13 JULHO

Japandroids (17:50) / Yo La Tenho (20:25)
Seguindo a lógica do primeiro dia, o primeiro concerto tem que ser energético. Os Japandroids trazem de Vancouver o rock de garagem, e sempre que passam por portugal fazem demasiado barulho para uma banda que na verdade é um duo. Uma bateria, uma guitarra e duas vozes no Palco Sagres: simples mas eficaz. Posteriormente, andamos um pouco, mas não para muito longe, porque os Yo La Tengo têm encontro marcado no mesmo palco. A banda de culto (em actividade desde 1984!), desenvolve temas carregados de emoções para momentos mais reflectivos, com honestidade e, principalmente, humildade. Entre estes dois concertos a escolha não será fácil entre Black Rebel Motorcycle Club (18h25) no palco principal e Eels (19h00) no Palco Sagres.

The National (21:20) / Queens of The Stone Age (23:05)
Depois do jantar, guardamos lugar no Palco NOS para assistir às inquietações dos The National. O rock indie, acompanhado pela voz atormentada de Matt Berninger não é novato em terras lusitanas, mas faz sempre um brilharete (exemplo do excepcional concerto no Coliseu dos Recreios em 2017) quando por cá passa. Tendo em conta as durações dos concertos no palco NOS, provavelmente não vamos ter tempo para espreitar Portugal. The Man no Palco Sagres (22:00), por isso, vamos guardar o lugar e esperar pelos Queens of The Stone Age. A banda liderada por Josh Homme vai dar um dos concertos mais esperados do NOS Alive. Stoner rock, rápido qb, catchy, e antecipamos uma setlist bem equacionada entre os melhores trabalhos destes americanos. “Villains” é um álbum com nota máxima na opinião da AS.

Future Islands (01:00) / CHVRCHES (02:45)
Voltamos rapidamente ao palco Sagres para mais duas doses de música. Este ano, o festival guarda as bandas mais “dançáveis” para os finais de noite, e os Future Islands conseguem equilibrar com uma enorme destreza pontos alternativos e clássicos da música synthpop. Antecipamos saltos e bailaricos extensos entre o público e a voz inconfundível de Samuel T. Herring. Continuando dentro deste género musical, recebemos CHVRCHES, um trio com bases próximas às de Future Islands. Mas as diferenças são evidentes: a voz feminina de Lauren Mayberry e as composições menos alternativas e bem mais tradicionais.

14 JULHO

Alice in Chains (18:10) / Real Estate (19:05)
Lembram-se da lógica do primeiro e segundo dia? Começar com energia? Não há duas sem três. Os Alice in Chains trazem um dos maiores, senão o maior, género musical dos anos 90 até ao palco principal. Uma das grandes referências na sonoridade Grunge, os Alice in Chains também influenciaram bandas de heavy metal e hard rock por todo o mundo com o seu estilo próprio. Um concerto certamente afinado e patrocinado pela enorme quantidade de experiência. Estamos ansiosos por ouvir as novas malhas ao vivo. Aproximadamente uma hora depois, os Real Estate sobem ao Palco Sagres com indie rock, bem mais “leve” em comparação mas igualmente notório no seu próprio espectro – com alguns toques de rock psicadélico e dream pop.

Jack White (21:05) / Pearl Jam (23:15) / MGMT (01:55)
Se considerarmos apenas e somente o cartaz do palco NOS, já temos um cartaz que faz frente a muitos festivais europeus. Este trio de ataque no último dia começa com rock mais clássico, digamos assim, e termina em clima de festa. Jack White faz as honras nocturnas. Após o fim dos The White Stripes, dedicou-se à sua carreira a solo e traz a Portugal a estreia do novíssimo “Boarding House Reach”. Imediatamente a seguir, a principal razão do último dia ter esgotado com tanta facilidade e uma das bandas mais apoiadas pelos portugueses, são os Pearl Jam. Com Eddie Vedder no comando, a lendária banda de grunge arrasta multidões com facilidade e os refrões continuam a entoar enormes cânticos por parte das multidões. Com certeza que a história vai ser semelhante, mas igualmente bela. Por último, a fechar o palco NOS até 2019, os MGMT. Os fundadores Ben Goldwasser e Andrew VanWyngarden assumem um indie rock psicadélico com toques electrónicos que picam os pés para a dança. Adequado para quem quer terminar em festa as últimas horas de festival – ao som de “Little Dark Age”, o excelente novo trabalho que exprime a faceta mais dark. Ainda vamos tentar ter energia para dar um pulinho ao concerto de At The Drive In às 1h15 no palco Sagres.

Perfume Genius (3h00)
Chegámos ao último concerto, do palco Sagres e do festival. Perfume Genius, ou Mike Hadreasm, segura essa responsabilidade através da voz, a arma principal do seu espectáculo. Com instrumentalizações indie bastante despidas, experimentais e com alguns toques lo-fi, Perfume balança a sua capacidade vocal harmoniosamente entre as faixas. Previsão? Um final emocionante.