Quantcast
Scott Campbell Tem Uma Das Colecções Mais Fixes De Boomboxes

Scott Campbell Tem Uma Das Colecções Mais Fixes De Boomboxes

Redacção
Scott Campbell

São mais de 30 modelos construídos entre 1978 e 1987, quase todos apanhados no “lixo” e enchem as paredes da casa de Scott Campbell em Nova Iorque. Bem-vindos a uma das mais fixes colecções de boomboxes do Mundo.

Scott Campbell tem 45 anos, cresceu em Minneapolis, mas vive em Nova Iorque, no bairro de Brooklyn. Trabalha como produtor de eventos numa empresa que gere o memorial anual do World Trade Center 9/11, instalando duas luzes que disparam para o céu onde outrora se encontravam as Torres Gémeas. Estudou música na faculdade e sempre que os seus amigos da Mama Digdown’s Brass Band de New Orleans vão à Big Apple, Scott aproveita para subir ao palco com eles e tocar um pouco de saxofone.

Mas o que faz de Scott motivo de interesse para merecer tantas linhas é a sua extraordinária colecção composta por mais de 3000 vinis e cerca de três dezenas de boomboxes vintage, sim, aqueles gravadores que andavam para todo o lado nos anos 1980, uma espécie de iPods à moda antiga, só que para ouvir cassetes (mp3 era ainda uma visão futurista) e tudo menos portáteis.

«A razão pela qual ergui aquela parede da forma como o fiz, literalmente em frente ao sofá, foi para que pudesse apenas sentar-me ali e olhar para eles. Sei que pode parecer um pouco foleiro, mas adoro apenas olhar para eles durante alguns minutos todos os dias. Parecem tão fixes. São divertidos. Parecem óptimos e trazem-me felicidade. São uma coisa boa», explica Scott em entrevista ao blog da Discogs.

Uma fotografia dos seus clássicos aparelhos fez recentemente as delícias das redes sociais, com Scott a empilhar 14 dos clássicos cromados no seu alpendre, com todas aquelas luzes cintilantes a fazerem lembrar NYC num qualquer filme dos anos 80, chamando assim a atenção para a sua colecção.

«A minha família é bastante musical. O meu irmão e eu – as pessoas vão rir-se disto – éramos ávidos flautistas. O meu irmão continuou a ser um pouco prodígio e um profissional na vida adulta. Mudei para o saxofone porque o achei mais interessante. Gostava [de música] no aspecto performativo, mas também no aspecto auditivo. Prince era definitivamente um dos grandes heróis e grandes influências. Estava em todo o lado. Essa foi uma das minhas primeiras experiências com boombox, porque o meu irmão recebeu um em 1984 e tocava constantemente a cassete “Purple Rain”. O meu primeiro foi um Magnavox. Andava comigo para todo o lado, como se fosse um walkman», recorda.

A mania pelo coleccionismo começou quando se mudou para Nova Iorque: «Um dos benefícios de viver em Nova Iorque é que as pessoas põem coisas na rua, ao lado do lixo. Pode conseguir-se artigos espantosos. Tenho um muito bom, um dos maiores alguma vez feitos – um Conian C-100F. Ao longo de 20 anos, evoluí para uma colecção bastante grande».

«Sempre me interessei por equipamento áudio. Tenho uma colecção de discos bastante grande, mais de 3000», sublinha ainda. Quanto aos boomboxes, Scott diz adorar «o design, os grandes interruptores cromados, os altifalantes e ainda os VU [unidade de volume] com todas as suas luzes que saltam ao sabor do ritmo».

O exemplar mais antigo que Scott possui «é provavelmente de 1978», sendo o mais recente «de 1986 ou 1987», diz. «Tem havido interesse em redesenhar ou relançar alguns modelos, mas nada tão bom como os que foram lançados nos anos 80. Esses são mesmo muito especiais».

O mais difícil é mesmo arrumá-los, principalmente nas pequenas casas nova-iorquinas. «Ocupam muito espaço e é difícil viver em Nova Iorque encontrando soluções de armazenamento para grandes peças de equipamento áudio vintage. A minha solução mais recente foi criar uma parede de rádios num canto da minha sala de estar. Tinha-os empilhado todos uns sobre os outros, mas recentemente levei-os todos para baixo e comecei a construir prateleiras personalizadas. Gosto de usar os rádios. Tê-los todos empilhados uns em cima dos outros tornava realmente difícil agarrar o que estava em baixo», refere Scott, que não se limita a olhar para eles ou utilizá-los em casa, já que os leva «para piqueniques, para a praia ou para festas de aniversário de amigos».