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Trabalhadores da Cultura Em Novo Protesto: “Nem Parados Nem Calados”

Trabalhadores da Cultura Em Novo Protesto: “Nem Parados Nem Calados”

Redacção

O Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE) promove dia 9 de Novembro a concentração “Nem Parados Nem Calados”, em frente à Assembleia da República, em Lisboa.

Segundo aquele sindicato, o protesto à porta da Assembleia da República irá decorrer entre as 15h30 e as 17h30, precisamente no mesmo dia em que estará em discussão o Orçamento do Estado para a Cultura.

O CENA-STE lembra que os trabalhadores do sector «vivem um momento particularmente difícil e confrontam-se diariamente com situações dramáticas do ponto de vista laboral e social» e acusa o Governo de António Costa de «adiar uma verdadeira intervenção de emergência, limitando-se a pequenas acções claramente insuficientes».

«Só com um valor substancialmente maior do que o até agora apresentado, aproximando-se o mais possível de 1% do OE, será possível o que temos exigido nestes tempos: que se cumpram de facto as medidas de fundo e de emergência para o sector, para garantir que existimos daqui a um ano e se criem verdadeiras condições, em prol que no futuro nunca mais aconteça o que vivemos nestes tempos», refere o sindicato em comunicado.

«No momento em que os trabalhadores do sector procuram manter os teatros abertos, os espectáculos a decorrer, manter a segurança e protecção de todos, o Governo continua a assobiar para o lado para um sector que é dever do estado garantir que tem futuro», defende o CENA-STE, afirmando ainda que a proposta de estatuto dos profissionais da Cultura (cuja autorização de criação consta na versão preliminar do Orçamento do Estado 2021) não responde às especificidades do sector e «limita-se a validar ou criar novas formas de trabalho precário».

No início de Outubro, o sindicato revelou resultados do terceiro inquérito lançado este ano, segundo o qual 12% dos trabalhadores da Cultura têm um contrato sem termo e mais de dois terços (70%) trabalham numa segunda actividade.

«Confirma-se que mais de 80% da actividade prevista foi cancelada ou adiada e, ao contrário do que tem sido dito pelo Governo, apenas 7% diz ter visto as suas actividades profissionais reagendadas com data concreta», adiantou o sindicato.

Segundo os resultados de um inquérito promovido pela GDA, por cada espectáculo cancelado em Portugal, até 31 de Março, devido à pandemia da covid-19, ficaram sem rendimento, em média, 18 artistas, 1,3 profissionais de produção e 2,5 técnicos.