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Vê as primeiras confirmações para o Tremor 2018

Vê as primeiras confirmações para o Tremor 2018

António Maurício

Dez artistas em rumo aos Açores, entre eles, Mdou Moctar, Boogarins ou Dead Combo.

O Tremor volta em 2018 com uma nova edição entre os dias 20 e 24 de Março, na ilha de São Miguel, Açores. O festival reforça a sua posição de excelência para a experiência musical no centro do Atlântico, com um cartaz que desenha uma programação interdisciplinar de concertos surpresa em locais inesperado da ilha, espectáculos e interacções na paisagem, laboratórios, pensamento e reflexão, arte nas ruas e residências artísticas.

Dispensa apresentações o espaço que a música da dupla Tó Trips e Pedro Gonçalves conquistou para si. Das deambulações da fantasia noir que iniciaram com Vol.1, editado em 2004, até A Bunch of Meninos (2014), passaram-se dez anos de construção em torno de uma música que é Lisboa e Portugal na multiplicidade das linguagens que gera. No arranque do novo ano, os Dead Combo trazem disco novo, gravado nos Estúdios Namouche com produção de Alain Johannes. A data no Tremor contará com músicos convidados, em formações inéditas e surpreendentes.

Foi depois de uma actuação com Jacco Gardner que Jasper Verhulst se apaixonou pelo som da Turquia dos anos 70, altura em que nomes como Selda, Barış Manço e Erkin Koray começavam a cruzar a tradição local com elementos do rock ocidental. Pegando no repertório dos “heróis” turcos que os inspiraram, os seus pares contemporâneos e as músicas do cancioneiro tradicional, os Altın Gün reinventam o casamento entre o Oriente e o Ocidente, numa linguagem cruzada entre o funk, a psicadelia e o rock. Estreiam-se em Portugal, via Açores, em Março.

É pelo meio de maquinações torcidas e galerias de grotesco que descobrimos Lone Taxidermist, o projecto com que Natalie Sharp desvenda a beleza que habita os espaços mais escuros da nossa mente. “Trifle”, o álbum de estreia, é confecção única, e serve de desculpa, delirantemente desconcertante, para a vinda em Portugal desta que é, uma das artistas a não perder de vista nos próximos tempos.

Ainda há punk que vive, diariamente, nas veias da música nacional e, grande parte dele (ou pelo menos a parte que mais interessa), jorra destes The Parkinsons. Mantendo viva aquela que é, para muitos, a melhor colheita do rock nacional dos anos 90, dessa Coimbra boémia que ainda trazem para palco, os Parkinsons fazem-se anteceder pela fama de actuações caóticas e selvagens, rasto de destruição e marca na memória da assistência.

Os We Sea, projecto açoriano que explora o capital místico de se ser ilhéu, trazem pop lo-fi num balanço de pertença entre o mar imenso e a folia das ondas.

Os Boogarins trazem a nostalgia psicadélica e o mais recente “Lá Vem a Morte”, editado com rasgo de surpresa em Junho deste ano. Ao quarto disco, Benke, Ynaiã, Raphael e Dino Almeida, ou (para simplificar) quatro dos mais entusiasmantes rock’n’rollers do universo lusófono que já fizeram a rota de Pedro Álvares Cabral, voltam a colocar o Brasil no mapa das novas experiências electrónicas internacionais.

É de novas fronteiras que se fala quando se invoca o nome de Mdou Moctar, errante tuaregue, dividido entre a electrónica, a takamba e assouf. Mdou canta sobre o Islão, a educação, o amor e a paz, com ventos quentes a soprarem dos desertos do Níger, guitarradas futuristas e coros espaciais.

A The Mauskovic Dance Band, aventura musical de Nicola Mauskovic (baterista de Jacco Gardner), desenhada em estúdio com os amigos Donnie Mauskovic, Em Nix Mauskovic e Mano Mauskovic. Apalpando o afrobeat dos 70, a cumbia e todo o som hipnótico capaz de provocar a dança mais balançada e sentida, o colectivo é, hoje, signo definitivo de festa, tendo já percorrido os mais interessantes palcos mundiais e clubes europeus.

“Lo-Fi Moda”, ou a forma como os Ermo radiografaram o ser humano contemporâneo, será, indiscutivelmente, um dos discos deste ano de 2017. Na neblina entre o analógico e o digital, num mundo que, como dizem, se engole na virtualidade, encontramos nestes “novos” Ermo aquele que é, por ventura, o seu mais perfeito casamento entre a música (electrónica, fragmentada, esparsa) e a lírica (densa, pensante, humana).

Seguimos com os 4 _nautas que dirigem Voyagers, nave repleta de equipamentos futuristas, comandados em tempo real. O seu espectro é um buraco negro inominável mas com uma tangente definida, apontada ao movimento de libertação corporal, através da transversalidade da dança, da festa em estado puro com carimbo insular.

Os bilhetes early-bird, limitados a 100 unidades e disponíveis até ao Natal, estão à venda na bilheteira online, FNAC, Worten e nos locais habituais por 25 euros, estando já perto de esgotar. Finda a pré-venda, os bilhetes estarão disponíveis por 35 euros.

Cartaz

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The Mauskovic Dance Band
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