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Viriatada 2022 #1: Ramón Galarza’s Band, Cave Story, Santa Clara Blues, Fernando Cunha, Entre Outros

Viriatada 2022 #1: Ramón Galarza’s Band, Cave Story, Santa Clara Blues, Fernando Cunha, Entre Outros

Redacção

Aqui está mais uma ronda de Viriatada, o espaço que a AS dedica aos lançamentos da música portuguesa.

A música nacional merece ser partilhada. Existem novos lançamentos todos os dias, todas as semanas, todos os meses, e qualidade é coisa que não falta! A nossa rubrica Viriatada reúne alguns dos destaques da música portuguesa todas as semanas. Poupamos-te o trabalho, só tens de visitar a Arte Sonora, conhecer, ouvir e partilhar.

RAMÓN GALARZA’S BAND – “Qu’est-qui se Passe”// “Qu’est-qui se Passe”: o culminar de um trabalho feito durante a pandemia, do qual foram lançados já 3 singles: “Reflexions”, “Dr. Spencer” e “Inspiration”.
O novo disco da banda do músico e produtor Ramón Galarza apresenta uma sonoridade inspirada no Jazz/Fusão, com uma abordagem à World Music. A Ramón Galarza’s Band é constituída por músicos de renome: Bernardo Fesch no baixo e coros, António Mão de Ferro na guitarra e voz, Diogo Santos no piano, sintetizadores e acordeão, Moisés Fernandes no trompete, flugel e coros, e a japonesa Ryoko Imai nas Marimbas e percussão. Ramón Galarza fica responsável pela bateria, percussão, programações e coros. Ramón Galarza conta com uma uma carreira de mais de 40 anos no panorama musical português: o músico estudou piano, percussão, solfejo e harmonia e iniciou a sua carreira musical em 1976, como baterista em diversos grupos musicais, e como músico de estúdio, tendo colaborado com diversos nomes da música nacional como Rão Kyao, Rui Veloso, Banda do Casaco, Doce, Afonsinhos do Condado, Carlos Paião, Dulce Pontes, Rita Guerra, Beto, Marco Paulo, Blind Zero, António Pinto Basto e Adelaide Ferreira, Gato Fedorento e Berg.

CAVE STORY – The Town // The Town, um EP-prenda de Natal que os Cave Story quiseram dar aos seus fãs. Depois do silêncio dos últimos anos, o colectivo das Caldas da Rainha disponibilizou no bandcamp um novo trabalho, acompanhado por um lyric vídeo que o colectivo preparou para acompanhar o disco. A capa é da autoria de Ema Gaspar.  De acordo com a banda, “The Town” é um novo EP, com quatro músicas, especialmente dedicado a esta estação. Fala da cidade, da aldeia, da terrinha; das conversas impostas e da pertinência emocional da culinária; das pessoas que se reencontram e das que já não estão. Um absoluto júbilo. Disponível está também o vídeo de um concerto gravado à porta fechada, no gnration em Braga, onde o quarteto apresenta, em antecipação, alguns dos temas que integrarão o novo disco, a ser lançado no decurso de 2022.

WIPEOUT BEAT – “Wine Nights Fantastic Stories”// Mantendo o registo que os caracteriza, as 6 músicas que compõem este segundo disco do trio conimbricense, que incluem um single lançado já este ano em 7”, caracterizam-se pelo uso abusivo de sintetizadores e teclados com o brilho dos riffs de guitarra e uma voz a puxar à pop britânica que se sentia nas caves suaves dos loucos anos 80. A vontade de dançar aumenta com o sabor sujo do rock que nos electriza a mente e o corpo. “No More Nights” abre o disco numa espécie de contraposição ao seu título que chama às noites de perdição e de partilha. Não podendo, no entanto, ter um melhor cartão de visita a esta viagem dançante que nos vai fazer querer sentir o brilho das bolas de espelho e das mesmas reflectidas no suor que escorre pelos rostos espalhados ao nosso redor. “Wine Nights Fantastic Stories” foi produzido pelos Wipeout Beat e João Rui, tem o selo da Lux Records e será apresentado a partir do início do ano de 2022, assim que seja possível fazê-lo em segurança. Wipeout Beat é a nova banda de três veteranos da cena musical de Coimbra. Carlos Dias, Pedro “Calhau” Antunes e Miguel Padilha têm os seus nomes ligados a bandas conimbricenses com sonoridades tão diversas como Bunnyranch, Subway Riders, Garbage Catz, A Jigsaw, Objectos Perdidos, entre outras. Tudo começa em 2016: as jams e brincadeiras com velhos teclados que foram encontrando nas feiras de velharias e lojas de 2ª mão, transformaram-se em coisa séria que tinha que ser gravada. E assim foi! O resultado foi bom, resolveram encontrar um nome, e em 2016 estrearam-se em palco. Com preferência por teclados clássicos da Casio, uma guitarra e uma velha caixa-de-ritmos da Roland, o som foi crescendo com a destreza de tocar instrumentos que nenhum tinha tocado a sério até essa altura. Pedro Calhau, baixista exímio, cria agora com a guitarra, algo que tanto tem de western como do rock inato das bandas de Coimbra. Os teclados, tocados pelos três, soam ao mais sujo do garage, aos sons minimais dos Suicide ou do Philip Glass, a uma “eletrónica primitiva”, tudo ao ritmo de um Roland CR-8000, que faz com que seja impossível não bater o pé.

ANA MARIANO – “Girassóis à Beira-Mar”// A primeira faixa do novo trabalho, que será editado ainda este ano, já está em várias plataformas de streaming. A artista de Aveiro apresenta-se agora em português, numa clara evolução estética na qual o timbre único e vibrante é elevado em melodias e poemas da sua autoria. No ativo desde fevereiro de 2020, ano em que se licenciou em Comunicação e Cultura em Lisboa, editou o EP de estreia intitulado “Everything I Touch”. Este conta com cinco temas, entre os quais “Ordinary View”, “Insomnia” e “Plastic Wings”, singles que já passaram pelos ouvidos dos portugueses em várias rádios nacionais, entre as quais Antena 3, SBSR e Vodafone FM. Apaixonada pela música desde os 11 anos, Ana Mariano aprendeu a tocar guitarra com o principal intuito de musicar as letras que ia escrevendo. Depois de explorar a produção anglo-saxónica, apresenta-se agora em português, com o single de antecipação do próximo projeto: um disco de canções em português a ser editado ainda este ano. “Girassóis à Beira-Mar” é a primeira faixa a ser conhecida.

LUÍS REPRESAS – “Asas de Anjo”// Luís Represas, nome incontornável do cancioneiro português, lançou o single “Asas de Anjo” com a participação especial do seu amigo e um dos grandes embaixadores da música brasileira, Ivan Lins. O videoclipe oficial está já disponível no canal de YouTube do músico e compositor Luís Represas. Há algumas décadas Luís Represas desafiou Ivan Lins, seu amigo de mais de 40 anos, para lhe compor um tema. Os anos passaram e as vidas levaram os seus rumos. Em 2018, durante a produção do último álbum de Represas “Boa Hora”, Ivan Lins surpreendeu o seu amigo cumprindo aquela promessa “secular”, fazendo no entanto questão que Represas fosse seu parceiro de composição, pelo que só lhe enviou parte do tema, e que escrevesse também a letra. Assim, nasceu esta parceria voando nas “Asas de Anjo”. Este novo single faz parte do disco “Boa Hora”, último disco de Luís Represas, composto por 14 temas que são o resultado natural de um processo de renovação que ganhou contornos de inevitabilidade. Represas neste seu último trabalho abre asas para a descoberta de novos tons musicais explorados e descobertos ao lado de amigos da nova música nacional, e claro, de nomes que o acompanham desde sempre, como Ivan Lins, Jorge Palma, Paulo Gonzo, Jorge Cruz, Carlos do Carmo, momento que marca a primeira vez que gravam um tema inédito. Ainda tempo para um reencontro com a herança lusófona e com o músico moçambicano Stewart Sukuma em “Se Achas que Sim”, e mais uma parceria com a filha Carolina, que assina a letra de “Promessas”. Um disco com a produção de Fred Pinto Ferreira (Orelha Negra / Buraka Som Sistema) que, à excepção de “Boa Hora” e “Na Curva do Horizonte” – produzidos por Francisco Faria e Manuel Faria. Luís Represas está também de volta aos palcos e a Lisboa, com um concerto que reunirá uma carreira com mais de quarenta anos de canções, no dia 5 de Março no Teatro Tivoli BBVA. Vai poder ouvir-se um vasto repertório repleto de sucessos, de canções que marcam e ultrapassam gerações e que fazem parte do imaginário de todos, de filhos que entretanto passaram a pais, de pais que são hoje avós… 

FERNANDO CUNHA – “A Máscara”// Fernando Cunha, nome incontornável da cena pop-rock nacional, membro fundador dos Delfins, Ar De Rock e da super-banda Resistência, deu a conhecer o videoclipe oficial da faixa “A Máscara”, single de antecipação do novo trabalho de estúdio “A Linha do Tempo”. O vídeo conta com um convidado muito especial, Ricardo Carriço, numa interpretação absolutamente brilhante ao vestir “esta máscara”. «Convidei para protagonista principal deste vídeo o meu grande amigo Ricardo Carriço, que com a sua brilhante performance conseguiu dar vida à personagem que idealizei para expressar os sentidos da mensagem do tema “A Máscara”. Este não se esgota na máscara pandémica da época em que vivemos, mas também e principalmente nessa “máscara”  que cada um de nós carrega no dia a dia das nossas vidas e que muitas vezes nos esquecemos de despir. Agradeço do fundo do coração ao Ricardo Carriço, pela incrível performance,  à Maria León, pela participação nas vozes e vídeo, à Joana Alegre pela excelente letra que escreveu, ao João Campos pela ideia e escrita criativa do videoclipe e a toda a equipa de produção da ZOF.»

ANDRÉ GARDEL – “Um dia antes”// O single “Um dia antes” será o último lançado nesse formato – da sequência de nove que vieram a lume durante os anos de 2020/ 2021 -, pois, em fevereiro de 2022 sairá o primeiro EP de André Gardel. A experiência de viabilizar seu trabalho musical por meio de singles, e não de CDs, como fazia habitualmente, se deu, principalmente, por estarmos vivendo, nesse período, momentos de pico da pandemia, o que, objetivamente, fez com que as possibilidades de shows arrefecessem. Dentro desse contexto, o processo de lançar músicas novas aos poucos se mostrou muito produtivo. A característica especial de “Um dia antes” é contar com a participação luxuosíssima da família Barrenechea. Pai, mãe e filho, oriundos da música brasileira de câmara, abrilhantam a canção de modos diversos: o arranjo, a flauta, a flauta em sol, a flauta baixo e a flauta contrabaixo foram executados por Sergio Barrenechea; o piano e a sanfona tocados por Lúcia Barrenechea e a viola, por Miguel Barrenechea. Lucia e Sergio formam o maravilhoso, e muitíssimo respeitado, Duo Barrenechea, que atua desde 1989 com apresentações em inúmeras cidades nas Américas, Europa e Ásia. Afora isso, o videoclipe de lançamento do single contará com outra participação especialíssima: o ator e professor da UNIRIO multipremiado Ricardo Kosovski. A letra de “Um dia antes” evidencia as pequenas tragédias urbanas silenciadas pela enxurrada de informações descartáveis que nos atravessam cotidianamente, assim como as obrigações pragmáticas de sobrevivência na selva das cidades que nos desviam o olhar do outro que está bem perto, quiçá ao nosso seu lado, vivendo situações limite. “Um dia antes da morte/ Ele teve sorte/ Ganhou na loteria/ Depois de saber que sofrera um corte/ Em seu salário, por ironia/ O seu salário, pura ironia”. Esse trecho da letra aponta para as opressões que o trabalhador regular sofre diante das crises inesperadas e recorrentes do capitalismo ocidental. As reflexões sobre a condição humana aparecem em meio à dura rotina da vida regrada e mecanizada: “De manhã leu o jornal/ Se achou mais jovem no espelho/ À tarde quando foi conferir o bilhete/ Encontrou antiga namorada/ Pensou a vida como uma estranha estrada/ Com voltas, desvios e nenhuma chegada”. A felicidade é uma possibilidade quase sempre ilusória e vem impregnada de desejos que tangenciam o patético: “Distribuiu gorjetas, ligou pro irmão/ Fez muitos planos de comprar uma mansão/ Em viajar, gastar, viver, mudar de ar/ Quem sabe até voltar a casar”. A roda da fortuna, implacável, quando traz uma mudança radical na situação social de um cidadão perdedor, sem demora pune, condena à morte: “Um dia antes da morte/ Ele teve sorte/ Ganhou na loteria/ E à noite dormiu um sono profundo/ Mas não pode ver o sol que nascia/ Não pode mais ver, pura ironia”.

COBRA AO PESÇOSO – “150 Facho”// Os Cobra ao Pescoço de David Taylor (Voz), Emanuel Charana (Baixo), Gil Morais (Guitarra) e Ivo de Cera (Bateria) apresentam o último dividendo de “Deus Mastiga” antes do lançamento oficial do álbum de estreia. O quinto single “150 Facho” é um hino de rock com um refrão simples e cativante proveniente de uma das bandas portuguesas mais arrebatadoras da atualidade. Uma canção forte, que induz ao movimento, com um ritmo de desfile militar enquanto faz referência à história do seu pais e todas as suas injustiças, acompanhando a dinâmica e o sentimento de revolta dentro de todos os habitantes deste planeta. A banda aproveita o quinto single para apresentar a data do lançamento de “Deus Mastiga”, o tão aguardado álbum de estreia está finalmente anunciado para 5 de Março e inclui 10 poderosos e exuberantes temas incluindo os singles previamente disponibilizados: Alpha Meme, Simone, Vera Ferida, e Súbita Vontade de Dançar. Espera-nos um álbum contra-implacável, repleto de atitude maniaco-lamentável. Introspectivo mas possuído de opinião social maioritariamente pela negativa. Um poema ofensivo: fecha-nos num quarto desarrumado, senta-nos numa cadeira suja e irrequieta e fala-nos a cuspir na cara com letras perto da demência. A falta de janelas faz-nos transpirar por todos os poros tal corpo febril durante estes borbulhantes 35 minutos de ebolição. Com uma miríade de influências, sendo cada tema vincado por géneros diferentes, do hip-hop ao punk, do metal ao funk, com a vantagem de não nos deixar esquecer que estes são mesmo os Cobra ao Pescoço. Sem licença.

ORQUESTRA JAZZ DE MATOSINHOS – “After Midnight”// No mês em que se assinalam os 25 anos de percurso da Orquestra Jazz de Matosinhos, a big band anuncia um novo álbum, “After Midnight”, com a cantora e compositora norte-americana Rebecca Martin e o baixista Larry Grenadier. “Don’t mean a thing at all”, com música e letra de Rebecca Martin, e arranjo do pianista Guillermo Klein, é o single de avanço do álbum que será editado dia 12 de Janeiro, no Japão, e dia 28, em Portugal e no resto do mundo. Composto por seis temas originais e cinco standards de jazz, “After Midnight” foi produzido por Pedro Guedes e Rebecca Martin e gravado e misturado por Mário Barreiros no CARA – Centro de Alto Rendimento Artístico, estúdio da OJM na Real Vinícola. Resultado da amizade e cumplicidade artística criada após o convite feito pela OJM à cantora norte-americana, que no final de 2017 veio ao Porto para um concerto memorável na Casa da Música e acompanhou a big band ao Voll-Damm Festival Internacional de Jazz de Barcelona, “After Midnight” foi gravado no início de 2020 em Matosinhos, sem que ninguém desconfiasse o que ia acontecer ao Mundo. O título reflete o otimismo cauteloso deste lançamento, e o tom da música parece residir no crepúsculo. Vividamente sensível às nuances silenciosas e ao impressionismo delicado das canções de Rebecca Martin, a OJM volta a mostrar o seu potencial e a mestria que a distinguem num percurso com 25 anos e colaborações com Maria Schneider, Kurt Rosenwinkel, Carla Bley, Lee Konitz, Fred Hersch, Joshua Redman e Dee Dee Bridgewater. «É raro, como cantora, ter a oportunidade de trabalhar e gravar com uma orquestra nos dias de hoje. Foi um grande desafio, com tempo limitado, mas que abracei entusiasticamente», afirma Rebecca Martin. Pedro Guedes recorda que «a música original da Rebecca é muito intimista mas o que poderia ter sido um grande desafio, captar essa intimidade num contexto de big band, acabou por ser bastante natural.» O diretor e maestro da OJM lembra: «A Rebecca é uma excelente cantora e compositora e tem uma abordagem muito especial ao cancioneiro americano. Foi essa combinação que me levou a convidá-la para trabalhar connosco.» Capaz de criar ambientes íntimos e introspectivos, como se as suas canções fossem segredos sussurrados ao ouvido, Rebecca Martin estreou-se na dupla Once Blue, no início dos anos 90, com o compositor vencedor de um Grammy Jesse Harris. Tem vários álbuns a solo aclamados, colaborou com o pianista Guillermo Klein e o baterista Paul Motian, e fez parte do trio vocal Tillery com Becca Stevens e Gretchen Parlato. A Orquestra Jazz de Matosinhos e Rebecca Martin fazem-se acompanhar do contrabaixista e compositor, Larry Grenadier, marido e habitual parceiro artístico da cantora e um dos nomes mais sonantes do jazz contemporâneo.

SANTA CLARA BLUES – “Village Song”// Santa Clara Blues é um projecto sobre amizade e partilha, composto por Fast Eddie Nelson na guitarra, lapsteel e back vocals; João Sérgio Reis (Ibéria) no baixo e back vocals; José Mendes (Lisbon South Bay Freaks) na guitarra e mandolin; Miguel Ângelo (Ex-Mayday Miracle) na voz e guitarra e Miguel Lima (The Soaked Lamb) na percussão. A amizade remonta a 30 anos atrás mas a génese do projeto nasce num retiro bi-anual de amigos de adolescência, em Corte Brique, no Alentejo profundo. Esta génese é composta por conversas à mesa, vinho tinto, partilha, empatias, sessões de pesca na barragem de Santa Clara, pelo vale, pelo vinil do Déjà Vu dos CSNY a rodar aos finais de tarde, pelas jams, e, especialmente, pelo tempo lento do Alentejo. A essência destas experiências levaram José Mendes e Miguel Ângelo a começar a compor entre o Barreiro e Bramfield. Destas composições vieram depois  as jams com o Fast Eddie Nelson, o convite a João Sérgio Reis para o baixo e a Miguel Lima para gravar o projecto que, rapidamente, se tornou no percussionista e sonoplasta da banda. “Montes Altos” é o primeiro disco da banda, tem co-edição da Raging Planet e lançamento marcado para o dia 29 de Janeiro, com uma listening Party na Galo Negro, pelas 16h, no Barreiro. Com uma sonoridade que passa pelo Folk, Blues e até um pouco pelo Bluegrass, os Santa Clara Blues editam o seu primeiro álbum de originais. “Montes Altos” é composto por 8 temas de aconchego sonoro. A introdução e o final de cada tema mostram sons captados na barragem de Santa Clara, revelando um portal para a génese do projecto.
Tal como os encontros no Alentejo, este disco transporta-nos para um tempo sereno e solarengo onde saboreamos cada momento de forma lenta e com a nostalgia adolescente de quem cria com o coração. O álbum foi gravado ao vivo, em take directo, durante um fim-de-semana de Dezembro de 2020 no palco da Arte Viva, na Companhia de Teatro do Barreiro, sem público, sendo essa a primeira vez que a banda estava a tocar no mesmo espaço. A ideia era captar a empatia, o ar e o tempo lento que entre eles se fazia sentir naquele palco, podendo, assim, colocar o ouvinte no mesmo espaço sensorial que a banda. Mais tarde, durante 2021, gravaram alguns overdubs no estúdio Estrela de Alcântara. A música “Shoulder to Shoulder” conta a colaboração de Carla Passinhas (The Brooms) no acordeon. O Design do packaging ficou a cargo de José Mendes, com fotografias de Miguel Lima e de Miguel Ângelo. “Village Song” é o single de antecipação de Montes Altos. O disco foi gravado e misturado por Miguel Raposo Lima, que também tocou percussão, fez sonoplastia e fez a masterização.

PEDRO CUNHA – “Perfeita Equação”// Músico, compositor português, que durante anos esteve na linha de frente do pop e do rock nacional como membro da banda Santos & Pecadores (10 álbuns editados, vários prémios e galardões associados). Paralelamente à carreira em Santos & Pecadores, no ano de 2005 fez parte do projecto Spin e lança o álbum “Scanning System for Problems”. Com o pseudónimo Ah Nuc , edita dois álbuns a solo, “Satélite On” (2015) e “Between Silence & Noise” (2019). “Convite” é o nome do álbum de Pedro Cunha que será editado neste ano de 2022 e gravado em salas de espectáculos nacionais de norte a sul.  Em cada localidade Pedro Cunha convidará um artista da região – autor, músico…, para subir ao palco e com ele colaborar numa das canções do disco. Serão dez canções pop originais cantadas em português, onde resultará o trabalho final, o CD “Convite”. No arranque deste projeto “Convite”, encontra-se já disponível o primeiro single “Perfeita Equação” editado em Dezembro de 2021. Este projecto “Convite” será registado em vídeo,  que resultará numa curta-metragem dividida em dez capítulos de aproximadamente 5 minutos cada.

FIRGUN – “Marialva”// Após quase 2 anos de ausência, o compositor de temas de sucesso como “Só Por Mim”, “Mandrião” e “Já Nem Sei”, prepara-se para apresentar o seu novo álbum. Uma obra com a intenção característica de um artista que procura destacar a emancipação feminina, a toxicidade das relações interpessoais actuais, bem como a urgente compreensão da diferença enquanto verdadeira característica da beleza da ordem social. “Marialva” é um trabalho de afirmação, contando com um ADN 90% Feirense (uma vontade séria que Firgun priorizou ao procurar trabalhar com o máximo de músicos e de produtor(es) oriundos de Santa Maria da Feira), destacando-se pela lírica humildemente exposta, pelos arranjos de cordas fiéis à mais sonante embriaguez de espírito e pela combinação arrojada da organicidade da estética sonora com a mais vanguardista interpretação da nova música portuguesa.

PUSH! – “Unbreakable”// “Unbreakable” é o novo single dos Push! retirado do próximo EP “Bad Intentions” que será lançado pela Knives Out Records(FR) no primeiro semestre de 2022. “Bad Intentions” é o sucessor de “Dark Dive” de 2019. PUSH! são um colectivo de Lisboa constituído por André Paiva, Daniel Almeida, Nuno Cruz, Ricardo Servo e Roberto Cebola e contam já com três álbuns. 

CITYSPARK – “She’s so beautiful”// Os Cityspark divulgaram um novo single, “She’s so beautiful”, que podes ouvir em baixo. Formados a 1 de Dezembro de 2008 em Cinfães/ Clº Paiva os CitysparK são compostos por 4 elementos: Hugo Lourenzo (voz/guitarra), Jorge Ferreira (voz/sintetizadores), Vítor Bruno (bateria/percussão) e Leonel Gonçalves (guitarra). Desta forma abraçaram o desafio a novas sonoridades que passam pelo Rock, Pop e Indie tendo em conta toda uma experiência gerada pelos projectos anteriores originado assim uma cumplicidade musical multifacetada não pela rápida abordagem do projecto, mas sim pela originalidade.

[Nota: Todos os textos foram retirados dos comunicados enviados à redacção da Arte Sonora]