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ENTREVISTA | Ian Anderson (Jethro Tull): A Flauta Mágica do Rock Progressivo

Aos 77 anos, Ian Anderson, o lendário frontman dos Jethro Tull, não mostra sinais de abrandamento. Com o seu 24º álbum de estúdio, “Curious Ruminant”, já cá fora e uma tour agendada que vai passar por Guimarães a 10 de Outubro, Ian demonstra que a reforma não está nos seus planos.

Quase a completar sessenta anos de carreira com os seus Jethro Tull, Ian Anderson apresenta-se como uma autêntica alma nova. Em palco pode já não ter o fôlego de outros tempos, mas nunca compromete a sua performance. Já em estúdio é onde Ian continua mais ativo e prolífico, tendo em 2025 editado o seu 24º álbum com os Jethro Tull, “Curious Ruminant”.

Ian apresenta-se como um homem do Renascimento. Aspetos como o conhecimento, o racionalismo e o humanismo continuam a estar presentes na sua forma de pensar e na sua  música, não só no que diz respeito aos instrumentais e às letras, mas também nos títulos e nas capas que apresenta para os seus álbuns.

Com o intuito de absorver um pouco da sua sapiência, a Arte Sonora falou com o músico sobre temáticas variadas como a criatividade, a definição de conceitos, a produtividade em contexto de gravação e um momento particular que partilhou com Ozzy Osbourne.

Este ano lançaste o teu 24º álbum de estúdio com os Jethro Tull, “Curious Ruminant”. Passados quase sessenta anos desde que formaste a banda como é que te manténs criativo enquanto compões?
Acordo de manhã, geralmente cedo, e as ideias surgem com frequência. Já escrevi várias músicas na minha vida, precisamente naqueles minutos após acordar. Por isso, quando estou a trabalhar num novo álbum, é muito produtivo começar cedo, por volta das 6h da manhã. Quanto à criatividade… talvez seja algo com que se nasce, mas não acho que diminua com a idade. Considero que é uma sorte quando consegues sentir o impulso e o entusiasmo de entrar num processo criativo. Portanto, não é mais difícil agora do que era quando eu tinha vinte e poucos anos. Na verdade, de certa forma, talvez seja até mais fácil, porque hoje entendo melhor o procedimento, a forma como tudo funciona. Mas não é algo que eu queira fazer todas as manhãs. Não consigo concretizar todas as ideias até ao fim. Por isso, sou seletivo. Há dias em que acordo e não quero ser criativo. Prefiro fazer algo mais comum, como ver os meus e-mails ou ler as notícias. Mas, quando estou com vontade de criar, é ótimo começar cedo.

O título do álbum parece descrever uma espécie de animal com características humanas. Podes explicar o significado que está por trás?
Não tem nada que ver com animais. Eu tenho curiosidade sobre muitos tópicos diferentes. Lembro-me de que, quando era criança, tinha uma enorme curiosidade. Queria aprender coisas, não tudo, mas certos temas que me atraíam. Talvez essa ênfase tenha mudado. As coisas que quero aprender agora são um pouco diferentes em comparação com quando tinha sete ou oito anos. Mas continuo a ser curioso, e sou um ruminante, não no sentido de ser um animal que mastiga erva fermentada com os ácidos do estômago. Não é isso que tenho em mente. Ruminar, neste caso, é pensar sobre algo, refletir sobre isso, considerar. E então eu tenho curiosidade e gosto de pensar sobre as coisas que aprendi. Juntando essas duas coisas sou um ruminante curioso (Curious Ruminant).

De repente, conseguia tocar na flauta as coisas que eu costumava tocar na guitarra. Conseguia tocar um solo de blues. Tudo aconteceu em, provavelmente, 24 horas e, duas ou três semanas depois eu estava no palco do Marquee Club, em Londres, a tocar flauta com os Jethro Tull, no final de Janeiro de 1968 pouco depois da banda ter mudado para o nome que todos conhecem.

Muitas pessoas provavelmente desconhecem, mas só começaste a tocar flauta alguns meses antes da gravação do álbum de estreia dos Jethro Tull “This Was” (1968), depois de teres desistido da guitarra elétrica. Porquê a escolha da flauta e não de outro instrumento como por exemplo o violino ou a gaita de foles que também fazem parte da música folk inglesa e da música tradicional escocesa?
Era guitarrista na minha adolescência, mas já havia um milhão de guitarristas por aí, e certamente muitos deles eram muito melhores do que eu. Quando ouvi Jeff Beck, Jimmy Page, Ritchie Blackmore e Eric Clapton, percebi que nunca seria tão bom quanto eles. Então, decidi vender a minha guitarra e procurar outro instrumento que não fosse tão comum no mundo do pop e do rock. Acabei por escolher a flauta, simplesmente porque, no dia em que levei a guitarra para a loja para trocá-la, havia, por acaso, uma flauta pendurada na parede, uma flauta brilhante, e pensei: «Gosto disto. Parece um bom instrumento alternativo que talvez eu pudesse aprender a tocar.» Isso foi em julho ou agosto de 1967. Mas, no início, eu não conseguia tirar sequer uma nota. Não fazia qualquer som além do sopro. Até que, por volta de final de Novembro ou início de Dezembro, alguém me disse que era como soprar no topo de uma garrafa (Ian exemplifica com uma garrafa pousada na sua mesa). Apliquei isso à flauta e, de repente, consegui produzir uma nota. Uau. Penso que foi um sol. Então apliquei isso à flauta e, de repente, tinha uma nota, uau. Penso que foi um Sol. Depois usei a outra mão e coloquei um dedo em baixo e obtive um Fá, e depois um Mi e um Ré, e depois um Lá e Si, e de repente eu tinha a escala pentatónica, e conseguia tocar blues, bem com o acrescento de um Si bemol, numa tonalidade de Mi menor. Mas foi aquele momento de revelação. De repente, conseguia tocar na flauta as coisas que eu costumava tocar na guitarra. Conseguia tocar um solo de blues. Tudo aconteceu em, provavelmente, 24 horas e, duas ou três semanas depois eu estava no palco do Marquee Club, em Londres, a tocar flauta com os Jethro Tull, no final de Janeiro de 1968 pouco depois da banda ter mudado para o nome que todos conhecem.

Como surgiu aquela postura característica em que te equilibras numa perna enquanto tocas flauta? Parece algo que um bobo da corte medieval faria numa apresentação.
Costumava ficar em pé sobre uma perna quando tocava harmónica. Não sei porquê. Era simplesmente confortável, mas eu estava a segurar um tripé de microfone, era fácil manter o equilíbrio. Mas, as primeiras pessoas que escreveram sobre os Jethro Tull na imprensa musical descreveram a banda como um  grupo cujo frontman toca flauta e fica em pé sobre uma perna. A ideia que ficou foi essa: que eu tocava flauta nessa postura. Mas, na verdade, eu já tocava harmónica assim. Quando li isso, pensei: «Uau, é melhor eu aprender a tocar flauta em pé sobre uma perna, porque é isso que as pessoas vão esperar.» E isso foi um pouco mais difícil, porque aí, sim, tens mesmo de te equilibrar. É muito mais exigente, especialmente hoje em dia, com as luzes em movimento. Quando as luzes se mexem no palco, manter o equilíbrio torna-se bem mais complicado. Mas, naquela época não tínhamos luzes móveis. As luzes eram apenas luzes fixas e muito simples. Então, sim, foi algo que comecei a fazer no Marquee Club, na verdade, porque a imprensa musical decidiu informar-me que era isso que eu deveria fazer.

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(c) Inês Barrau

Após tantas décadas em digressão és o único membro original que ainda está na banda. O que é que tea manter os Jethro Tull na estrada e a viajar à volta do mundo para tocar tantos concertos?
Bem, eu sou um tipo muito sortudo por ainda ter o meu emprego. Depois de todos estes anos há uma sensação de orgulho de poder fazer um concerto ao vivo e continuar ao ponto de não precisar de estar fora de casa durante seis ou oito semanas.Normalmente, viajo durante dois ou três dias: faço um ou dois concertos e depois volto para casa, onde consigo dormir na minha própria cama, talvez três noites por semana. Isso torna tudo muito mais fácil e satisfatório.  Então é muito mais fácil e muito mais satisfatório. Evito viagens longas, tanto pelas distâncias como pelos fusos horários, acabam sempre por me obrigar a estar fora por mais tempo. Por isso, costumo manter-me dentro do contexto mais amplo da Europa. Assim, consigo chegar ao destino com um voo de apenas uma hora e meia, o que é perfeitamente suportável. Não gosto particularmente de viajar, e gosto ainda menos de aviões. Prefiro andar de comboio, mas são um pouco mais lentos.

Este ano assinalam também o 50º aniversário de “Minstrel in the Gallery”, um álbum que foi gravado no Mónaco com o estúdio móvel Maison Rouge. Que recordações tens do processo de gravação do álbum?
Gravámos dois álbuns no estúdio móvel, “Minstrel in the Gallery” e “Too Old To Rock ‘n’ Roll: Too Young To Die!” (1976). Foi o estúdio móvel que construí em 1975 e levámo-lo connosco porque podíamos gravar em qualquer lugar. Existia uma estação de rádio no Mónaco que tinha uma grande sala de performances para orquestras e era adequada para instalar todo o equipamento. Acusticamente era bastante neutra, então era uma sala fácil de trabalhar. Eles alugaram-nos essa sala porque não a usavam com muita frequência. E assim, durante um período de mais ou menos três semanas ficámos no Mónaco numa casa alugada e íamos trabalhar para o estúdio. Na verdade, eu estava hospedado numa casa a 10/15 quilómetros de distância e ia de moto todas as manhãs até à estação de rádio para trabalhar e voltava à noite. Foi esse o processo. Já tinha escrito muitas das músicas enquanto estava lá ou quando estive na Suíça, antes disso. Lembro-me de quase tudo. Acho que parte da mistura pode ter sido feita na Inglaterra, mas as sessões de gravação aconteceram todas no Mónaco, o que é algo que eu realmente não gostaria de fazer de novo, mas na época fez sentido. Naquela época não era tão turístico quanto é agora, nem tão caro. É ainda mais caro do que morar na Suíça ou no centro de Londres. Então, não é um lugar onde eu escolheria morar. Muitos pilotos de corridas e jogadores de ténis moram no Mónaco, mas isso é puramente por questões fiscais. É uma experiência tão maravilhosa para uns, mas para mim seria entediante acordar todas as manhãs num lugar cheio de exilados fiscais e turistas.

Maison Rouge
Folheto promocional do estúdio móvel Maison Rouge

Os estúdios de gravação móvel foram muito populares nos anos 70, certo? Os Led Zeppelin gravaram vários álbuns com o estúdio móvel dos The Rolling Stones e o músico Ronnie Lane também tinha um estúdio móvel muito famoso. 

Acho que havia dois motivos. Primeiro, os estúdios de gravação em Londres eram tão movimentados que nunca se conseguiam reservas. Era muito difícil conseguir um lugar. Segundo, se estivesses com um estúdio de gravação móvel poderias gravar em qualquer lugar que quisesses. Tanto poderia ser uma bela casa de campo ou algum lugar onde pudesses estar afastado da cidade. Mas, na maioria das vezes, não era muito produtivo, porque as pessoas ficavam num ambiente rural agradável, longe da cidade, mas passavam o tempo a dormir ou a usar drogas. Eu achava isso contraproducente. Mas, quando estávamos no Mónaco a gravar o álbum com o nosso próprio estúdio móvel o tempo era dinheiro, e eu não queria perder tempo porque outras pessoas queriam reservar o estúdio para usá-lo. Tentámos então trabalhar num período de trabalho muito rigoroso e disciplinado em que dizíamos: «Nas próximas três semanas vamos gravar um disco.» E então estávamos a trabalhar todos os dias. No final fiquei a pensar que talvez preferisse trabalhar num estúdio mais perto de casa. E então construí o estúdio Maison Rouge em Fulham, Londres, que começou como um único estúdio. Mantivemos o estúdio móvel também por lá e depois construímos um segundo estúdio. Mas, por volta de 1983 decidi ir um pouco mais longe e construi um estúdio na minha casa que ficava a cerca de uma hora e meia de distância daquela parte de Londres. Então vendi os meus estúdios em Londres e comecei a trabalhar em casa, que é o que eu faço. Ensaiamos e gravamos lá, como sempre fizemos, e isso significa que não preciso de me deslocar. Apenas tenho que caminhar cerca de cinquenta metros do portão da garagem até ao estúdio.

Estive em Portugal duas ou três vezes de férias. Numa dessas ocasiões, fiquei no Porto, perto do rio. Já estive também em Lisboa para tocar e, pelo menos uma vez, consegui ter um dia livre para explorar um pouco da cidade. É um país lindíssimo.

Vens a Portugal com os Jethro Tull há já 25 anos. Além de Lisboa e Porto, também já tocaste na pequena cidade de Gouveia. Este ano vais tocar na cidade de Guimarães, “o berço de Portugal”. Quais são as tuas melhores memórias dos concertos que já deste em Portugal.
Bem, apresentei-me em Portugal relativamente poucas vezes, comparado com o número de concertos que fiz em Espanha ou Itália. Imagino, simplesmente, que não existam assim tantos locais disponíveis para tocar. Mas nós não escolhemos onde atuamos, recebemos propostas de promotores. Não sou eu quem diz que quero tocar neste lugar específico. Se for um local onde nunca estive, torna-se mais interessante, claro, gosto de conhecer sítios novos. Já toquei no Porto algumas vezes, mas sempre na parte “nova” da cidade, em espaços que talvez não sejam assim tão entusiasmantes para atuar. Estive em Portugal duas ou três vezes de férias. Numa dessas ocasiões, fiquei no Porto, perto do rio. Já estive também em Lisboa para tocar e, pelo menos uma vez, consegui ter um dia livre para explorar um pouco da cidade. É um país lind0. Tinha planos para voltar este ano, mas estou a ficar sem dias devido à regra dos 180 dias que permite aos britânicos visitar países europeus sem visto, e por isso estou a ficar sem dias livres. Ia tirar uns dias de folga em Agosto ou Setembro para visitar outras zonas de Portugal que ainda não conheço, mas não quis arriscar ficar sem dias suficientes para viagens de trabalho. Então, vou ter de esperar até ao próximo ano para poder voltar, a visitar e ter um tempinho só para mim. Provavelmente, irei para a região de Lisboa, até porque consigo voar diretamente para lá com a British Airways.

Algumas semanas atrás testemunhámos o último concerto dos Black Sabbath em Birmingham. Esta semana infelizmente perdemos o Ozzy Osbourne. Sabemos que o Tony Iommi tocou com os Jethro Tull em 1968 durante um breve período. Podes partilhar algumas memórias desses primeiros tempos em que o Tony esteve na banda? Ele compôs ou gravou alguma coisa?
Estávamos em meados de 1968, talvez Setembro ou Outubro, a dar um concerto nalgum lugar, talvez numa universidade, e a abrir para os Jethro Tull estava um banda chamada Earth. Eu ouvi-os por um tempo e fiquei muito impressionado com o guitarrista que tinha uma abordagem muito simples, direta e poderosa ao instrumento. Entrei em contato com ele, acho que algures em Novembro, quando o Mick Abrahams, o nosso guitarrista, deixou a banda. «Estarias interessado em vir para Londres para tocarmos no estúdio e ver o que acontece?», perguntei. Então, o Tony veio e passámos dois dias, acho eu, nos Morgan Studios, a tocar algumas músicas que tinha escrito e que o Mick Abrahams não gostava muito porque não eram blues, eram outra coisa. Então, toquei para o Tony e ele deu o seu melhor com o material, mas percebi que ele tinha uma pequena deficiência física que tinha acontecido após ter sofrido um acidente de trabalho quando trabalhava numa fábrica e que levou à perda das pontas de dois dedos. E por isso algumas coisas eram bem difíceis para ele conseguir tocar. Lembro-me da música “Nothing Is Easy”, que gravámos no segundo álbum dos Jethro Tull. Estava a tentar ensinar-lhe uma parte. Mas ele não conseguia tocar aqueles acordes, era algo que não conseguia fazer facilmente. E acho que essa foi uma das razões pelas quais o Tony foi um músico tão icónico naqueles anos em que os Black Sabbath se tornaram famosos, porque ele não soava como todos os outros. Ele veio de uma formação em blues e rock, mas desenvolveu o seu próprio estilo. A maneira de tocar dele era simples e clara. Ele usava muitos acordes menores simples e quintas abertas na música, que também passei a usar com bastante frequência. Mas o Tony voltou para ajudar-nos quando fomos convidados para tocar no programa de TV “Rock and Roll Circus” dos The Rolling Stones, logo depois do Natal, e ele veio só para ocupar o lugar de guitarrista. Ele não estava a tocar ao vivo. Estava apenas a imitar a parte da guitarra que foi gravada no primeiro álbum, mas mantivemos contacto ao longo dos anos. Ele fala bem de mim e eu falo bem dele. Na verdade, alguns dias antes do último concerto dos Black Sabbath, há três semanas atrás, eu enviei-lhe uma mensagem, apenas a dizer: «Boa sorte para o concerto. Espero que tudo corra bem.» E ele respondeu, dizendo: «Como podes imaginar, tem sido muito difícil.» Não entrou em detalhes, mas, claramente não foi fácil organizar tudo. E não disse nada mais do que isso, mas presumi que a banda tinha feito alguns ensaios e que talvez as coisas estivessem um pouco complicadas. Eles só tocaram quatro músicas, mas foram talvez as quatro faixas mais famosas dos Black Sabbath. Quando soube, há três dias atrás, que o Ozzy Osbourne tinha morrido, escrevi para o Tony novamente apenas a transmitir as minhas condolências pela perda do amigo. Imagino que tenha sido um verdadeiro choque, porque, embora o Ozzy estivesse muito mal há vários anos, acho que ninguém esperava que ele morresse repentinamente, menos de três semanas após o último concerto.

Só conheci o Ozzy Osbourne uma vez, quando os Black Sabbath e os Jethro Tull tocaram no mesmo concerto nos Estados Unidos, provavelmente em 1970. Estava no meu camarim, depois de fazer o soundcheck, e ouvi alguém a bater à porta. Abri e era o Ozzy. Ele entrou no meu camarim e sentou-se com um ar muito preocupado. Disse-me: «Estou muito doente. Perdi a voz. Só queria dizer que não vou poder fazer o concerto.» Ele apareceu como um verdadeiro cavalheiro. Veio ao meu camarim e disse-me antes de contar ao promotor ou a qualquer outra pessoa que tinha que cancelar o concerto, como um ato de um cavalheiro profissional. Falámos com o promotor e disse: «Ok, acho que o público já está a vir para a sala. Acho que temos que tocar, mas vai ser difícil. Alguém vai ter que anunciar que os Black Sabbath não estarão no concerto, e talvez algumas pessoas queiram reaver o dinheiro do bilhete de volta…», porque obviamente os Jethro Tull e os Black Sabbath, naquela época, tinham estilos musicais muito diferentes. Poderias olhar para o público e ver que, metade estava lá para ver Jethro Tull e a outra metade para ver Black Sabbath. Ainda assim a maioria das pessoas ficou para nos ver. Tivemos que tocar algumas músicas extra para cobrir a ausência dos Black Sabbath. Mas, essa foi a única vez que privei com o Ozzy Osbourne, mas memórias dele são positivas. Fez a coisa certa em vir falar comigo de uma forma profissional e gentil para dizer que não seria capaz de fazer o concerto. Outros músicos poderiam ter simplesmente dito ao seu manager, tour manager ou a um membro da equipa da estrada e entrado numa limusine para voltar para o hotel. Mas, o Ozzy veio e falou comigo pessoalmente, algo que achei bastante interessante. Essa é a única história que eu tenho. Bem, eu tenho uma ou duas outras histórias, sobre coisas que o Ozzy fez, mas são muito piores do que qualquer uma que já tenhas ouvido e acho que não devo falar sobre elas em público. Particularmente uma delas, que pelo que parece seria muito credível, mas é tão terrível que eu jamais conseguiria expô-la em público.

A 10 de Outubro, está marcado o regresso dos Jethro Tull a Portugal, para um concerto no Multiusos de Guimarães. Os bilhetes estão à venda aqui.

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