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Alexandre Frazão, 5/4

Alexandre Frazão, 5/4

Redacção

«O material é como a roupa que usamos. É aquilo que curtes!»

Pode ler-se no wiki que «Alexandre Frazão é um músico multifacetado, que se expressa tanto nos vários idiomas jazz, como noutros estilos de música, da música pop ao rock, ou da música tradicional portuguesa a estilos experimentalistas, entre outros, recorrendo de modo inventivo a vários recursos da bateria, para se expressar com uma concepção muito elástica de ritmo e textura». O que o wiki não sabe, descobriu a Arte Sonora.

pinguim drums

PRIMEIRA BATERIA
Um modelo que acho que já nem existe, uma Pinguim. Os timbalões eram 13″, 13″ e 16″. A diferença era profundidade, a primeira era 13″ por 8… É um bocado estranho hoje em dia, mas sabes, na altura o Keith Moon, o baterista dos The Who, usava muitos timbalões do mesmo tamanho, que só diferenciavam na profundidade (bom, e na forma como tocava, muito espampanante e por cima das cenas, com muitos breaks), e acho que a Pinguim baseou-se nessa referência. O tamanho era o mesmo, treze polegadas, mas um era mais curto e o outro mais fundo.

Gosto de maple.

MADEIRAS PREFERIDAS
Quando uma pessoa viaja muito, como é o meu caso, mandas um rider a dizer: as baterias podem ser Remo, Pearl, Gretsch, Yamaha, etc. Abres o leque para as companhias de aluguer e para o promotor, para facilitar, e dizes que queres o bombo disto ou daquilo, mas não especificas a madeira e acabas por apanhar coisas que são muito parecidas. É claro que há umas com que te identificas mais.  Eu gosto de maple [bordo].

drumsticks

BAQUETAS
As de maple são mais equilibradas, em relação às de hickory [nogueira], que até são mais populares. As de maple, no mesmo par, uma é igual a outra – no peso, no toque, seja o que for – mas como a madeira é mais leve acaba por durar menos, parte a ponta ou lascam, mas dá melhor som de prato. Para quem gosta de som de prato, como eu, as maple são melhores. As de hickory uso em cenas tipo Led On, em que estou mais a abrir, porque duram mais.

“PLAY ALONG”
Toco com discos até hoje. Ponho nos phones ou nas colunas. Até faço uma analogia. Quando estou com os phones faz de conta que estou a gravar. Ouves a bateria diferente, até tocas mais forte. Quando pões as colunas, estás a tocar para quem está a tua volta; está ali o baixista, o saxofonista, o cantor, seja o que for… e tu estás a tocar junto.

O material é um bocado como a roupa que usamos, não me ponhas aqui um sapato ou calça de fato, é mais ou menos isso.

ENDORSEMENT
Gosto mesmo. Não é aquela cena que me dão e tenho que dizer bem! É como me sinto melhor. O material é um bocado como a roupa que usamos, não me ponhas aqui um sapato ou calça de fato, é mais ou menos isso. É aquilo que curtes usar e no meu caso não é pelo nome. Da Zildjian por exemplo, tive oportunidade de experimentar outras coisas. Os kits de bateria são uma DW e uma Pacific (que são a mesma coisa). A DW tenho um kit pequenino para jazz: bombo de 16″, 12″ e 14″nos timbalões e tarola de 14″ por 5,5. Depois tenho uma Pacific grandalhona, que é o modelo mais barato da DW, que uso em Led On, com bombo de 24″, 16″ e 18″ nos timbalões e uma tarola também grande com 14″ por 7,5. E aí também uso outros pratos, uns série K.