AS10 | Guitarristas Portuguesas Que Devias Conhecer
Neste artigo, apresentamos algumas das guitarristas portuguesas que, se não conheces, devias conhecer.
Num meio ainda muito masculinizado como é o dos instrumentistas, são cada vez mais as mulheres a dar nas vistas e a assumirem um papel determinante na música. E Portugal não foge à regra.
Apesar de um estudo realizado pela Fender nos Estados Unidos da América e no Reino Unido indicar que 50% dos novos aspirantes ou iniciantes na guitarra são mulheres, por cá, talvez ainda não seja tanto assim.
No entanto, e apesar de os números ainda estarem longe do equilíbrio, são muitas as mulheres que fazem das seis cordas o seu modo de vida. E depois da lista de 10 bateristas “tugas” que todos devíamos conhecer, não poderíamos deixar de dar destaque às guitarristas nacionais.
Tentou-se – como sempre – ser ecléctico e por isso mergulhou-se em diversos estilos. De jovens promessas a nomes consolidados da nossa cena musical, esta é a lista das 10 guitarristas que todos devíamos conhecer.
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LUÍSA AMARO | Nascida em Kinshasa, na República Democrática do Congo, mas a viver em Portugal desde muito nova, Luísa Amaro, discípula e companheira do mestre Carlos Paredes (1925-2004), foi a primeira mulher a gravar um disco de guitarra portuguesa. Por vontade dos pais, estudou Direito na Universidade Católica, mas não concluiu o curso para se dedicar exclusivamente à música. Foi aluna do Conservatório Nacional de Lisboa, onde estudou guitarra clássica com Lopes e Silva, além de ter estudado com a guitarrista argentina María Luisa Anido, em Barcelona, e ainda com o guitarrista argentino Roberto Roussel, no Curso Internacional de Guitarra, em França. Após conhecer Carlos Paredes, em 1984, começou a tocar guitarra portuguesa. Três anos depois, assumiu o papel de compositora, compondo especificamente para guitarra portuguesa, sendo a primeira mulher a fazê-lo. É também a primeira a gravar, quer como intérprete, quer como autora de peças, para este instrumento. Tem oito discos em nome próprio, o último dos quais de 2018, “Mar Magalhães”.
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MARTA PEREIRA DA COSTA | Foi a primeira mulher guitarrista a acompanhar o fado como instrumentista profissional e ainda é a única no mundo a fazê-lo nessa qualidade. Distinguida em 2014 com o Prémio Instrumentista pela Fundação Amália Rodrigues, Marta Pereira da Costa rompeu com a tradição masculina do músico de fado e apresenta a nova guitarra portuguesa como voz do seu projecto, seja como quinteto composto por guitarra portuguesa, guitarra clássica, contrabaixo, piano (e/ou acordeão) e percussão, trio composto por guitarra portuguesa, guitarra clássica e contrabaixo, duo composto por piano e guitarra portuguesa, ou mesmo a solo. Marta costuma viajar por territórios como o do fado e da música tradicional portuguesa, mas também do chorinho brasileiro, da morna cabo-verdiana ou da world music. Diferentes sonoridades e ambientes, numa interpretação pautada pela sensibilidade e delicadeza, mas também intensa e dinâmica. Sempre com sabor a Portugal.
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EUGÉNIA CONTENTE | Esta açoriana residente em Lisboa parte a loiça toda! Tinha apenas 10 anos quando deu o seu primeiro concerto. Hoje em dia, e depois de ter concluído um curso na área da Arquitectura, na Faculdade de Arquitectura, em Lisboa, dedica-se à música de corpo e alma, e costuma apresentar-se com o seu Eugénia Contente Trio, depois de passagens por projectos como Carla Prata, Matay, Malabá, Monaxi, Jacarés, Safarah ou Ivan Beck. Apesar de ter começado como autodidacta, Eugénia Contente teve uma passagem pela escola do Hot Clube de Portugal, onde aprofundou os seus conhecimentos na área do jazz. Eugénia navega pelos sons do funk, da soul e da bossa nova e é, definitivamente, um dos nomes a ter em conta na nova cena musical portuguesa.
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INÊS MATOS | Mais um nome a seguir na nova música portuguesa, Inês Matos, 23 anos, pegou pela primeira vez numa guitarra aos nove. A paixão pelas seis cordas foi tão imediata que um ano depois começou a ter aulas com Rafael Chiotti e, para satisfazer o crescente interesse pela guitarra eléctrica e pelo rock, teve posteriormente aulas com João Luzio. Estudou na Escola de Jazz Luiz Villas-Boas Hot Clube de Portugal entre 2016 e 2020 com os guitarristas Sérgio Pelágio e André Santos e desde 2014 que é professora na Academia de Guitarra, em Lisboa. Toca com bandas desde a adolescência e faz parte da editora independente Xita Records desde a sua fundação, em 2015. Estreou o seu projecto a solo, Inóspita, na Noite Xita 2018, estando neste momento a promover o seu primeiro álbum, “Porto Santo”, editado em Fevereiro de 2022, e cuja review da AS podes ler aqui. Quem a quiser ver desbundar a guitarra eléctrica, é ir a um concerto, seja do seu projecto a solo, ou então de Primeira Dama, Chinaskee e João Borsch, com quem também toca. E muito.
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MARIANA MARTINS | Natural do concelho de Odemira, onde nasceu em 1999, Mariana Martins foi, aos 18 anos, a primeira mulher a entrar no curso de guitarra portuguesa da Escola Superior de Artes Aplicadas, em Castelo Branco – a única licenciatura em guitarra portuguesa do mundo. Quatro anos depois, em 2021, transformava-se na primeira Licenciada neste instrumento no mundo inteiro. Mariana Martins apaixonou-se pela guitarra portuguesa desde cedo, ainda nos bancos da escola primária. Incentivada pela mãe e por uma professora, colocou de parte o violino e a percussão e aventurou-se a dedilhar as cordas de um instrumento que, desde então, nunca mais largou. Actualmente, é professora em três agrupamentos de escolas em Lagoa e em Portimão, assim como na Academia de Música de Portimão e no Conservatório de Artes de Lagoa.
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ANA ALBINO | Outra máquina das seis cordas, Ana Albino iniciou os seus estudos no Conservatório de Lagoa e, três anos depois, ingressou na Escola Superior de Música de Lisboa, na classe de António Gonçalves. No último ano da licenciatura, fez Erasmus em Vigo, estudando na classe de Margarita Escarpa. Ao longo da sua formação clássica, participou em projectos musicais de rock, pop, folk, jazz, música contemporânea e música antiga. Fez masterclasses com vários guitarristas, entre os quais Dejan Ivanovich, Marcin Dylla, Fábio Zanon, Ramon Carnota, Duo Mellis e Pedro Mateo. Estudou dois anos na escola do Hot Club Portugal, até 2020, e deu aulas no agrupamento de escolas D. Filipa de Lencastre e na Academia de Música de Telheiras. Fundou, com o saxofonista Philippe Trovão, os projectos Forma Perdida e ROOM#315, com os quais fez uma tour e várias residências artísticas em locais como a L.A.C. ou o Conservatório de Música de Seia. Actualmente, além de estudar na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova, é guitarrista freelancer e dá aulas particulares e no Conservatório de Música de Sintra.
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RAQUEL MARQUES | Começou a sua aventura musical aos 13 anos. Raquel Marques estudou teoria, harmonia, história da música, prática de instrumento guitarra e voz com o professor Jorge Lee. Concluiu a licenciatura em Engenharia no Instituto Superior Técnico de Lisboa em 2002 e colaborou durante seis anos na escola de música Interartes como professora de canto, guitarra, teoria da música e assistente de coro, tendo integrado e actuado em projectos ligados a diferentes áreas da música, trabalhando a voz de forma abrangente a nível estilístico. Frequentou aulas de canto no Conservatório de Lisboa com a professora Inês Madeira (2011) e terminou a licenciatura na Escola Superior de Música de Lisboa em 2015, ramo Jazz-Voz. Integra um trio de jazz/música improvisada com os músicos João Farinha no piano e Rui Pereira na bateria. Fundou um duo de voz e baixo eléctrico juntamente com o baixista Yuri Daniel e integra ainda o quarteto JazzMint com repertório de standards de jazz e bossa nova. Como professora, leccionou no curso de jazz da escola JBJazz de Lisboa entre 2005 e 2021. Além de dar aulas privadas, lecciona desde 2006 no Colégio Inglês “Saint Julians School” de Carcavelos, desde 2012 na “Academia de Guitarra” em Algés e desde 2021 na escola do Hot Clube Portugal. Actualmente, é freelancer em diferentes formações como cantora e guitarrista.
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MARIANA ROSA | Nascida em Lisboa em 1991, Mariana Rosa estudou Jazz e Música Moderna na Universidade Lusíada e Geografia Física no Instituto de Geografia e Ordenamento do Território e já tocou com nomes como Berg, Pongo Love, e Romana (sim, essa mesmo), fazendo ainda parte de projectos como Anarchicks, Gaijas (com Sónia Cabrita, que faz parte das bateristas “tugas” que devias conhecer), Ivo Lucas e ainda a banda do filme “Variações”. É visivelmente fã de canhões da Fender e o rock corre-lhe nas veias.
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MARIA REIS | Lisboeta, 28 anos, criatividade pura e fulminante. No passado em Pega Monstro ou no presente em nome próprio, Maria Reis é o que se pode chamar de espírito irrequieto e inquieto. Co-fundadora da editora Cafetra Records, esta compositora, cantora e guitarrista editou em 2021 “A Flor da Urtiga”, gravado em colaboração com Noah Lennox (Panda Bear, Animal Collective), na figura de produtor e co-instrumentista, e que sucede a “Chove na Sala, Água nos Olhos”, de 2019, e ao EP inaugural “Maria”, de 2017. Maria Reis tem também vindo a colaborar regularmente com nomes como Sara Graça, Joana da Conceição, Gabriel Ferrandini, Miguel Abras ou Rudi Brito em concertos, apresentações artísticas, edição de música e de poesia.
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JOANA BRITO | Terminamos a lista em grande, com um nome proveniente do underground, mas que tem dado que falar desde que se estreou com a sua banda em 2015. Falamos de Joana Brito, vocalista e guitarrista dos Black Wizards, e que é (visivelmente) fã de sons analógicos que nos transportam para a década de 1970 e para bandas como Led Zeppelin, Black Sabbath ou Cream. Fuzz, distorção e grandes riffs são a sua imagem de marca.