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AS10 | Mitos do Rock ‘n’ Roll

AS10 | Mitos do Rock ‘n’ Roll

Redacção

Os Pink Floyd fizeram mesmo o tributo ao Feiticeiro de Oz? O Elvis vive? E o Paul McCartney, será um clone?

É inevitável que, arrebatando tantos espíritos, provocando tantas paixões e sendo vivido com tanta intensidade, o rock seja dado a criar mitos urbanos. Coisas mal interpretadas ou descontextualizadas que acabaram por se tornar numa crença ou esperança.

Afinal, a arte tem muito de interpretativo e cada um entende-a como quer. Claro que é pouco provável que Elvis Presley esteja vivo, mas quem não gosta de acreditar que sim? O rei, pançudo, com umas nativas de alguma ilha tropical a servi-lo…

Há outros que surgiram de especulações e se tornaram quase uma certeza para muitos. O “Dark Side Of The Moon” será mesmo a banda-sonora psicadélica que os Pink Floyd criaram para o “Wizard of Oz”? Eis 10 dos mitos mais famosos do rock…

DARKSIDE OF THE RAINBOW | O mito de que o “Dark Side of the Moon” é uma suposta banda-sonora alternativa para o filme “Wizard of Oz”. Nem se pode conotar essa teoria com o consumo de psicotrópicos, pois a mesma não surgiu contemporaneamente com o álbum, mas apenas em 1995, na era cibernética. Podem tentar fazê-lo e existirão algumas coincidências, mas não passarão disso mesmo como os membros da banda e o produtor, Alan Parson, por várias vezes reforçaram. Nick Mason, em 97, dissipou todas as dúvidas: «É um autêntico disparate. Não tem nada a ver com “Wizard of Oz”. Foi totalmente baseado no “Sound of Music”».

PACTO COM O DIABO | À meia-noite numa encruzilhada, numa zona rural do Mississipi, dirigiu-se um jovem Robert Johnson, munido duma velha guitarra, à procura dum negócio com o Diabo – a sua alma pelo pulsar das seis cordas. O Diabo terá pegado na guitarra do jovem negro, afinou-a, tocou algumas músicas e devolveu-a a Johnson, dando-lhe poder e mestria para a subjugar. Foi assim o comércio, a alma para o Diabo para ter alma para a guitarra, foi assim o início do rock n’ roll. Se há pessoal supersticioso são os músicos do delta blues, a isso junta-se o facto de se saber pouco da vida de Johnson e de ter morrido bastante jovem (27 anos) e não se saber muito das circunstâncias – mete-se o Diabo ao barulho e temos umas das maiores lendas na história da música, o Fausto do blues.

VIVO | Entre crentes afirma-se esperançosamente que Elvis não morreu em 1977, mas que foi tudo um embuste para o Rei poder refugiar-se da exposição mediática. Há imensas ocasiões em que Elvis é “visto” em restaurantes ou acampamentos de roulottes por todo. Há também quem afirme que o Rei foi raptado por extraterrestres… A verdade é que a morte de Presley já foi escrutinada por todos os ângulos possíveis e a conclusão é sempre a mesma: CSI sucks!

MR. MOJO RISING | Também a morte, em circunstâncias algo misteriosas (há que admitir), de Jim Morrison continua sem convencer muitos dos seus fãs. Afirma-se que o corpo enterrado em Paris é de outro indivíduo. Contudo, parece ser inegável que o Lizzard King teve uma paragem cardíaca em 1971, possivelmente devido ao abuso no consumo de drogas.

ENTERRADO VIVO | Portugal tem também o gigantesco mito relacionado com artistas. Há quem acredite que Carlos Paião foi enterrado vivo! Afirma-se que os restos mortais, na altura da trasladação, estavam numa posição estranha e a tampa do caixão estava arranhada e evidenciado detritos de unhas humanas. Contudo, a violência do acidente de que foi vítima em 1988, colisão frontal com um veículo pesado deixa pouco espaço a uma especulação tão macabra. De resto, o músico foi autopsiado e convenhamos que é difícil fazer isso com alguém vivo.

DIETA BIZARRA | Devido à estética algo esquizofrénica das suas composições, Frank Zappa é associado a inúmeras histórias pouco plausíveis. A mais famosa será a de ter ingerido as suas próprias fezes – umas versões referem ter sido numa actuação, outras num concurso (!?) em que participou com Captain Beefhart. O guitarrista referiu-se a este rumor na sua biografia “The Real Frank Zappa Book”, afirmando que em Londres no ano de 67 ou 68 um membro dos Flock dirigiu-se-lhe dizendo: «És fantástico. Quando ouvi sobre teres comido as fezes no palco pensei, ‘Este gajo está mesmo lá!’». Zappa conta que lhe disse que isso nunca aconteceu e o sentiu bastante desiludido e acrescenta que nunca defecou em palco e o mais próximo que esteve de comer fezes foi no buffet de um Holiday Inn na Carolina do Norte.

UMA NOVA FORMA DE AUTO-EROTISMO | Marilyn Manson é o rei dos mitos! Ele colocou implantes mamários, tornou-se sacerdote numa igreja satânica, etc. O mais famoso será o mito de que o artista removeu costelas para poder satisfazer-se a si próprio oralmente Manson nunca o fez, essas cirurgias não são realizadas no mundo ocidental e de qualquer forma. Se perderem tempo a investigar sobre o assunto, seria mais prático remover vértebras da coluna, para conseguir essa proeza!

SÓSIA | Pode surpreender-vos, mas existe um número considerável de pessoas que acreditam que Paul McCartney não sobreviveu ao acidente de automóvel em que esteve envolvido em 1967. Os crentes nessa teoria afirmam que devido à “imensa máquina” que os Beatles se haviam tornado um sósia foi descoberta para ocupar o lugar do músico e que a prova é a foto da banda no álbum “Abbey Road”, na qual todos os restantes Beatles surgem calçados enquanto o falso McCartney está descalço. Se são músicos e querem garantir o vosso legado procurem um sósia vosso que domine os mesmos licks e dinâmicas que vocês no instrumento!

TRANSPLANTE | Claro que um artigo destes não estaria completo sem uma referência aos KISS. Pois bem, o tamanho da língua de Gene Simmons é recorrentemente motivo de debate. Há quem afirme que o músico cortou o ligamento glossoepiglótico para ter uma maior projecção exterior, enquanto outros afirmam que Simmons fez um transplante de língua, trocando a sua pela de uma vaca! Aparentemente, o músico tem apenas uma língua grande.

“MOCA” REAL | Sem resolução aparente quando à sua veracidade surge a história de que os Beatles, na antecâmara da cerimónia em que iriam ser premiados pelos Membros do Império Britânico, no Palácio de Buckingham, decidiram fumar 420. Para acalmarem os nervos, segundo o autor deste relato – o próprio John Lennon. Mais tarde Paul McCartney e George Harrison negaram que o tivessem feito, já Ringo Starr diz não se recordar. Assim, o mito de uma “moca” real subsiste.