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ENTREVISTA | Jónatas Pires: A Riqueza da Metáfora Como Expansão da Imaginação

ENTREVISTA | Jónatas Pires: A Riqueza da Metáfora Como Expansão da Imaginação

Nuno Sarafa
Vera Marmelo

“Terra Prometida” é a auspiciosa estreia a solo de Jónatas Pires, uma das caras dos saudosos Pontos Negros que nos habituámos a ver, na última década, aos comandos das guitarras da banda de Samuel Úria.

Já lá vão 14 anos desde que se deu a conhecer ao mundo como uma das quatro faces de Os Pontos Negros, banda que na altura liderou a renovação do roque cantado em português, nascida no seio da FlorCaveira, um movimento que gerou amores e ódios no micro-mundo musical português.

Contas feitas, foram cerca de seis anos corridos na estrada com a banda que fundou na adolescência, até se juntar ao ensemble de Samuel Úria, já lá vão uns bons 10 anos. Pelo meio, integrou ainda a iniciativa de cariz solidário Tudo É Vaidade, em que participaram nomes como Domingos Coimbra, Manuel Palha e Tomás Wallenstein (Capitão Fausto), Gospel Collective, Selma Uamusse ou Benjamim.

Em todo este tempo, factores transversais a todo o trabalho de Jónatas Pires são uma espécie de amor à baixa-fidelidade do rock’n’roll e do punk, uma paixão pela alta-fidelidade da língua portuguesa e as suas metáforas e um romance indisfarçável com as melodias afiadas e apontadas ao coração.

As regras parecem manter-se em “Terra Prometida”, o primeiro disco de Jónatas Pires em nome próprio, um álbum em que o guitarrista se afirma em definitivo como escritor de canções, neste caso 11, das quais podemos nomear algumas de grande calibre, como “Primavera”, “Terra Prometida”, “Eu Só Preciso”, “Meus Olhos Descansam”, “Mesa Posta”, “Fogo Posto” ou “Rosto Negro”.

«Entre as várias frases que roubei em homenagem a outros autores e poetas, destaco a de Machado de Assis: “Quincas Borba, doente, contemplou a cara magra e o olhar febril com que descobria os subúrbios da morte”», refere Jónatas, para dar contexto à identidade do disco.

Para o autor, “Terra Prometida” é «o lugar disponível para todos os cansados de vaguear pelos subúrbios da vida. Os que carregam o peso das lágrimas com a esperança de poder vir a carregar o peso da alegria. Os que ficam sem resposta quando chamam alguém pelo nome, mas continuam a deixar a mesa posta antes de ir dormir. Enfim, para cada um de nós num qualquer momento. Esta é a Terra Prometida. Tentei apontar para ela, mas o caminho é de quem a ouvir chamar».

Sendo tu um dos compositores de Os Pontos Negros, uma banda que deixou saudades, porque é que esperaste tanto tempo para editar em nome próprio?
Para ser curto e grosso, andei ocupado com outras coisas. Não é que não quisesse fazer canções e editá-las. Mas todo este tempo foi um bocado como ir à pesca para almoçar: tive de lançar a cana e, depois, pôr a mesa, preparar o resto do almoço, pôr o carvão a acender e só voltei mais tarde para ver se já havia peixe. E havia! Quando voltei, já tinha uma ideia do tema transversal ao disco, onde é que me queria encaixar para poder escrever algo que fizesse sentido enquanto disco, que não fosse apenas uma colecção de singles, mas que se pudesse ouvir do início ao fim e ter-se uma noção muito vincada de um ou dois temas transversais, quase como um romance, um livro que se lê de uma ponta à outra e em que se encontra alguma coerência, um fio condutor. Fazer isso levou algum tempo. Além de que estive este tempo todo sempre a tocar com o Samuel Úria e isso permitiu-me não ter de pensar muito nas minhas coisas, pois estava muito focado naquela figura de proa; trabalhamos para ele e para o fazer brilhar e isso também me deu alguma liberdade para descansar de fazer coisas minhas. Entre o último disco de Os Pontos Negros e este também estive no projecto Tudo É Vaidade, que foi algo também muito meu, embora com muita gente à mistura. Mas estas coisas levam tempo, umas vezes mais, outras menos, mas esta espera valeu a pena. Claro que com uma pandemia pelo meio, atrasou um pouco mais as coisas. Mas o que vale é que já está cá fora.

No comunicado que acompanha o disco dizes que esta “Terra Prometida” é o lugar disponível para todos os cansados de vaguear pelos subúrbios da vida. Estás cansado? Desiludido com alguma coisa?
Vivemos numa época em que há uma ditadura muito grande da imagem, uma suposta transposição da realidade para os meios de comunicação. Ouvimos um disco e a tendência inicial é interpretar tudo como sendo uma espécie de compêndio das experiências pessoais do autor ou do compositor, do escritor, e é normal que haja interpretações diversas. Uma das coisas que procuro usar em quase todas as minhas canções é que sejam ricas em metáforas, porque essa figura de estilo de que gosto muito ajuda a expandir a imaginação. Se estiver a olhar para um bloco de cimento e disser que estou a olhar para um bloco de cimento e que é rectangular e cinzento, ficamos com uma descrição muito exacta, mas a vida não é isso. A vida não se pode resumir ou enclausurar em detalhes técnicos. Não quero dizer que não são importantes, porque são. Se fores, por exemplo, engenheiro e tens de construir um prédio, são detalhes importantes. Mas quando vamos retratar a realidade, é bom usarmos figuras de estilo que nos ajudam a ampliar a visão, que nos procuram revelar coisas e levar-nos por caminhos que não são tão imediatos, que deixam espaço para alguma ambiguidade, para que depois as nossas próprias emoções e sentimentos se possam expressar de uma forma que não se traduz apenas em 0’s e 1’s ou em fórmulas matemáticas. Falas em desilusão, mas não é tanto isso. Por exemplo, no tema “O Padeiro de Portalegre”, há uma série de referências a coisas que fazem parte da realidade que todos vivemos, mas há uma forma de as interpretarmos e buscar situações que nos podem levar para um caminho diferente. É para isso que também serve a poesia. Pensemos numa citação alterada de Fernando Pessoa de um dos poemas mais emblemáticos da história da literatura. Basta mudarmos uma palavra e o poema ganha um sentido que não é completamente desfasado do sentido original, mas que ganha um novo sentido. Há algo que se acrescenta. Nós os dois podemos não fazer parte do grupo inicial dos lesados do BES, mas, neste momento, se pensarmos numa perspectiva moral, ética e financeira, não há um português que não seja um lesado do BES. Não é tanto uma desilusão, mas antes uma constatação de que há uma realidade que podemos interpretar à luz da informação que nos chega através dos meios de comunicação. Mas há leituras da realidade que só a poesia nos pode fazer alargar para um contexto maior, muito maior do que a bolha em que estamos inseridos.

Não houve corta e cola, trabalhámos até chegar a um ponto em que o que lá estava era o que tinha de ser. Não fizemos batota

Então, onde é que fica esta “Terra Prometida”?
Essa pergunta tem de ser feita a cada ouvinte. Do ponto de vista de um compositor, é muito mais interessante colocarmo-nos num lugar onde fazemos as perguntas em vez de deixarmos as respostas à vista, porque há perguntas na vida a que mais ninguém consegue responder a não ser nós próprios. Temos de ir à procura dessas respostas e, nesse sentido, a “Terra Prometida” é um lugar que existe para cada um. Isto está ligado a uma ideia que é transversal ao próprio disco, que é, cada um de nós, em determinadas circunstâncias da vida, certamente passaremos por um momento em que nos sentimos mesmo no fundo do poço e sem forças ou energia para olhar para cima e acreditar que é possível sair daquele buraco. Mas o simples facto de acreditarmos que é possível, apesar de não podermos ainda ver o que está à nossa frente, muitas vezes é aquilo de que precisamos para fazermos o caminho, por mais difícil e duro que ele possa ser.

Tens várias participações neste disco, convidados conhecidos e outros que dizes serem anónimos. Não quiseste que fosse um disco só teu, virado para o lado pessoal?
Todas as pessoas que trabalharam neste disco foram escolhidas por mim. O principal motivo para estas escolhas é o relacionamento que tenho com todas essas pessoas. Claro que gosto de trabalhar com pessoas boas naquilo que fazem, no sentido em que pegam nas minhas canções e acrescentam sempre algo sem receio de interpretarem à sua maneira, ou seja, não são meros executantes. Apesar deste não ser um disco de banda, é um disco que soa ao que soa, porque cada um dos intérpretes tem a sua própria linguagem, a sua própria personalidade. O Silas [Ferreira] é um companheiro de muitos anos e quando tive de escolher alguém para produzir o disco, sinceramente, na altura não tinha energia para ir à procura de alguém, que até poderia ser muito bom produtor, mas depois tinha de investir muito para criar um relacionamento com essa pessoa. Não tinha tempo para isso [risos]. Queria estar concentrado em escrever e sabia que o Silas, também pela cumplicidade que já temos de há muitos anos, não ia ter nenhum problema em dizer-me a verdade em relação às ideias, nem medo de arriscar. Sabia que ele ia trabalhar para as canções. Foi muito bom poder trabalhar com ele, aprendemos muita coisa e espero poder repetir no futuro. O Samuel Úria, a Selma Uamusse e o Manuel Palha são pessoas que admiro. Além da amizade muito próxima, principalmente com o Samuel e com a Selma, são músicos extraordinários. E pensei que dentro da lógica do disco fazia sentido ter pessoas com as quais tivesse uma ligação para lá da música. No tema com a Selma [“Falsa Partida”], por exemplo, apesar de haver um dueto, o que sobressai é a canção. Não é “Falsa Partida” com Selma Uamusse, “Terra Prometida” com Samuel Úria, eles são elementos da canção. Somos todos parte daquele universo. Isso só denota que são pessoas com uma humildade praticamente do mesmo tamanho do talento que lhes foi dado. O Manuel Palha é um dos músicos da minha geração que mais admiro, pela forma de tocar, de compor, pela musicalidade, pela linguagem que tem, acho-o um excelente guitarrista, com ideias sempre muito boas e achei que era a pessoa perfeita para tocar numa canção [“O Padeiro de Portalegre”] em que a única regra foi: «Faz o que quiseres, confio em ti!». Fizemos vários takes dessa canção e não há um igual. E não houve corta e cola, trabalhámos até chegar a um ponto em que o que lá estava era o que tinha de ser. Não fizemos batota. E quero destacar também o António Quintino, um dos melhores músicos que temos, e que assume o baixo neste disco, mas também os arranjos de cordas. Sabia que ele ia fazer um excelente trabalho e a verdade é que cada vez que oiço fico com muita vontade de um dia transpor aqueles arranjos para o palco tal como foi imaginado e concebido.

Houve muito trabalho de estúdio ou já levavas as canções perto de estarem fechadas?
As estruturas das canções e as letras estavam praticamente fechadas. Gravei as ideias em maquetes com o Silas, voz e guitarra e algumas ideias de ritmos, alguns teclados, mas antes de irmos para estúdio fizemos alguns ensaios com banda para percebermos como é que as canções ganhavam vida antes de gravar. Nesses ensaios, fomos mudando algumas coisas, houve também novas ideias que surgiram. E é assim que gosto de trabalhar. Apesar de não ser uma banda, quando nos juntamos gosto que soe a banda. Em quase tudo o que gravo há sempre espaço para que cada um possa trazer aquilo que tem de melhor. A secção rítmica foi gravada em simultâneo, porque queria mesmo aquela ligação íntima entre bateria e baixo, aquele noivado. Isso dá logo outra cor e carácter às canções quando vão para a fase das misturas. Tens canções como “Meus Olhos Descansam”, “Mesa Posta” e “Epílogo” que, excepção para as cordas deste último, foi tudo gravado ao mesmo tempo, algumas com toda a gente na mesma sala com contacto visual, sem click, e isso é uma interpretação quase sound verité. Há uma ou duas canções que têm mesmo muito pouca mistura, foi só afinar um pouco algumas agulhas e estragar um pouco o som. O piano do estúdio Vale de Lobos é um piano de cauda, muito cristalino e redondo e não era bem essa a estética que estávamos à procura para as canções e então estragámos um pouco o som do piano, até gravámos de janela aberta para haver algum ruído…

Saudades [de Os Pontos Negros] não tenho, porque não sinto grande nostalgia pelo que está para trás

Deixaste todas as questões técnicas para o Silas e o João Eleutério, ou também puseste as mãos na massa?
Não mexi em absolutamente nada [risos]. Estive lá sempre, mas o João e o Silas fazem aquilo muito bem e o meu trabalho foi mais de ajudá-los a encontrar os sons ou as dinâmicas certas, mesmo nas misturas. Oiço as coisas na minha cabeça, mesmo quando estou a compor, por isso o meu trabalho era, quando um tema não estava no sítio certo, tentar encontrar caminhos para lá chegar e soar da maneira que imaginei. Mas nunca meti as mãos nos faders.

Se tivesses de eleger um instrumento, efeito ou truque que tenha sido transversal ao disco, ou simplesmente curioso, o que escolherias?
Houve coisas muito engraçadas: no solo do tema “Meus Olhos Descansam”, gravámos oboés a passar por um Whammy [Digitech] antes de ir à mesa para podemos mexer nas oitavas do instrumento. É um instrumento acústico, de madeira, com um som muito característico e depois passa por um processador digital que muda o sinal e a oitava e dá-lhe um som que parece outra coisa qualquer. Quando estás a ouvir, nunca ouves o som de um oboé, é outra coisa qualquer. Na verdade, é um oboé a passar pelo Whammy e com uma oitava baixo. Em “O Padeiro de Portalegre”, a guitarra acústica está a passar por um gravador de cassetes dos antigos, aqueles pequeninos que os jornalistas usavam antigamente. Ligámos um microfone que depois passava num Space Echo e o som ganhou um corpo e uma personalidade muito difíceis de reproduzir de outra forma. As vozes são quase todas gravadas por um Strymon Deco, basicamente um Doubletracker que aumenta a saturação e tem o delay de fita. Nem era tanto o reverb, mas saturar a voz com aquele calorzinho da fita e com o delay de fita.

Esse efeito na voz sente-se logo mal o disco começa.
Sim, aquilo é mesmo para acordar [risos]. Há assim muitos pormenores… Fomos fazendo coisas assim desse género em termos técnicos. No “Falsa Partida”, nas partes mais ambientais, são os arranjos de cordas que tínhamos, mas cortados, invertidos e com efeitos. Reaproveitámos algumas coisas para brincar um pouco. E foi muito giro. No “Mesa Posta”, a última canção do disco, gravámos em modo live, com um harmónio antigo, a pedal, que é o Silas que toca, o Quintino no baixo e eu a tocar guitarra e a cantar, tudo ao mesmo tempo. Esse tema praticamente não precisou de mistura. Ficou como saiu.

Com esses truques todos, vai ser difícil transpor o som do disco para o palco, ou não?
Acho que vamos conseguir. Já fizemos vários ensaios para preparar os concertos e há uma característica impossível de fugir: este disco precisa de uma banda grande, especialmente para os temas mais rock, os mais musculados. E não há como ter esse músculo sem ter gente em palco. Neste momento, somos seis, bateria [David Pires], baixo [António Quintino], duas guitarras [Jónatas Pires e Bruno Mira], teclados [Joana Wagner Pinto], piano, MPC, sintetizador Prophet [Silas Ferreira], que traz uma cena quase new wave. O Bruno Mira [guitarra eléctrica e acústica] foi o único que convidei para tocar ao vivo que não participou nas gravações do disco. De resto, não temos as cordas, mas encontrámos outros arranjos. Nada vai ser disparado. Ao vivo, as canções têm de viver com o que conseguimos fazer e encontrámos outras formas de trazer alguns daqueles arranjos à vida. E apesar de não termos um melotron verdadeiro, temos um emulador muito bom, que vem substituir as cordas. Também é um som que adoro e é muito característico. Nada como ir ver e ouvir para se perceber do que estou a falar [risos].

Tantos anos depois do final de Os Pontos Negros, suponho que voltares a tocar com o teu irmão seja uma coisa especial.
Claro que sim! Há aquelas ligações que, depois de tantos anos a tocarmos juntos, há sempre qualquer coisa de instintivo, quase simbiótico na maneira como tocamos e o David é um baterista que me sabe ler bem. E eu a ele. Não posso dizer que vamos tocar sempre juntos em tudo na vida, mas é sempre especial tocar com ele, porque o David tem um talento extraordinário e, além de ser um excelente músico, é um baterista mesmo, mesmo muito bom e muito versátil. Por isso, o David é daqueles que, com ele, praticamente tudo é possível. É uma segurança enorme estarmos em palco com um baterista como o David.

Além dos convidados que já anunciaste, o que é que o público pode esperar da versão de “Terra Prometida” ao vivo?
Vamos buscar algumas coisas do meu repertório mais antigo, algumas canções de Os Pontos Negros, algumas de Tudo É Vaidade, mas com uma roupagem nova, um embrulho diferente, mais adequado ao som que esta banda consegue dar e estamos todos entusiasmados com as versões que estamos a fazer. E quem quiser matar um pouco de saudades de Os Pontos Negros, o melhor que tem a fazer é ir aos espectáculos.

E tu, tens saudades de Os Pontos Negros?
Há 3/4 de Os Pontos Negros que continuam juntos, nesta banda, e o Philip [Sousa] tem feito as cenas dele, tem agora uma banda nova. Diria que saudades não tenho, porque não tenho grande nostalgia pelo que está para trás, estou mesmo é cheio de vontade de pegar nestas canções e pô-las cá fora com o dobro da energia que tinha há uns anos. Porque agora também vamos com outra pica para o palco, porque não sabemos se poderá ser a última vez. É para dar tudo até ao fim. Sempre.

Vais passar a ter a tua carreira a solo como prioritária?
Não sei. É uma pergunta de resposta difícil. Tenho uma família grande e bebés não me faltam. Há muito tempo que ando a ser pai há pouco tempo. Tenho três filhos e o quarto nasce no Verão. Já consegues perceber porque é que o disco demorou tanto tempo a ser escrito [risos]. Como curiosidade, é o meu filho mais velho, o Estêvão, de cinco anos, quem canta no final de “O Padeiro de Portalegre”. É fixe eles começarem a crescer e conseguires fazer assim umas coisas com eles. Portanto, quero com isto dizer que há muito por onde me ocupar. Por um lado, era bom se tivesse tantas datas que tivesse de me dedicar a esta parte da minha carreira, mas gosto muito de tocar com o Samuel e, enquanto eu puder e ele quiser, não me importava de o fazer até ser velho. Acredito que seja conciliável, até porque já toco com o Samuel há mais de 10 anos e nessa altura já havia Os Pontos Negros e era perfeitamente conciliável, por isso, acho que não terei problemas em andar com este projecto para a frente.

Podes ouvir “Terra Prometida” no player que se segue. Com produção de Silas Ferreira, cúmplice de Jónatas Pires desde Os Pontos Negros, este novo disco contou com a supervisão técnica (e mistura) de João Eleutério nas sessões realizadas entre o Estúdio Vale de Lobos e o Tabaqueira Estúdio e masterização com assinatura de Nelson Carvalho.

Em termos de participações artísticas, destaque para Selma Uamusse (“Falsa Partida”), Samuel Úria (“Terra Prometida”) e Manuel Palha (“O Padeiro de Portalegre”), e ainda para o irmão de Jónatas, David Pires, que gravou as baterias, António Quintino, baixo e arranjos de cordas e Joana Wagner Pinto (piano).

Se quiseres ver e ouvir a versão ao vivo, o próximo concerto de Jónatas Pires está agendado para sexta-feira, 18 de Junho, no Auditório do CCOP, no Porto. Os bilhetes custam 10€ e estão disponíveis aqui.

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