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Jennifer Batten, Just Beat It…

Jennifer Batten, Just Beat It…

Nero

Quando Jennifer Batten nos falou da sua guitarra, técnica, de Michael Jackson e de Jeff Beck.

Em 2009, Jennifer Batten regressou a Lisboa. Ao Musicbox. Em 1992, estivera no antigo estádio de Alvalade, ao lado de Michael Jackson, na digressão de “Dangerous”. A manifestação do tempo acalmou extravagâncias [uma postura desenvolvida pela noção de showbiz], mas acentuou a criatividade e a espontaneidade.

Batten possui uma técnica divertida e explosiva, com uma sonoridade que acolhe o que conquistou pessoalmente, além de toques de Jeff Beck e mesmo daquele new jack swing, que se ouvia em trabalhos de Michael Jackson. Batten é um dos grandes nomes da guitarra eléctrica, pela sua capacidade de procurar novas soluções e posicionamentos ao instrumento, pela sua versatilidade e enorme talento.

WASHBURN JB-100
A Washburn já não a fabrica. O corpo é madeira de freixo, tem o Floyd Rose original, que é o que mantém melhor a afinação – tem pickup’s Seymour Duncan, os JB Jrs na ponte e os Duckbuckers (quando tinham a guitarra em linha de fabrico podias escolher se querias o modelo com estes pickup’s ou não). Tem os controlos normais de volume e tone e um switch de cinco posições, mas eu adicionei um switch de on/off”.

OS AUTÓGRAFOS | «Em 2008 toquei num tributo ao Les Paul e consegui o autógrafo; toquei no 70º aniversário do James Burton, em Louisiana e também consegui; o do Jimmy Page consegui quando ele apareceu no último concerto que fiz com o Jeff; tenho também o do John McLaughlin». Foto: Pedro Mendonça

Essa coisa do shred há apenas um tanto que tu consegues ouvir.

STRINGS DAMPER
O strings damper deixou de ser comercializado, portanto tive que o fazer eu mesma, porque queria e precisava de um. Podes abri-lo para libertar as cordas e os harmónicos ou fechá-lo sobre o braço – podes apertar ou desapertar para ajustar a posição no braço, mas quanto mais subido estiver melhor soará, normalmente mantenho no primeiro traste. Alguns guitarristas usam um elástico de cabelo sobre as cordas, mas não funciona muito bem, torna-se difícil de conseguir o som das cordas abertas, pois é necessário colocá-lo acima do pente. Assim funciona muito melhor. Comecei a usá-lo principalmente para tapping com ambas as mãos, pois com os dedos todos no braço silencia muito bem as cordas abertas, mas actualmente uso quase todo o tempo, pois mantém o som muito controlado e limpo [O strings damper está a ser distribuído por uma companhia texana, a AllParts. Podem verificar em www.allparts.com].

 PALHETAS
Havia o rumor de não usar palhetas, devido ao ruído que fazem nas cordas. Nunca deixei de usar palhetas, mas há certas coisas que toco, como o “Flight Of The Bumblebee”, que são sem palheta. Mas o Jeff é quem não usa palheta, eu uso metade do tempo, talvez um pouco mais.

Só queria um autógrafo, honestamente!

JEFF BECK
Só queria um autógrafo, honestamente! Dei-lhe o meu primeiro álbum e ele ligou uns meses mais tarde, a dizer que tivera, finalmente, a oportunidade de o ouvir e a convidar-me para fazermos um álbum. E, de facto, foi apenas cinco anos mais tarde que ligou de novo a dizer que tinha uma digressão agendada, a percorrer Itália. Então fiquei com ele durante três anos, dois discos… foi mágico! Inspirou-me imenso. Ouvi-lo em ambientes relaxados, às vezes a tocar guitarra enquanto via televisão ou mesmo nos ensaios, algumas das coisas que saem dali são simplesmente fenomenais, muito diferentes cada dia, conforme ele se sentia. Tudo isso me transportou para outro nível de criatividade.

MICHAEL JACKSON
Tive a sorte de ouvir falar nas audições. Não havia banda, a única coisa que nos disseram foi para tocarmos algum material funk para uma câmara de vídeo. Improvisei algumas coisas, comecei a solar e acabei com um solo em tapping e depois com o solo do “Beat It”, porque sabia que era isso que queriam [risos]. Alguns dias mais tarde recebi uma chamada a dizer que o Michael estava interessado e para ir ensaiar com a banda.