Quantcast
Quo Vadis, Marshall?

Quo Vadis, Marshall?

Nero
Skymusic 2

Em 2020, a Marshall Amplification apenas estreou produtos no segmento dos home speakers. O período temporal habitualmente reservado às novidades da Winter NAMM também não trouxe notícias em 2021. Sem sequer ponta de rumores, resta recapitular as últimas investidas da famosa marca britânica.

O que se passa com a Marshall? Certamente, principalmente os fãs da mais célebre marca de amplificadores, já colocaram esta questão. É certo que não houve NAMM 2021, pelo menos nos moldes normais, mas as marcas não se coibiram de revelar os seus catálogos e novidades para os próximos dozes meses. Todavia não surgiram notícias de Milton Keynes. Aliás, as últimas notícias que surgiram da fábrica da marca foram de que esta esteve temporariamente encerrada (após ter estado um tempo em serviços mínimos), devido ao infame Coronavírus. A pandemia continua a grassar, agora com uma há muito esperada e temida segunda vaga, de maior impacto.

Ainda assim, em 2020 a Marshall lançou algumas novidades. Caso do Uxbridge, o mais recente home speaker na gama Marshall Voice e foi desenvolvido em compatibilidade com a Amazon Alexa. Foi algo natural, considerando a forma galopante como a marca se estabeleceu neste segmento de mercado. A marca garante que a coluna foi desenhada para criar um som trovejante a partir da sua compacta armadura. A Uxbridge Voice tira vantagem de um desenvolvido conjunto de componentes para oferecer «agudos penetrantes e poderosos graves num som brilhantemente equilibrado». Na mesma tipologia de produtos, surgiu também o pequeno Emberton, um speaker Bluetooth (a coluna mais pequena de sempre da marca), para terem música sempre à disposição.

A marca lançou ainda uma glamorosa Jukebox, em parecia com a Sound Leisure. Ok, tudo porreiro, mas e novos cabeços ou colunas à séria? Pode especular-se que, além da COVID-19, a marca esteja também a reajustar-se aos problemas que vão derivar do Brexit, com alterações alfandegárias e tudo o mais, mas a verdade é que não há nem a mais leve sugestão do que se pode esperar da Marshall…

Resta-nos recordar que, nesta altura, a gama de produtos da marca está bastante interessante, com algo substancial para cada tipo de enquadramento. Desde gamas económicas às mais caras, a actualização dos DSL, o multi-canal JVM, algumas reedições vintage e assinaturas e a recente gama Origin, uma abordagem contemporânea ao som clássico da Marshall. Vamos lá ver as últimas novidades em destaque nos anos mais recentes.

Ainda em Dezembro de 2019, a Marshall juntou-se a Bernie Marsden para criar o amplificador 1959HWBM. Baseado no Plexi de 1978 modificado do antigo guitarrista dos Whitesnake, o 1959HWBM possui um deslumbrante revestimento em imitação de pele de cobra branca. As alterações neste amp singular incluem gain adicional nos canais Normal e High Treble, ajustes nos médios, para maior controlo destas frequências em volumes elevados, e ajustes no feedback global do cabeço, para maior “patada”.

MARSHALL STUDIO SERIES

MARSHALL STUDIO SERIES FULL RANGE

Também em 2019 chegou a Studio Series. Esta gama, com preços entre os 600 e os 900 paus foi a mais recente grande novidade da marca. Foi um dos anúncios mais badalados na Winter NAMM de 2019 (24 a 27 de Janeiro), a gama Marshall Studio, que reúne alguns dos mais substantivos amps da marca britânica em versões de 20 watts. Nomeadamente o Studio Classic (JCM800 2203), Studio Vintage (JMP 1959SLP) e Studio Jubilee (anteriormente, o Mini Jubilee). Construídos no Reino Unido, os amps estão disponíveis no formato cabeço ou combo. No caso dos combos, estão equipados com um altifalante 10” Celestion V-type. A potência pode ser alternada de 20 watts para 5 watts. Cada um dos três novos modelos inclui três válvulas ECC83 e duas EL34. Os controlos incluem Presence e 3-EQ (Bass, Middle e Treble).

Um ano antes, na NAMM 2018, chegou a aclamada gama Origin, um regresso da lendária marca britânica aos seus aclamados pressupostos básicos, com modelos valvulados single-channel, sem engenhocas e “digitalices”, tal como nas origens dos anos 50 e 60. O conceito é permitir aos músicos uma escolha simples: amps single channel com pureza sonora em alta ou baixa potência. Essa escolha é a principal característica dos novos amps, significando que se pode definir o quanto volume podem ter antes do limiar da distorção. O circuito inclui três válvulas ECC83 na secção pré-amp e um par de válvulas EL84 na secção de potência. O som que debitam é tipicamente britânico. Há ainda um FX Loop, se quiserem poluir o conceito de som puro com alguns pedais (quem nunca). Os controlos, além do EQ, são bem old school, com um controlo “tilt” nos dois tipos de som do pré-amp, Normal e High Treble.

Se quiserem recuar ainda mais no tempo, em 2015 a marca estreou os amps Astoria, reeditou o lendário Silver Jubilee 2555 e acrescentou um novo modelo à série Hand Wired (uma das gamas de topo, onde figuram, entre outros, os sucessores do Plexi, Master Volume, etc.): o 2245THW. Quanto a novidades… Resta esperar.

Enfrentamos tempos de incerteza e a imprensa não é excepção. Ainda mais a imprensa musical que, como tantos outros, vê o seu sector sofrer com a paralisação imposta pelas medidas de combate à pandemia. Uns são filhos e outros enteados. A AS não vai ter direito a um tostão dos infames 15 milhões de publicidade institucional. Também não nos sentimos confortáveis em pedir doações a quem nos lê. A forma de nos ajudarem é considerarem desbloquear os inibidores de publicidade no nosso website e, se gostam dos nossos conteúdos, comprarem um dos nossos exemplares impressos, através da nossa LOJA.