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Omar Rodriguez-Lopez sobre “Octahedron”

Omar Rodriguez-Lopez sobre “Octahedron”

Nero

Aquando do lançamento do 5º álbum de originais dos The Mars Volta, “Octahedron”, conversámos com Omar Rodriguez-Lopez, que foi agora alvo de duras críticas do seu parceiro Cedric Bixel-Zavala.

São famosas as tuas técnicas de produção pouco tradicionais, a tua composição musical virada para o sentimento e o teu gosto pelo improviso…Como misturas tudo isto quando estás a produzir um disco?
Quando estou a produzir um trabalho as coisas tornam-se mais fáceis. Relativamente à parte do improviso não existe muito a acontecer nesse campo e em relação à produção propriamente dita, a nível de volumes, panorâmicas, misturas e afins, é uma coisa muito da alma, muito orgânica…é algo dentro de mim, da percepção que vou tendo dos temas, que me leva a conduzir as coisas de determinada forma. Não sei bem explicar, é algo intenso e interior, muito emotivo.

Onde decorreram as sessões de gravação de “Octahedron”?
Gravámos no meu estúdio, em Nova Iorque, quando estava a viver lá. Usámos os setups standards… Usámos os 1073 como prés [prés de microfone 1073 da Neve],BF76 [compressores], entre outras coisas. Em relação a microfones, aí vou muito pelas escolhas clássicas, adoro SM57, os C12… A minha guitarra, por exemplo, foi captada com um SM57. Usámos uma parafernália de amplificadores vintage, muitos pedais, muitos efeitos… um rig de Pro Tools

Fizeram ponte entre o analógico e o digital…
Sim, sim, completamente. Gosto de ter a possibilidade de usar todas as cores que estão disponíveis neste momento da minha vida para produzir.

Algum truque de produção que possas partilhar connosco?
[Risos]… A minha opinião tem muito a ver com a performance que conseguimos tirar do músico, a envolvência que se cria, a intenção que se tem quando estamos a criar. Tem muito a ver com a relação e a interacção que surge naqueles momentos.  Felizmente estou rodeado de pessoas que acreditam em mim e na minha música, que têm confiança em mim e se deixam levar. Acho que isso é o mais importante e penso que é audível nos álbuns.

Foto: Vitor Barros