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Dune, A Criação do Som dos Colossais Vermes de Areia

Dune, A Criação do Som dos Colossais Vermes de Areia

Redacção

O blockbuster de ficção científica “Dune”, baseado no sumptuoso romance de Frank Herbert, tem vários encantos visuais e um tremendo design sónico. Membros da equipa de efeitos sonoros, encarregada pelo realizador Denis Villeneuve de criar todo o ambiente de Arrakis, revelaram como foi criado o som dos gargantuescos vermes de areia.

Numa entrevista com a WIRED, os membros da equipa de som de “Dune” Mark Mangini e Theo Green discutiram a sua abordagem à criação dos sons de Arrakis, o planeta fictício em que o épico de ficção científica tem lugar, e as criaturas que o habitam. Para criar o som de um verme de areia com mais de 30 metros pés a devorar uma debulhadora da especiaria melange, os engenheiros enfiaram um microfone dentro da boca de Mangini e gravaram o som dele a inalar vigorosamente.

Com o objectivo de criar um som “orgânico” e “acústico” que não fosse excessivamente digital e artificial, a equipa acrescentou uma série de sons processados de humanos e animais para criar o som da boca gigantesca do verme a abrir-se. Para produzir o som do movimento do verme, gravaram e manipularam «casca de árvore a ranger e galhos de vinhas a torcer».

Já numa conversa com a Popular Mechanics, Sandra Fox, uma das artistas Foley que trabalhou no filme, disse que a equipa que trabalha nos efeitos sonoros para as areias movediças do deserto gravou 15 materiais domésticos diferentes antes de se instalar numa mistura de sementes de chia e arroz. Fox declarou que o som produzido para recriar o sandwalk (o arrítmico caminhar que os protagonistas usam para atravessar tranquilamente o deserto sem alertar vermes de areia para a sua presença) foi o «som mais complicado» que alguma vez teve de fazer.

«Demora muito tempo a aprender a ‘andar no lugar’, como lhe chamamos. Quando executamos passos para uma personagem no ecrã, o microfone fica num ponto, por isso temos de caminhar num ponto em frente do microfone e fazer com que os nossos passos soem como se estivessem a mover-se como as personagens no ecrã», explica Fox, em artigo traduzido da MusicRadar. «Na verdade é o Foley Mixer que move o som no espaço, enquanto actuamos».