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Mini Amps, Mega Som

Mini Amps, Mega Som

Nero

De há uns anos a esta parte, os mini amps tornaram-se em algo que vai muito além de serem apenas ferramentas de treino. Deixamos uma selecção de autênticas bestazinhas valvuladas dentro de uma potência dos 5 aos 25 watts.

Amplificadores mais pequenos, no caso dos combos, significam altifalantes muito mais pequenos e, como tal, uma redução considerável da capacidade de suportar, mantendo definição, o excesso de gain ou graves. Se for uma cabeça, bom podem ligá-la, praticamente, à coluna que quiserem (verificar sempre a medida de impedância – ohms).

Ainda assim, um amp de 5, 10 ou 15 watts, não conseguirá dar a mesma resposta de potência de um cabeço de 100w. Mas podem usar, por exemplo, duas cabeças de 15w em simultâneo para duplicar a potência. De qualquer das formas, a maioria dos mini amps são quanto baste para muitos cenários de música ao vivo (pequenos pubs ou salas, até 100 pessoas, assim meio por alto).

Naturalmente, também, os amps mais pequenos usam componentes diferentes dos normais, os próprios circuitos são necessariamente diferentes, pois respondem a menos válvulas. Contudo, se é normal ver os músicos com stacks enormes em digressão (palcos gigantes precisam de mais “castanhada”), muitos preferem gravar com amps de menores dimensões, pois a menor potência permite mais facilmente o break da distorção do sinal, sem atingir um volume ensurdecedor. Eis alguns modelos em destaque nestas funções…

marshall haze 15Marshall Haze 15 // No imaginário de cada guitarrista estão perpetuados os stacks colossais de 100 e 50 watts da era dourada do rock, com o logo britânico. No entanto, com três válvulas ECC83 de pré-amp e duas 6V6 na secção de power amp, a Marshall criou uma cria fidedigna desses monstros. Dois canais (Normal e Overdrive) com controlos EQ tradicionais da marca e muita versatilidade de resposta de cada um dos dois canais. Imaginem que o Normal surge desde um som limpo padrão da marca até um crunch áspero e depois o Overdrive pega, a partir daí, até um high gain moderno. O MHZ15 combate a perda de definição internamente, através do controlo Bright, que acrescenta brilho ao som. Este amp oferece ainda uma pequena paleta de efeitos (delay, chorus e vibração, além do reverb), mas na verdade não acresce muito ao amp – será uma questão de gosto, certamente, mas sem os efeitos no circuito o amp poderia ser mais barato e o seu som já é bom o suficiente.

orange tiny terrorOrange Tiny Terror // Um dos primeiros mini amps da nova vaga a ser bem sucedido. Muitos guitarristas alcunham-no de “lancheira”. É um best seller capaz de explodir os ouvidos a um best seller literário como o insuportável José Rodrigues dos Santos. Ok, piada mega forçada, mas a ferocidade deste pequeno terrorista é para ser levada mesmo a sério. O Tiny Terror rivaliza (falamos a sério) com muitos amps de potência elevada e múltiplos estágios de gain. Com um som mega vintage e mega badass e os controlos mais simples que podem haver: Volume, Gain e Tone. A alternância de potência faz sentido, os 15 watts podem ser considerados um perigo público e mesmo em 7 watts… É um dos melhores amps construídos neste milénio!

fender-princeton65Fender 65 Princeton Reverb // Versatilidade e aquele som black face típico da marca, através de spring reverb. 15 watts de potência através de um altifalante de 10’’ Jensen Special Design. EQ de Treble e Bass e potenciómetros para Reverb, mais Speed e Intensity – no fundo, a falta de um EQ de Mid, é compensada pelo desenho que usarem na definição do reverb. Pode ser apenas uma sensação, mas o parâmetro de Intensity é, inclusivamente, capaz de colocar o som do amp mais “na frente”. Se tocarem blues, experimentem-no num ensaio e vão perceber a ideia. 15 watts de potência através de 3x 12AX7, 1x AT7, um par de 6V6 e uma rectifier 5AR4. É bem capaz de ser um dos mini amps no mercado mais utilizado em cenário de gravação, o seu som é um exemplo de dinâmica. O som limpo… bom, qualquer guitarrista que se preze sabe o que black face significa.

vox nightrainVox Night Train // As duas válvulas EL84, mais as duas 12AX7 de pré, dotam o pequeno amp daquela sonoridade típica da Vox, aqueles tons encorpados e quentes.. As saídas para colunas são uma de 8ohms e uma de 16ohms. Na modo Pentode das válvulas [15watts] o Night Train tem uma saturação perfeita, brilhante e rica em médios. A coloração de ganho tem uma resposta muito sensível e remove a necessidade de ter um controlo de presença, pois os controlos de médios e agudos bastam. O modo Triode é um paradoxo fantástico. Reduzindo a potência das válvulas para metade [7.5watts], o som ganha todo o cabedal que é típico da Vox. Ganha uma dinâmica de graves incrível – quase como se tivéssemos um Big Muff ligado – extremamente vintage, seco e com um excelente punch.boost aqui é extremamente espesso. Parece especialmente pensado para o recurso a afinações mais baixas. Aqui os sons limpos vão buscar um corpo mais jazz na sua sonoridade.

mesa boogie transatlanticMesaBoogie Transatlantic // Quando a Mesa deu por si, todas as marcas estavam com mini amps no mercado. Estava na altura de surgir um mini Boogie. É o mini amp high gain de eleição e, como é reputação da marca, o mais musculado. Dois canais com cinco modos de actuação diferentes – em cada canal pode escolher-se o tipo de pré-amp e depois definir a potência a partir de três opções: Single-Ended Class A (5w), Class A (15w) ou Dyna-Watt (25w). Como também sucede tantas vezes com a Mesa, é o mais complicado de se extrair o máximo da sua potencialidade, mas vale a pena a descoberta. E acreditem, se tocam death ou thrash metal e um Triple Rectifier é muito pesado para o vosso bolso, mais vale ter a sofisticação deste amp que alguns “marretas” de 50 ou 100 watts de outras marcas.

ibanez tube screamerIbanez Tube Screamer 15 // Usar o Tube Screamer para “excitar” a distorção de um amp não é propriamente uma novidade mas, se através de amps britânicos obtias um tipo de som (mais gain e robustez) e através de americanos outro (um som mais bluesy), a Ibanez procurou congregar o melhor dos dois mundos. O painel frontal consiste no Input, seguido dos parâmetros do Tube Screamer, um alternador ao próprio efeito e um boost, capaz de acrescentar 6 dB ao som. Depois os EQ de Treble e Bass, Volume e o switch de Power e Standby. Mega versátil com alternador de potência (5 ou 15 watts), Send/Return para FX Loop e saídas de coluna para todos os gosto (2 x 8 e 16 ohm e 1 x 4 ohm). 2 x 12AX7 no pré-amp e 2 x 6V6 no power. Deixa apenas a sensação de que está mais direccionado para aquele som de guitarra dos shredders, mas se essa é a vossa praia, então este é o amp para a “surfar”.