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(c) Inês Barrau

Parkway Drive em Lisboa: Celebração Explosiva, Mosh Frenético & a Guitarra Magistral de Jeff Ling

Review

Banda
10/10
Voz
8/10
Som
10/10
Ambiente
10/10
Overall
9.5/10
Carrion
Prey
Glitch
Sacred
Vice Grip
Boneyards
Sleepwalker
Cemetery Bloom
The Void
Wishing Wells
Dark Days
Idols and Anchors
Chronos
Darker Still
Bottom Feeder
Drum Solo
Crushed
Wild Eyes

Numa noite em que o fogo e a fúria falaram mais alto, os Parkway Drive celebraram vinte anos de carreira em Lisboa com uma prestação que mostrou que o poder do metal ao vivo continua aceso.

No Outono de 2025, os gigantes do metal australiano Parkway Drive lançaram-se numa épica digressão europeia de 20.º aniversário, que os trouxe de volta a Portugal para uma atuação única. A rota, que levou a banda numa invasão massiva de arenas por todo o continente, exibiu a produção mais ambiciosa da sua carreira, um espetáculo pensado ao milímetro, onde fogo, luz e som se fundiram com a fúria e a precisão que sempre definiram o quinteto de Byron Bay, embora a passagem por Portugal tenha apresentado uma versão ligeiramente adaptada e mais pequena. Com as lendas do deathcore Thy Art Is Murder e os titãs do pós-hardcore The Amity Affliction a assegurarem o peso da primeira parte, esta digressão confirmou-se como uma das maiores celebrações do metal contemporâneo em 2025 e uma viagem pela história de Parkway Drive e pela própria evolução do género, entre a brutalidade e a transcendência.

Lisboa foi assim sacudida na noite de 30 de outubro por um ataque sonoro de pura adrenalina. O Campo Pequeno transformou-se num campo de batalha tomado por fãs prontos para receber os Parkway Drive, nome de referência do metal pesado australiano, numa celebração de duas décadas de riffs implacáveis e intensidade máxima.

As hostilidades começaram com The Amity Affliction e em palco não deram tréguas. Entre riffs afiados e ritmos pesados, a banda aqueceu a plateia sem pedir licença. Metal sem concessões, puro e direto, a afirmar o domínio australiano na cena pesada, enquanto a arena ainda se compunha.

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Quando os Thy Art Is Murder subiram ao palco, não houve espaço para meias medidas. O início irreverente com “We Like To Party!” dos Vengaboys deixou claro que a diversão era apenas uma provocação antes da carnificina sonora. Com riffs e bateria esmagadores, cada música entrava na arena com os guturais a rasgar o ar com precisão cirúrgica.

Faixas como “Fur and Claw” e “Death Squad Anthem” misturaram técnica e agressividade, enquanto o público mergulhava no moshpit como um único organismo. Momentos mais melódicos, como “Slaves Beyond Death”, ofereciam breves respiros antes da intensidade regressar.

O final com “Puppet Master foi uma demonstração de força e coordenação: a banda dominava cada segundo, a multidão correspondia e a e a energia da sala atingia a velocidade de cruzeiro. Os Thy Art Is Murder provaram que o deathcore australiano é meticuloso, brutal e absolutamente imparável.

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Um público que não precisou de muito para fazer a festa estava já ao rubro, quando os Parkway Drive emergiram do meio da multidão e fizeram o semicírculo da arena do Campo Pequeno, passando pelo meio dos fãs. Desde o primeiro acorde de “Carrion” e “Prey”, a reação dos fãs foi esmagadora: braços erguidos, vozes afinadas e mosh para dar e vender. A banda não deixou passar em branco ao publicar nas redes: «Vocês colocaram a fasquia alta! Estes foram alguns dos melhores singalongs que já ouvimos.»

O início foi cru e direto: o quinteto em formato quase 360º, num pequeno palco quadrado, com apenas um fundo preto, sem grandes aparatos cénicos, só música, presença e proximidade com o público. A verdade é que poderíamos ter estado mais tempo neste registo, sem que nos importássemos. Mas os Parkway Drive já não são os putos surfistas que, sem ajuda de ninguém, saíram de Byron Bay para conquistar os palcos mais pesados do mundo.

Desde os primeiros minutos, percebemos que, apesar de todo o aparato, não iríamos conseguir deixar de nos focarmos em Jeff Ling.

Desde os primeiros minutos, percebemos que apesar de todo o aparato, não iríamos conseguir deixar de nos focar em Jeff Ling. Não querendo tirar mérito aos restantes elementos, no olho do furacão, estava Ling e a sua ESP. Cada solo, cada riff, caía com peso e precisão cirúrgica, comandando a banda e incendiando a plateia. O virtuosismo de Jeff não é apenas técnico, mas carregado de personalidade: riffs que feriam, melodias que perfuravam e presença com classe.

O espetáculo atingiu picos com “Sacred”, “Boneyards” e “Idols And Anchors”, quando Winston McCall desceu até ao público, abrindo espaço para o caos controlado do crowdsurfing e do mosh frenético.

A produção desta tour já se sabia colossal, mas ao vivo ultrapassou as expectativas: labaredas, muitas labaredas sincronizadas lambendo o palco, chuva artificial em “Wishing Wells”, um trio de cordas dramáticas a elevar temas como “Chronos” e “Darker Still”, bailarinos com movimentos ferozes, e a famosa bateria girando sobre si própria em chamas, em “Crushed”. Uma explosão de caos controlado que fazia o público prender a respiração a cada instante.

Confessamos que estávamos com algum receio de que fosse muita parra e pouca uva, que no meio de tanto aparato a execução musical, que é o que realmente importa, se perdesse. Mas o espetáculo está montado com bom gosto: as canções dominam, e tudo o resto funciona como adorno visual, impressionante, mas nunca a sobrepor-se ao poder do quinteto.

Nem sempre os vocais de Winston McCall convenceram, especialmente nas passagens mais melódicas, mas a sua presença de palco, carisma e guturais poderosos compensaram qualquer hesitação. Cada gesto, cada olhar e cada ataque vocal transmitiam intensidade e autoridade, puxando o público para dentro do espetáculo. A energia que emanava da sua performance contagiava os fãs, transformando cada refrão, cada breakdown, numa celebração coletiva. Mesmo quando a técnica vocal parecia vacilar, era impossível não ser arrebatado pelo impacto do conjunto: a banda estava em total sintonia, e a sua força sonora preenchia cada canto do Campo Pequeno, deixando claro que a experiência em palco transcende a perfeição vocal.

O final regressou ao mesmo formato inicial, minimalista e despido, com “Wild Eyes” a servir de despedida perfeita para uma catarse total. O público incansável ainda encontrou fôlego para entoar mais uma última sessão de coros. McCall garantiu que voltará a Portugal em breve, a promessa está feita e não será esquecida!

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