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Akua Naru tem hip hop, Akua Naru tem soul

Akua Naru tem hip hop, Akua Naru tem soul

Tiago da Bernarda
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Numa noite gélida, Akua Naru conseguiu aquecer a estação ferroviária do Rossio.

Subia as escadas rolantes para espaço aberto da estação ferroviária do Rossio, tornada sala do Mexefest,e já se ouvia entoar por Akua Naru, um nome pouco conhecido por cá, mas que conseguiu preencher a plateia de uma ponta a outra. A MC norte-americana subiu ao palco e logo do início puxou da cartola (na realidade era um chapéu de côco), grande influências do jazz e soul, graças também a uma banda carregada de sintetizadores e coristas.

«Amantes do hip hop, amantes do jazz, vamo-nos unir», sugeria enquanto punha o dedo no ar, esperando que os restantes acompanhassem. Sim, por vezes caía no genérico, especialmente quando puxava por maneirismos soul e um flow que se cruzava entre o de Lauryn Hill e Mary J. Blidge. Os pontos altos acabavam por ser os momentos esporádicos em que a artista deixava os membros da banda fazerem os respectivos solos.

Mesmo assim, num jeito spoken word, Akua Naru conseguiu acarinhar a plateia, que facilmente caiu nas suas boas graças, especialmente quanto interpretou a “How Does It Feel Now?”, uma possível perspectiva feminina ao “Untitled” de D’Angelo. Uma interpretação pessoal intimista e intimista que proporcionou um quentinho que perdurou até ao final da noite.