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Bons Sons’16: Os destaques do 2º dia

Bons Sons’16: Os destaques do 2º dia

2016-08-13, Cem Soldos, Tomar
Bernardo Carreiras
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A festa continuou na aldeia de Cem Soldos apesar do forte calor que se fez sentir. Cristina Branco e Deolinda foram os grandes destaques do 2º dia do festival.

As grandes temperaturas a rondar os quarenta graus levaram a uma corrida fora do normal aos borrifadores que se encontravam à venda na banca do merchandise. Por todo o lado havia jactos de água a voar e um público a tentar hidratar-se o máximo possível. Apesar da barreira meterológica, a animação não faltou num dos dias mais quentes do ano.

Fotos: Inês de Cachata Gonçalves

GRUTERA | Rondavam as cinco da tarde quando nos deslocávamos para o primeiro concerto do dia. Grutera, alter ego do jovem Guilherme Efe, apresenta-se em palco apenas com a sua guitarra.  À semelhança dos seus equivalentes como Filho da Mãe ou Tó Trips, também Grutera trata a guitarra por tu. O músico trouxe ao Palco Giacometti o seu mais recente trabalho “Sur lie”.  Apresentou-nos o espectáculo como sendo especial, não só pelo carinho que nutre pelo Bons Sons, mas também por ser o último concerto de uma temporada, uma vez que Guilherme vai fazer uma pausa indefinida ao projecto. Os destaques vão para “Deixa-me Ser”, “Se não ficares,volta” e “Eva”.

LAVOISIER | Também no Palco Giacometti tivemos outro dos grandes destaques do dia. Lavoisier é o projecto que une a voz de Patrícia Relvas à guitarra eléctrica de Roberto Afonso. Ao Bons Sons trouxeram a sua visão sobre a tradição e o canto do povo. O palco escolhido para este concerto não podia ter sido outro. A própria banda fez algumas referências a Giacometti, conhecido pela sua recolha etno-musical, bem como a Lopes Graça. Como este último dizia – «A música portuguesa é bela, difícil é reconhecê-la». E que bem que o Bons Sons a reconhece. Neste concerto tivemos uma verdadeira lição de como é possível dar uma roupagem nova ao que já existe há séculos. Os destaques vão para “Estátua”, poema de Judite Teixeira, “Romance de um Cego” e “Guerra”, canção dedicada a todos os bombeiros que combatem fogos por Portugal inteiro. Dos Lavoisier podemos esperar um álbum novo a sair no final de Outubro.

CRISTINA BRANCO | Já à noite, no palco Lopes-Graça, quem ganhou foi o fado! Cristina Branco trouxe-nos “Menina”, o 14º trabalho da cantora, com data de lançamento marcada para 16 de Setembro. Ainda meio nervosa, como a própria admitiu, começou o espectáculo com “A Meio do Caminho”, tema de Nuno Prata (ex-Ornatos). Com os nervos para trás das costas, Cristina envolveu-nos a todos na sua poderosa voz. Dos novos temas o destaque vai para a improvável colaboração de “Alvorada” que foi composta por Luís Severo. Dos temas já bem conhecidos destacamos “E às vezes dou por mim” e “Fado do Mal Passado”.

DEOLINDA | O final da festa ficou entregue aos Deolinda para delícia das faixas etárias mais elevadas que por ali paravam. Nesta edição do Bons Sons notou-se a forte aposta no fado e o fado corridinho e animado dos Deolinda foi a fórmula perfeita para colocar todo o largo de Cem Soldos a dançar. Novos e velhos, velhos e novos, tudo se junta, tudo canta e tudo dança e é aí que reside a verdadeira essência deste festival. De Ana Bacalhau ouvimos um «Finalmente! Finalmente viemos aqui!». Também os músicos que passam por ali sentem o peso e a responsabilidade de representar a música portuguesa na aldeia que mais valor lhe dá. Entre os quatro álbuns de estúdio tivemos direito a vários êxitos que pairam há alguns anos na nossa memória. Os destaques vão para “Fado Toninho”, “Avó Maria” (que foi dedicada a todas as avós de Cem Soldos” e a mais recente “Corzinha de Verão”. Para encore tivemos direito a um revival de “Fon Fon Fon”, um dos temas que apresentou Deolinda ao mundo.