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Bruce Springsteen

Wrecking Ball

Sony Music, 2012-03-06

Redacção

“A mostrar quem manda!”

Apesar de todas as qualidades que lhe reconheço, sempre tive uma ideia do Boss muito ligada ao “Born In The Usa” e sempre construi a noção de que só servia para promover os ténis All Star com a bandeira, que eu odiava, mas depois fiz 12 e as coisas mudaram na minha vida!

Depois da confissão, devo dizer que quase verdadeira, continuo a ouvir este último álbum e vejo o mesmo Bruce de sempre, o que está atento ao mundo e cumpre o seu dever cívico de dar música ao povo e alertas a quem manda no povo – esta característica humana agrada-me tanto quanto a participação de Tom Morello na faixa “Jack Of All Trades”. Mas não se resume a esses fatores, aliás, a grandeza do álbum passa pelo talento e dedicação musical, pelo timming das letras e de como 17 álbuns depois Springsteen continua atento e zeloso, e celebra com canções que serão gratificantes ao povo na mesma medida que incomodarão quem devia zelar por este, sem perder o sentido patriótico, nem apelativo.

É verdade que pode soar a impostor, mas na sua escala também lhe estrarão a ir ao bolso e só porque é mais profundo não quer dizer que não sinta, mas a questão responde-se a si mesmo, se fosse por isso. E claro que ver um artista pop quase virar para Alternativo pode parecer estranho, mas se fosse crise de meia-idade estou certo que ajudará a promover a igualdade e fraternidade da mesma maneira que a música que referi no inicio ajudou a fomentar a identidade e culto por esse país de Estados.

Por Joaquim Martins