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Buraka Som Sistema e a anti-diva

2014-07-11, Passeio Marítimo de Algés, Lisboa
Nero
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Actuação explosiva, atitude punk em beats electrónicos e… Blaya.

Duas coisas: pressentia-se que Buraka Som Sistema fosse novamente um catalisador de euforia no Alive e foram-no; pela segunda vez no palco principal, ficava por provar se seria um concerto tão arrasador como conseguiram há um par de anos no Heineken, não o conseguiram.

Isso não invalida, contudo, que os Buraka tenham sido uma das poucas excepções ao palco assassino que o espaço principal do Alive pode ser. Seja pelo som, tantas vezes prejudicado pelo vento ou pela crónica falta de volume, seja pelas dimensões de espaço e público que se conjugam, há poucas bandas que passem no palco principal do Alive e consigam tornar frenético o mar de gente, até à última “fila”. Os Buraka conseguiram-no.

Primeiro porque apostaram numa setlist em modo “best of” e depois porque a própria prestação da banda é sempre um furacão de ritmo e sensualidade, com o plus de Blaya, naturalmente. A anti-diva é uma das mais sensuais e ferozes figuras da cena nacional e internacional, o seu encanto físico rivaliza com o poder de baterias da banda no ritualismo agressivo dos Buraka. Actuação explosiva, com laivos de uma atitude punk em beats electrónicos ou na fusão digital/acústica dos drumkits.

É certo que estava menos gente que em Black Keys, mas quem estava entregou-se mais ao concerto e parecia demonstrar mais carinho e conhecimento por temas que começam a poder designar-se como clássicos, “Sound of Kuduro”, “Up All Night” ou “Kalemba” (com uma invasão de hot pants em palco, benditos sejam os Buraka). O novo álbum parece ainda precisar de air play e de palco.