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Capitão Fausto e a Navegação FX

Capitão Fausto e a Navegação FX

2015-07-09, Passeio Marítimo de Algés
Nero
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Os novos desafios e as dores de crescimento de uma banda deslumbrante.

Aquela banda que habitava «o universo luminoso e brincalhão do indie rock», em “Gazela”, já quase não existe. De facto, ao vivo, essa banda nunca existiu muito para lá do single “Verdade”. Ao vivo, os Capitão Fausto sempre se mostraram mais destemidos na descoberta de novas fronteiras sonoras. “Pesar O Sol” trouxe a afirmação do novo som e trouxe a banda numa expansão cada vez maior, o que foi francamente testemunhado num palco amplo como o Heineken.

Mas agora, há um novo desafio. A banda precisa de reformular a eficácia dos seus veículos de processamento. A devoção a pedais de efeitos pode criar um ciclo interminável de exploração sónica e enveredar por um caminho imaterial. Em suma, o som da banda esteve um pouco diluído, removendo expressão corpórea às canções, retirando definição e poder ao som. Mais confuso que grande.

Essa noção é mais clara quando se ouve a pujança da “Célebre Batalha do Formariz” ou a Carlos Santanesca “Santa Ana”, tema que revela a banda em maior zona de conforto rítmico e de improvisação, até pelos anos que vem surgindo nos concertos de Capitão Fausto. E é nesses momentos de circunvalação espiralar que a banda soa mais a si própria e menos às influências que tantos lhe atribuem. Dir-se-ia, portanto, que é preciso ainda mais estrada e mais um álbum ou dois. E optimizar os momentos de inundação de efeitos.

Numa setlist extensa, em que ficamos na dúvida se a banda foi acumulando cansaço ou hiper descontracção, para a AS foi um pecado não se ouvir a explosiva “Lameira”.

SETLIST

  • Ideias
    Verdade
    Supernova
    Zécid
    Prefiro Que Não Concordem
    Flores do Mal
    Pesar o Sol
    Maneiras Más
    Célebre Batalha de Formariz
    Santa Ana
    Nunca Faço Nem Metade