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Caspian, A Beleza de um Mar de Pedais

Caspian, A Beleza de um Mar de Pedais

2016-08-21, Hard Club, Porto
Nero
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Uma miríade de camadas de guitarras, em vagas de intensidade e beleza sucessivas, inundou o Amplifest 2016.

A extrema qualidade sonora da sala 1 do Hard Club, um elogio que repetimos ao longo dos reports do Amplifest 2016, até pelo que potenciou a experiência do festival. Uma experiência que roçou o espantoso no concerto de Caspian, no qual o som esteve perfeito, com um ataque demolidor, com uma enorme propagação ao longo da sala, soando enorme e bonito.

A banda navegou entre o shoegaze, o synth pop e a força plena de volume do post rock

As camadas de guitarras e efeitos, a sua coesão e, repita-se, beleza, fizeram o resto. O gigante Philip Jamieson, com um modelo custom Jazzmaster, foi pisando unidades de delay como o Strymon El Capistan, o clássico Line 6 DL4 (uma unidade presente na pedaleira dos três guitarristas) ou o Boss DD-7. A sua distorção era acrescida por um MXR M116 e nos leads somava-lhe o TC Electronic Spark Booster. Do lado direito, Calvin Joss, de Telecaster Thinline nas mãos, pisava os delays Boss DD-5 e um peculiar Akai Head Rush E2, além do referido DL4, unidades repetidas por Erin Burke-Moran. O guitarrista da Les Paul, com um “chão” mais similar ao do colega Calvin Joss, pisava ainda unidades como o Ibanez TS9, um Tube Screamer bem vintage, e dividia o seu sinal entre a amplificação de palco e a mesa, através de um emulador de válvulas Sansamp GT2 (possivelmente para os loops).

Essa beleza tornou arrebatadoras as estruturas “redondas” da banda de Massachusetts, fazendo extrapolar a força melódica das suas canções com um dinamismo avassalador. Sensações que foram repercutidas mesmo entre aqueles que torcem o nariz a cerca de duas décadas de post rock. Até porque os círculos compósitos da banda, transversando uma lógica de crescendos de intensidade sonora, foram tocando várias correntes estéticas: da força plena de uma parede de amplificadores “no prego” aos arpeggio sintetizados, quase synth pop.

No final de “Sycamore”, só com elementos percussivos, veio abaixo o que ainda restava de pé…

Foto | Vera Marmelo
[Galeria completa AQUI]

SETLIST

  • Darkfield
    Malacoda
    Ríoseco
    Gone in Bloom and Bough
    Arcs of Command
    Sycamore