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Electric Boys

Funk-O-Metal Carpet Ride

Vertigo, 1989-06-13

EM LOOP
  • Psychedelic Eyes
  • All Lips N’ Hips
  • Electrified
  • Funk-O-Metal Carpet Ride
Nero

Um excelente álbum, proveniente de uma era pós-Prince no hard rock. “Funk-O-Metal Carpet Ride”, o álbum de estreia dos Electric Boys, permanece cheio de vigor.

A estreia desta banda sueca cumpria todas as premissas dum álbum clássico de hard rock. “Funk-O-Metal Carpet Ride” possui grandes riffs, refrões orelhudos, muito swing e um quê de funk. Até certo ponto, “bué” Prince, mesmo! Contudo, não é funk rock como Red Hot Chili Peppers, mas muito dentro daquilo que os Extreme faziam ou até com aquele boogie dos próprios Aerosmith. Aliás, estas são as duas bandas que mais servem como referência se não conhecem os Electric Boys.

E é possível que não os conheçam. Porque esta banda teve um enorme problema (que tantas outra enfrentaram no início dos anos 90): o sitz im leben, a sua especificidade cronológica.

“Funk-O-Metal Carpet Ride”, permitiu reconhecimento europeu e um sucesso relativo nos Estados Unidos, tendo a banda acompanhado os Thunder em digressão. Depois o segundo disco, uma auto-produção, saiu em 1992 – em “Groovus Maximus” a banda abdicou de Bob Rock, que coordenou a reedição internacional de “Funk-O-Metal” (um ano mais tarde), acrescentando a sua produção em mais cinco canções. Ainda que tenham conseguido um bom disco, está muito longe do nível deste primeiro, salvando-se o single “Mary In The Mystery World”.

E depois os Electric Boys, como muitas outras bandas, sofreram com a sombra colossal de nomes como AC/DC, Aerosmith, Guns N’ Roses, Ozzy e Metallica, que dominavam nesta altura o espaço que o grunge deixava ao hard rock no mercado. Começou a haver uma mudança editorial nas grandes companhias discográficas e a banda, que ainda acompanhou os Mr. Big em digressão, acabou por ir desaparecendo. Lançando apenas “Freewheelin’ em 1994. Reformularam o line-up em 2009, mas os novos discos são pouco mais que exercícios de nostalgia.

Contudo, “Funk-O-Metal Carpet Ride” faz jus ao título. Provocante e melódico, carregado de balanço. Mais ainda a versão internacional, com uma produção exemplar de Bob Rock num disco que que tocava alguns aspectos do rock psicadélico dos anos 60, através do uso de cítaras e momentos atmosféricos.

O álbum abria com duas pedradas, “Psychedelic Eyes” e “All Lips N’ Hips”, mas era capaz de manter a audição cativa até ao seu final. Todo o disco é uma tempestade de Les Pauls, Stratocasters e Thunderbirds.

Como convém, a temática do álbum está dentro duma pose playmates e solos de guitarra, uma temática na qual o excesso era sensualidade – isto para quem considera um excesso dissertar sobre moças com saúde e milhões de solos de guitarra. E ainda que seja composto de alguns clichés genéricos e possua vários fillers (que lhe removem alguma solidez) a verdade é que este disco é um dos melhores lançamentos do género da década de 90 e passou quase despercebido a imensa gente. Para quem gosta do estilo, é obrigatório.