Quantcast

HellFest: Dia 02

2012-07-16, Clisson, Nantes, França
Redacção

No Mainstage 02, os Sacred Reich iniciam a sua actuação ao som da Imperial March (Star Wars), fazendo adivinhar o que seria um concerto cheio de energia. Independent, Love…Hate e Ignorance iniciaram da melhor forma, seguindo-se também Crimes Against Humanity e Who’s To Blame. O Thrash metal americano a mostrar a sua raça, com circle pits e headbanging constante na plateia. Segui-se um breve tributo a Black Sabbath com a War Pigs, acabando em grande estilo com o clássico Surf Nicaragua.

De seguida um banda da velha guarda, os Uriah Heep a iniciar o lado mais progressivo do festival. Visitaram em grande estilo o rock dos distantes anos setenta com músicas como Sunrise, Gypsy e July Morning. O vocalista Bernie Shaw indicou durante a actuação que poderiam ficar a tarde toda a tocar clássicos, visto já terem acima de 40 anos de carreira e mais de 20 álbuns lançados, mas que gostariam de tocar uma música do seu mais recente trabalho “Into the Wild”, lançado em 2011, o qual foi composto por todos os elementos presentes no palco, ao qual o público acedeu energicamente.

O seu histórico álbum “Demons and Wizards” de 1972 foi visitado da melhor forma com Traveller in Time e para finalizar Easy Livin’. Grande mestria instrumental e longevidade de respeitar.

No palco “Altar” os suecos Vomitory iniciavam a sua prestação. O som não esteve nas melhores condições, de início muito estridente, alto e pouco perceptível. Nada que impedisse a banda de debitar furiosamente o seu Death Metal, já com mais de 20 anos de estrada. Chaos Fury e Blood Rapture foram alguns dos temas que incendiaram a plateia.

De seguida um dos grandes nomes do metal americano, Sebastian Bach sobe ao palco ao som de uma das mais enérgicas músicas da sua banda de origem Skid Row, Slave To The Grind. Plateia ao rubro desde os primeiros acordes, a actuação foi um desfilar de clássicos da mesma, parecendo que estávamos de voltar ao final dos anos 80, inícios dos 90. Here I Am, Piece of Me, 18 and Life, Monkey Business e I Remember You algumas das seguintes músicas, uma actuação que passou a voar.

Apesar de na última música Youth Gone Wild já se notar algum desgaste na voz de Bach, portou-se muito bem durante toda a actuação, não comprometendo a energia e celebração da mesma, partilhada pelo público presente cantando a plenos pulmões.

Uma saltada ao palco “Valley” para ver os YOB, banda de Doom Metal com um forte toque psicadélico e uma pesada parede sonora, mostraram grande parte do seu último álbum “Atma”, lançado em 2011. Prepare the Ground, Adrift in the Ocean e Upon the Sight of the Other Shore foram as escolhidas, tocando ainda Burning the Altar.

Tendo preparado o terreno para os mestres seguintes, ainda no “Valley” eis que entram em cena os americanos Saint Vitus, referência do Doom Metal tocado à “antiga”, sendo uma das primeiras bandas do género pós-Black Sabbath. Começando a dar cartas no início dos anos 80, foi a partir de 1986 com “Born Too Late” que se juntou o considerado line-up clássico que se apresentou hoje (com a excepção do baterista original Armando Acosta, que faleceu há cerca de 2 anos). Vieram ao Hellfest apresentar e dar especial destaque ao seu último álbum de originais “Lillie: F-65”, editado há cerca de 2 meses, o primeiro em 22 anos a contar de novo com a voz inconfundível de Scott “Wino” Weinrich. Blessed Night, Let Them Fall e The Waste of Time foram algumas das escolhidas. Tendo sido este concerto na tenda mais pequena fez com que se tornasse especial a intimidade criada entre o público e a banda. Finalizaram com Look Behind You, Dying Inside e Born Too Late, para êxtase dos fãs presentes. Ainda com uma passagem pela improvisação “alucinada” do guitarrista Dave Chandler, o qual acabou o set no fosso perto das grades a “malhar” desenfreadamente na sua guitarra.

 

No palco “Temple” seguiram-se os Enslaved, que irão marcar presença em Portugal ainda este ano no Vagos Open Air. Ethica Odini e Raidho iniciaram da melhor forma o espectáculo, retirados do seu último trabalho discográfico “Axioma Ethica Odini”. Visitaram ainda Ruun de 2006 e tocaram também uma cover de Led Zeppelin Immigrant Song. A surpresa da noite estava guardada para o fim da actuação com Allfadr Odhinn retirado do seu EP de 1993 “Hordanes Land”, levando-nos a viajar aos primórdios do movimento Black Metal norueguês.

Ainda no “Valley” subiram ao palco os holandeses The Devil’s Blood. Com 5 anos de existência, 1 EP e 2 álbuns, esta banda tem vindo a ganhar adeptos e a crítica com o seu Occult Rock. A sua meteórica ascensão dentro do underground proporcionou a merecida honra de fechar a noite neste palco do Hellfest. Três guitarras, uma voz feminina, letras obscuras e muito sangue dão o mote para o início de uma viagem hipnótica, ritualista e transcendental. Uma coesão tremenda entre todos os músicos, destacamos The Madness of Serpents, do seu último álbum de originais “The Thousandfold Epicentre”, com paragens e passagens de guitarras suaves, onde a banda conseguia captar toda a atenção e energia do público presente. Terminaram o set com o excelente Christ or Cocaine do seu primeiro álbum.

Por Pedro Raimundo

 

Num recinto lamacento e húmido de uma noite de chuva sem tréguas, os canadianos Kobra and the Lotus sobem ao Main Stage 01 pelas 11:05. Esta banda de “melting” metal de enorme popularidade no Canadá era-me totalmente desconhecida, mas de facto fiquei surpreendida, especialmente pela presença e voz da vocalista Kobra Paige, ainda que as condições do som deixassem um pouco a desejar. De investigar esta banda de metal “fundido”, cujo primeiro álbum foi um enorme sucesso que lhes valeu variados concertos em festivais e espetáculos pelos vários cantos do mundo.

No palco ao lado, pelas 12:50 os belgas Channel Zero [com o português Rui Pinto como drum tech  rompiam o silêncio de 14 anos de paragem após a sua separação em 1997 com o novo e poderoso álbum “Feed’Em With A Brick” que como o nome indica é um pontapé nos dentes cheio de força e brutalidade.

De seguida no Main Stage one  os Crash Diet, a força da liderança do Sleaze Rock sueco, uma espécie de filho bastardo do glam metal dos anos 80 de arestas punk bastante evidenciadas, subia ao palco por quarenta minutos. Esta banda formada em 2000 trouxe temas de um imprevisível e perigoso rock n´roll inspirado em Skid Row, Guns n´Roses e KISS. Muito bom, por sinal!

Ainda no Sleaze/Glam, os Steel Panther iniciaram a sua prestação pelas 15:15 no mesmo palco. Chamam-lhe a melhor banda de Hollywood depois de Mötley Crüe, Guns n’ Roses e Poison. A verdade é que o seu álbum de estreia ganhou uma legião de fãns e o concerto destes “senhores” foi pejado de hits como Supersonic Sex Machine, Tomorrow Night, Asian Hooker, Just Like Tiger Woods, Gold-Digging Whore, Community Property, 17 Girls in a Row e Death to All But Metal.

Às 15:55 no Main Stage 02 subiam ao palco os embaixadores do trash metal da Bay Area. Gary Holt e a sua troop presenteou-nos um concerto cheio de peso com faixas como The Last Act of Defience, Piranha, And Then There Were None, A Lesson in Violence, Blacklist, a grandiosa Bonded by Blood, War Is My Shepherd, The Toxic Watlz e, a terminar, Strike of the Beast.

No mesmo palco e pelas 20:50h, Within Temptation, mestres da elegância e do melodrama sinfónico ofereceu-nos uma hora de temas retirados do seus mais recentes trabalhos como a Mother Maiden, Shot in the dark, In the Middle of the Night, Faster, Stand My Ground, Sinéad, What Have You Done e temas de álbuns mais antíguos como Ice Queen, Our Solemn Hour, Angels e Mother Earth.

Os Machine Head tocariam no palco ao lado pelas 22:10. Pela terceira vez no HellFest e com o sétimo álbum na bagagem Rob Flynn e companhia, num complexo e técnico concerto, tocaram temas como Imperium, Ten Ton Hammer, Beautiful Mourning, Old, Halo, Struck a Nerve, Descend The Shades of Night e Davidian numa hora de concerto que soube a pouco.

Às 23:30 o senhor Axl Rose sobe ao palco para mais um concerto. Lembram-se da queda que Axl deu em Alvalade em 1992? Pois é, em Clisson repetiu-se a façanha quando o vocalista caiu ao descer as escadas do palco enquanto cantava Sweet Child o’ Mine. Ao que parece o músico parece presentear os seus fãs inúmeras vezes com estas quedas maravilhosas. Aconteceu no HellFest e tinha já acontecido em Liverpool, Inglaterra e na Rússia. Estará a ficar velho e trôpego? Excluindo quedas, o vocalista ofereceu-nos duas horas de clássicos que,  mal ou bem, todos conhecemos como Chinese Democracy, Welcome to the Jungle, It’s So Easy, Mr. Brownstone, Rocket Queen, Estranged, Live and Let Die, You Could Be Mine, Sweet Child of Mine, November Rain, Don’t Cry, Civil War, Knockin’ On Heaven’s Door, Nightrain e Paradise City.

Por Sandra Gonçalves

 

SETLIST

  • THE DEVIL’S BLOOD
  • The Time of No Time
  • Evermore
  • She
  • The Thousandfold Epicentre
  • The Anti Kosmik Magick
  • Rake Your Nails Across the Firmament
  • Fire Burning
  • The Madness of Serpents
  • Christ or Cocaine
  •  
  • STEEL PANTHER
  • Supersonic Sex Machine
  • Tomorrow Night
  • Asian Hooker
  • Just Like Tiger Woods
  • Gold-Digging Whore
  • Community Property
  • 17 Girls in a Row
  • Death to All But Metal.
  •  
  • EXODUS
  • The Last Act of Defience
  • Piranha
  • And Then There Were None
  • A Lesson in Violence, Blacklist
  • Bonded by Blood
  • War Is My Shepherd
  • The Toxic Watlz
  • Strike of the Beast
  •  
  • WITHIN TEMPTATION
  • Mother Maiden
  • Shot in the dark
  • In the Middle of the Night
  • Faster
  • Our Solemn Hour
  • Stand My Ground
  • Sinéad
  • What Have You Done
  • Iron
    Angels
    See Who I Am 
    Where Is the Edge
    Mother Earth