Quantcast
Hinds conquistam o Musicbox

Hinds conquistam o Musicbox

2016-02-05, Musicbox
Bernardo Carreiras
7
  • 7
  • 8
  • 7
  • 7

As Hinds trouxeram o verão mais a cedo a Lisboa numa sala completamente lotada.

Ainda era cedo e já a rua cor de rosa via uma fila bem composta de fãs que ostentavam os mais variados cartazes alusivos à banda. Com o álbum novo na boca de todo o mundo e sala esgotada, todas as razões apontavam para um bom concerto da parte das madrilenas.

A primeira parte do espectáculo foi da responsabilidade do português Alek Rein cujo folk psicadélico não nos convenceu. O seu novo formato em palco resultou em canções sempre de um tom monótono com solos de guitarra em demasia que nos fizeram desejar que o concerto acabasse mais cedo. O projecto de Alexandre Rendeiro, conhecido pelo seu EP “Gemini”, ainda tem muito para crescer em palco, esperamos voltar a ouvi-lo noutra oportunidade.

Terminado o concerto de Alek Rein chegava a hora de as Hinds pisarem o palco. Assim que a banda entrou, apenas para montar os instrumentos, já a histeria por parte dos fãs começava. Depois de terem sofrido um acidente de automóvel (pneu furado) horas antes a caminho de Portugal e de terem quase cancelado o concerto, a banda entrou com toda a energia que já é habitual. Com uma enorme confiança transmitida pelo público, abriram com a poderosa “Warning with the Curling” seguida de “Trippy Gum”, canções que ficaram fora deste álbum.

Os problemas técnicos com o kit de bateria ao início deram lugar a uma breve interrupção do concerto,que foi encarada com humor abrindo espaço para um bonito cover do tema “Catamaran” dos Allah-Las, banda que também pisou o palco da última edição do Vodafone Paredes de Coura.

©ALIPIOPADILHA_87A6693

Resolvidos todos os problemas, era hora de voltar ao espectáculo desta feita com as músicas que compõem o álbum “Leave Me Alone”. De destacar a execução de “Chili Town” e do hit “Bamboo”, que teve direito ao refrão “And how could I show you without looking freaking mad that I am not always gonna be around” entoado em uníssono, deixando as vocalistas boquiabertas.  O concerto terminou com o single “Castigadas En El Granero” e a loucura implantou-se com moche de um público que implorava por mais uma música e gritava a altos pulmões “Davey Crocket”. O desejo foi cumprido pela banda que confessou ter abdicado do seu descanso da tour só para poder vir a Portugal. O encore, do tema originalmente composto por Thee HeadCoats, deu lugar a uma invasão de palco em massa.

©ALIPIOPADILHA_87A6628

A histeria por vezes desnecessária e abusiva por parte do público foi o pior aspecto deste concerto. A níveis técnicos,  comparando com os anteriores espectáculos no Vodafone Mexefest e Vodafone Paredes de Coura,  foi de longe o melhor que vimos até agora, muito provavelmente dado à confiança e experiência que já carregam depois do lançamento do álbum.

O público português parece gostar bastante das Hinds chegando por vezes a níveis poucos saudáveis (ouvia-se no meio da confusão “apanhei um cabelo delas!”, entoado em profundo êxtase por um elemento do público) e as quatro madrilenas estão sem dúvida “enamoradas” pelo nosso país, sendo que não será de certeza a última vez que teremos o privilégio de as ver por cá.

©ALIPIOPADILHA_87A6643

Fotos: Alipio Padilha