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Light Gun Fire, Supa Dupa

Light Gun Fire, Supa Dupa

2015-07-09, Passeio Marítimo de Algés
Nero
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Solidez de banda, personalidade no trilho da tradição. Aw right!

Os Light Gun Fire possuem pedigree, alma e charme para esbanjar. “Curado” por Pedro Tatanka e incubado nos Black Sheep, o groove da banda não demorará muito a atingir um estatuto de relevo. O que se pede é que mantenham o certo sentido mais rock n’ roll que agora apresentam e, amanhã, não o venham a trocar por maior airplay.

Será injusto promover destaques individuais num grupo tão sólido de músicos, de resto, quando uma banda usa sopros e não possui essa solidez, a desgraça fica mesmo a jeito. Mas ainda assim, o teclista Diogo Santos, com as mãos a destilarem soul para as teclas, e o guitarrista Rodrigo Indonésia, com uma peculiar Epiphone ES-339 (com Tatanka a confirmar-nos, durante a actuação, o tamanho mais compacto do corpo semi-hollow, que evoca “os anos Kalamazoo”), foram sublimes. Precisamente, sublimes. Sem excessos nos apontamentos e seguros a conduzir melodicamente o concerto ou a alternar os momentos solo entre ambos, como em “Running Home”, naquele cruzamento do crunch moderado de guitarra, a “eloquência” Rhodes ou as explosões Hammond.

É certo que o frontman Luís Grade Ferreira precisará de melhorar a pronunciação, mas ao mesmo tempo o accent latino dá aquele ar rufia aos temas, como quando Billy Gibbons diz «amigo». Um pormenor que não fere o enorme charme sonoro da banda ou o carisma vocal do cantor.