Quantcast
Lorde, Let’s Dance?

Lorde, Let’s Dance?

2018-06-07, NOS Primavera Sound, Porto
Inês Barrau
NOS Primavera Sound / Hugo Lima
8
  • 9
  • 9
  • 7
  • 8

Lorde quis fazer o Parque da Cidade dançar, mas só no momento final o conseguiu. Um concerto irrepreensível, mas demasiado espartilhado da nova princesa da Pop.

Amamos a Lorde, amamos “Melodroma”, amámos conhecer Ben Barter na NAAM, amámos o concerto de estreia,no nosso país, no Rock in Rio Lisboa. A expectativa estava altíssima para este que poderia ser um dos concertos do ano. Não foi. Foi morno e apenas competente até chegar à brutalíssima parte final.

Nesta tour, Lorde traz consigo um grupo de dançarinos, que enchem mais palco, e não incomodam, mas diríamos que tiram um pouco da imprevisibilidade, e até alguma espontaneidade a Lorde. E Ella consegue encher o palco sozinha, será que precisava de mais “companhia”? Assim, torna-se num espectáculo mais pensado, mais cronometrado, mais mecânico. Há algum mal nisso? Não, mas em relação ao concerto de 2014, Lorde mostra-se mais contida, menos excêntrica. Lorde é comunicativa, é querida para os fãs e mostra-se feliz por estar no Porto, «não tinha uma recepção destas há muito tempo.»

A cronometria do bailado tornou o concerto mais cerebral e coloca os músicos em segundo plano…

Com “Liability” chega o momento mais fofinho do primeiro dia, com Lorde a cantar sentada no palco junto ao público e com as luzinhas da praxe de milhares telemóveis a compor o cenário. Foi bonito. Com “Supercut”, e as batidas certeiras de Ben Barter, o concerto começa a subir o ritmo até atingir o clímax, que chegará no final, com “Green Light”. Segue-se “Royals” e o primeiro grande coro que se espalha pelo Parque, “Perfect Places”, “Team” e, como referido, “Green Light”, provavelmente o único momento do concerto em que a energia e a entrega constante das primeiras filas se espalharam encosta acima e a maioria fez uns moves mais efusivos.

Foi, talvez, o único momento em que Lorde se soltou a 100% e mostrou toda a irreverência a que nos habitou. Este final com “Green Light” provou a todos que Lorde já não é apenas a miúda do “Royals” e será, como Bowie previu, “o futuro” da música.

Nota: Não foi dado o acesso à Arte Sonora para fotografar o festival. Deixamos em baixo algumas fotos oficiais.

© Hugo Lima | hugolima.com | fb.me/hugolimaphotography | instagram.com/hugolimaphoto

SETLIST

  • Sober
    Homemade Dynamite
    Tennis Court
    Magnets
    Buzzcut Season
    400 Lux
    Ribs
    The Louvre
    Liability
    Sober II (Melodrama)
    Supercut
    Royals
    Perfect Places
    Team
    Green Light