Metz, Allez! Allez! Allez!

No Musicbox, os Metz somaram mais um concerto de extrema ferocidade no histórico da banda em Portugal.

Na boleia do recente álbum “Strange Peace”, os Metz forçaram os seus próprios limites no concerto no Musicbox, fazendo lembrar os tempos em que rebentavam com a Zé dos Bois e esquecer o concerto que deram no Rock In Rio 2016. Algo que Chris Sloach fez questão de assinalar, «estamos a divertir-nos muito mais que da última vez que cá estivemos», referiu o baixista a meio do set.

Tem sido referido algum abrandamento de intensidade dos Metz. Na relação entre o novo álbum e os seus dois antecessores, mas o concerto tratou de esclarecer que os canadianos ainda merecem o epíteto hardcore, mesmo que precedido de post. Com volume e ferocidade extremos, a banda não deu tréguas a quem esteve junto ao palco. Há um maior adoçamento no som da banda, uma certa canelura que está interposta entre a explosiva secção rítmica e a parede de amplificação – a definição harmónica da Jazzmaster de Alex Edkins (um modelo da década de 60, diz-se, com um braço custom), debitada pelo Twin Reverb transcendeu a barreira do volume, fazendo pairar melodia sobre a violência.

Em Lisboa a banda conseguiu superar um certo cinismo com que Albini prendeu os temas na produção do novo álbum e fê-lo como melhor sabe: a partir tudo.

De resto, os Metz não conseguirão repetir o impacto vulcânico da sua estreia, não seria possível, a não ser junto de novos ouvintes. Mas em Lisboa a banda conseguiu superar um certo cinismo com que Albini prendeu os temas na produção do álbum e fê-lo como melhor sabe: a partir tudo. O som esteve enorme, muito por culpa da batida gargantuesca de Hayden Menzies, mas “dentro” do primeiro arco da arquitectura da sala, a voz não se ouvia. Só nas proximidades do bar o som estava equilibrado e a distância não diluiu minimamente o volume.