Quantcast
7.5

Minta & The Brook Trout

Olympia

Optimus Discos, 2012-09-17

Hugo Tomé

Alguma da melhor e mais interessante música é assinada por artistas com talento natural para rasgar fronteiras, rebentando-as pelas costuras, dando-lhes novos horizontes em torno de uma linguagem universal. Artistas com projectos capazes de surpreender positivamente por uma sensação de empatia ao primeiro contacto, sensação essa que, para o mundo das relações humanas, define-se por química. Francisca Cortesão, ou se preferirem Minta & The Brook Trout (Mariana Ricardo, Manuel Dórdio e Nuno Pessoa), são um desses exemplos.

Como se não existisse um oceano a separar o velho continente do novo mundo, esta realidade e a outra realidade, este pensamento e o outro pensamento. Em “Olympia”, o tempo passa tranquilamente por uma gentileza acústica de raiz americana que se passeia por caminhos do folk, do country e uma pop suave. Canções limpas, notas que nascem em cordas delicadas, arranjos macios e a voz graciosa de Minta que se desdobra ora em ternura, ora em sedução.

Música que viaja por estradas de simplicidade como “Eggshells” e “Blood and Bones”, mergulha num poço de nostalgia como “Devil We Know” e “At Your Will”, e solta um suspiro de saudade como “Future Me” e “Family”. Um disco que comunica facilmente aos sentidos, despindo as emoções na sensibilidade de um espírito singelo, puro e inócuo.

De Portugal aos Estados Unidos. Da cidade ao country side. As fronteiras rasgam-se, as costuras rebentam e os horizontes traçam-se em torno de uma linguagem universal que surpreende positivamente por uma sensação de empatia ao primeiro contacto, sensação essa que para o mundo de Minta & The Brook Trout se define por “Olympia”.