Khalid: Cara de Miúdo, Trabalho Graúdo

A juventude de Khalid (20 anos), poderia indicar que o seu desempenho ao vivo ainda não se manifestasse de forma madura, mas o músico conjugou com destreza um espectáculo entre música e dança na sua estreia nos palcos portugueses.

O começo foi tremido, a voz não estava a atingir o potencial máximo apresentado nas versões de estúdio, mas, rapidamente, entrou na linha (neste caso no tom). O público vibrava desde o início. Os mais jovens subiam aos ombros dos amigos e levantavam as mãos entre as ondas músicas produzidas pela bateria, sintetizador e guitarra. A produção ao vivo, mais orgânica, entregou instrumentais mais cheios, mais densos e foi uma decisão acertada, porque o jovem poderia limitar-se a, simplesmente, trazer um DJ.

Não faltou movimento em palco. Além de ter dançado do início ao fim, veio ainda acompanhado por quatro bailarinas que se dividiam entre o espaço e partilhavam passos. O momento mais simbólico aconteceu sensivelmente a meio do concerto, quando o vocalista segurou a bandeira de Portugal, que apanhou entre o público, durante a performance de “Coaster”.

Nacionalismos à parte, o momento mais esperado chegou já na entrada para a parte final da setlist. “Young Dumb and Broke”, passa constantemente nas rádios e já acumula números significantes em streaming. Por todas estas razões, foi o resultado da maior vibração. A velha estratégia de guardar o melhor para o fim nunca falha. Espaço ainda para um solo de bateria. Nada de muito elaborado, não é necessário neste género, mas fica bem na pintura.

Wolf Alice: diabo no ombro esquerdo, anjo no ombro direito

Esta dicotomia ou balanço de personalidades foi a atracção principal na performance dos Wolf Alice no NOS Alive.

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Um olhar mais aproximado revela que os arranjos vocais foram adaptados para esta performance: os agudos e graves foram mais prolongados no final das faixas e existe uma clara determinação em exprimir mais emoção. Competente para a idade.