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8

Ozzy Osbourne

Scream

Sony Music, 2010-06-15

Nero

É inevitável não começar pela principal diferença deste trabalho com os seis anteriores, Gus G substituiu Zakk Wylde como guitarrista do “Prince Of Darkness”. Em termos gerais não se notam muitas diferenças, contudo nota-se que Gus G ainda não está “no ponto”, já se notam alguns índices de personalidade, mas o trabalho de guitarra ainda não é tão carismático como o que Zakk Wylde ou Randy Rhoads desenvolveram com Ozzy, para nem mencionar Jake E. Lee. Isto não significa que não seja um apreciador do jovem guitarrista grego, muito pelo contrário, de facto até já tive oportunidade de o ver duas ou três vezes com os Firewind, é um grande guitarrista.

Contudo a saída de Zakk Wylde permitiu um dos objectivos principais do produtor Kevin Churko – remover a especificidade do som que Wylde desenvolveu e que aproximava demasiado a sonoridade de Ozzy Osbourne aos Black Label Society. De facto, este álbum, ainda que tendo a inteligência de não desbaratar o som de trabalhos como “Down To Earth” e “Black Rain”, aproxima-se um pouco mais daquela atmosfera hard rock de “No More Tears” e “Ozzmosis”.

O que não foi possível manter foi a dimensão do trabalho de bateria, Tommy Clufetos faz um bom trabalho, sem dúvida, mas Mike Bordin dotava o som duma herança directa de Bill Ward e duma espontaneidade ou naturalidade maior – Clufetos parece mais brutal na abordagem, mas isso torna o álbum previsível por vezes.

Agora discussões, sobre valor de músicos, se há ou não muito processamento vocal [que há, mas mesmo quando tinha a voz nos píncaros essa foi sempre uma premissa nos álbuns a solo de Ozzy], à parte este é um disco com grandes temas como é hábito, enorme produção, músicas grandiosas, grandes riffs, baladas muito boas, algo em que os trabalhos a solo do vocalista original de Black Sabbath sempre se destacaram. Não é o melhor de Ozzy, isso também já não se espera nesta altura, mas mantém uma qualidade digna do “Padrinho do Heavy Metal”.