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Peter Gabriel

New Blood

EMI, 2011-10-10

EM LOOP
  • The Rhythm of the Heat
  • Downside Up
  • San Jacinto
Nero

O álbum onde Peter Gabriel revisitou a sua carreira através dos deslumbrantes arranjos orquestrais de John Metcalfe.

Em vez de assumir que Peter Gabriel estava com algum bloqueio criativo, preferimos pensar que está a pensar em mais um álbum de originais grandioso e assim, para não se ausentar muito do mercado nesta era de consumo imediato tem alimentado os ouvintes de uma forma mais descontraída. E na verdade, o músico britânico há muito que havia conquistado o direito a fazer o que bem lhe entendia.

E fê-lo. Primeiro o trabalho de covers e colaborações, depois este “sangue novo” nos seus clássicos, com os arranjos orquestrais, em vez de limitar-se a uma mera selecção e remasterização de uma colectânea em jeito best of. Naturalmente que a apreciação só se pode resumir a esse trabalho de adaptação e arranjos para orquestra a temas emblemáticos e poderosos.

E esse é um trabalho que acrescenta uma dinâmica necessariamente diferente, com uma nova sensibilidade, mas igualmente poderosa emocionalmente e agora também majestosa. Visto meramente através desses factores, este “New Blood” é um trabalho com méritos próprios, mas também não é muito surpreendente.

Afinal,  seria mais ou menos intuitivo perceber que temas como “The Rhythm of the Heat”, “San Jacinto”, ou “Downside Up” funcionariam plenamente com uma orquestra a elevá-los ainda mais.

No mesmo sentido, “Red Rain” ou o obrigatório “Solsbury Hill” não teriam uma nova pertinência tão significativa, por exemplo, excepto o último na sua versão ao vivo, onde o final era sobreposto, de modo épico, com a 9ª Sinfonia de Beethoven. Aliás, é justo dizer que tudo isto funcionava melhor ao vivo, como muitos puderam comprovar em 2012, no terceiro dia do SBSR.

No entanto, na sua grande maioria, a imediatez de arrastamento emocional dos temas arranjados faz-nos suspirar pelo stick bass de Tony Levin ou pelo engenho de revestimento electrónico que Gabriel sempre foi capaz de emrpestar às suas canções… “New Blood” viaja entre temas nesta indefinição, mas com certeza que Peter Gabriel se divertiu muito a fazê-lo. Afinal quem não gostaria de ter uma orquestra à disposição para brincar?