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Russian Circles + Deafheaven

2012-05-13, Musicbox, Lisboa
Redacção

Eram 22h15 e os Deafheaven abriam as hostes para uma casa ainda meia cheia, e foram aquecendo os presentes com o seu som abrasivo que mescla post-rock e black metal. Liderados por um front-men de espírito agressivo, tentavam tomar de assalto uma sala que foi abrindo lentamente os braços ao primeiro acto da noite. A mistura de sons é talvez  aquilo que mais distingue os Deafheaven, procuram criar várias camadas de som para deixarem explodir a voz áspera mas intensa do vocalista George Clarke. Tiveram contra si o facto do som das guitarras e baixo estar algo confuso e perdido pela sala, o que talvez fique a dever-se ao muito processamento de efeitos destes instrumentos, e ainda um som de bombo de bateria que muitas vezes era completamente abafado pelo volume do restante backline.

Sensivelmente uma hora depois do inicio do concerto dos Deafheaven, subiam ao palco os Russian Circles para apresentar o seu mais recente trabalho “Empros“. Já com a sala praticamente lotada surgiu “Carpe“, o primeiro tema trazido pelo trio de Chicago para iniciar o regresso a terras lusitanas. O seu set privilegiou as novas canções de “Empros“, e dessas foi “Mladek” quem mais brilhou. Os músicos foram ainda capazes de manter as músicas ligadas entre si, preenchendo os seus intervalos com loops e ecos que deixavam quem assistia na expectativa do que viria a seguir. O inevitável encore trouxe os americanos de volta ao palco e foi ao som de “Death Rides a Horse” que a banda se despediu de um Musicbox que encheu para os ver. Com um concerto tecnicamente perfeito, saltaram à vista as incursões vertiginosas do baterista Dave Turncrantz, os tappings quase arábicos do guitarrista Mike Sullivan e o som cru mas sólido do baixista Brian Cook.

Potente mas deliciosamente melódico. Assim foi o concerto dos Russian Circles em Lisboa.

Por Vasco Calheiros