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SBSR’2015 | DIA 18

SBSR’2015 | DIA 18

2015-07-18, Parque das Nações
Redacção
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O último dia da comemoração dos 20 anos do Super Bock Super Rock pede um balanço ao novo espaço que a acolheu.

Não fosse o som deficiente em alguns concertos, o balanço era bastante positivo, superando as nossas piores expectativas.Contudo, confessamos que vamos ter saudades do Meco… Segundo a organização 20 mil pessoas assistiram ao encerramento da edição de 2015 do SBSR.

Thunder & Co
No dia mais forte do SBSR, também os nomes portugueses em palco estiveram a dar tudo, a começar por Thunder & Co. Apesar do som da banda resultar melhor em ambientes fechados, também ali conseguiram conquistar uma boa plateia que os deve conhecer por “Apples”, tema que também trouxeram neste regresso do rock à cidade. Quem estivesse com disposição para passar um fim de tarde calmo, mas ritmado, tinha em Thunder & Co a melhor opção: “Noniceptor”, o álbum que lançaram este ano, lançou-nos para os ouvidos canções como “Fake It” ou “O.N.O.”, capazes de ser a companhia que afasta problemas, dá energia ao cérebro e liberta endorfina. Ver Galeria

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D’Alva
A avalanche de endorfinas veio com os D’Alva e a panóplia de cores de “Frescobol.” Alex e Ben apetrecharam-se dos sucessos que ganharam em “#batequebate”, misturaram com hits mundiais em medley e juntaram milhares no palco mais “pequeno” do SBSR 2015. Os D’Alva chegaram e era mesmo para conquistar: não deixaram nada ao acaso, dançaram, pediram para dançar e cantarolar e brincaram uns com os outros –  a melhor maneira de criar simpatia num público que foram conquistando música a música. Depois do primeiro bombom, com “Wannabe”, juntaram “Homologação” a sons que bem conhecemos dos The XX numa mistura magistral. Lançados os balões ao público estávamos certos de que a ligação entre o planeamento do espectáculo e a espontaneidade dos membros da banda era a cereja em cima do pop sujo que mostram ao vivo. Na recta final tornam as coisas mais agressivas, trazem “Barulho” (parte 1) e, sem Capicua, os membros da banda assumem o rap da parte 2 da música. Há crowd surfing e #LLS (Livre, Leve e Solto) para quase terminar o concerto com o tema mais pedido. Mas o fecho seria com a nostalgia de “3 Tempos”, ainda como Alex D’Alva Teixeira, que foi a primeira música da dupla Ben/Alex a ir para a rádio. Este foi o concerto de consagração de um dos projectos mais interessantes na música portuguesa actual. Ver Galeria.

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Crystal Fighters
Bandeiras enormes no ar. Energia a flutuar. Decoração ao pormenor. Ligação com a natureza. E muito peace and love. Foi assim que os Crystal Fighters se apresentaram na enorme MEO Arena que, mesmo assim, estava bem preenchida para receber os master minds do hit “Love Is All I Got”. Mas há muito mais desta banda lutadora que perdeu um elemento no ano passado, algo que os músicos nunca vão esquecer e que fazem questão de recordar nos concertos, sem medo de juntar a morte à celebração que é a actuação que fazem. Os instrumentos fazem, sem margem para dúvidas, o espectáculo rico, assim como o enorme cenário que joga bem com as luzes. As vozes ficam subjugadas, mas a harmonia dos dois elementos femininos com o vocalista principal é de registar. O público faz o resto, cantarolando sem parar os vários refrães de “You and I”, “LA Calling” ou “Plage”. Estivéssemos numa praia paradisíaca, sozinhos com os Crystal Fighters, numa festa à volta da fogueira com o sol a dizer adeus e a perfeição teria sido alcançada. Ver Galeria

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FFS
O recinto, desde do início da tarde, parecia um jardim andante, com os milhares de fãs de Florence a espalhar um colorido diferente dos outros dias. Este facto poderia antever uma tarefa árdua para a colaboração entre os Franz Ferdinand e os irmãos Mael entreter tanta flor. Quando chegámos ao Meo Arena, já o concerto tinha começado, [foi impossível não ver o concerto dos D’Alva até ao fim] e quando lá chegámos o ambiente era super divertido, confessamos que não estávamos à espera. Os Sparks não estão acabados ou a precisar de reforma e os Franz Ferdinand sempre deram bons concertos em Portugal. E foi exactamente com os single-hits dos FF que o público mais vibrou. Na mente do público ainda estão bem frescas as letras de “Do You Want To”, “Walk Away” ou “Take Me Out”. As vozes de Alex Kapranos e Russell Mael conjugam na perfeição e fizeram-nos esquecer que a máquina de Florence Welch estava pronta a carburar. Sim, há colaborações que funcionam. Ver galeria

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Florence and the Machine
Concertão! Som perfeito. Ambiente perfeito. Florence Welch é um anjo endiabrado. A sua voz é arrebatadora, a sua presença a de uma diva fera. Os Machine são uma máquina de produzir música, uma secção de metais e coros inesquecíveis  e uma bateria poderosíssima. Ao contrário de concertos nos dias anteriores, os novos temas como “
How Big, How Blue, How Beautiful”, “What kind of Man” ou “Ship to Wreck” não foram ofuscados por velhos hits. Um dos grandes concertos que vimos em 2015. (Não foi possível fotografar o concerto de Florence and the Machine. Foto de entrada: Super Bock Super Rock).

Por Tiago Varzim e Inês Lourenço