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SBSR’16: A doce melancolia dos The National

SBSR’16: A doce melancolia dos The National

2016-07-14, Meo Arena, Lisboa
Bernardo Carreiras
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Coube aos The National abrir o primeiro dia do Super Bock Super Rock como cabeças de cartaz. A felicidade de regressar ao nosso país foi complementada com três músicas novas e com os êxitos da já vasta discografia da banda.

Matt Berlinger e companhia não são nenhuma novidade por aqui. Contando  com este concerto, deram já o seu 13º espectáculo em Portugal. Embora a repetição, (que para uns pode já ser maçadora) a banda de Ohio consegue o feito de nos surpreender e de acrescentar algo de novo por cada vez que cá passa. Será provavelmente por isso que os The National se tornaram uma das bandas mais acarinhadas pelo povo português. Com dois anos de intervalo desde a última visita (Primavera Sound 2014), o conjunto mostrou-se preocupado em agradecer o apoio incondicional do público ao longo destes anos.

Com apenas alguns minutos de atraso e com a sala bem composta ouvíamos The Smiths (preparando-nos para a melancolia que aí vinha) a sair pelo sistema de som do Meo Arena, que sofreu alterações recentemente de forma a melhorar a sua acústica.

Da sua longa discografia, o conjunto apoiou-se mais em High Violet e Trouble Will Find Me, álbuns mais recentes.

Foi com duas das mais animadas canções do último álbum, “Trouble Will Find Me”, que os primeiros acordes de The National se fizeram soar.  “Don´t Swallow the Cap” e “I Should Live in the Salt” deram lugar a uma das novidades da noite. A potente “The Day I Die”, que a banda tem apresentado ultimamente, foi uma das novidades deste set, tal como “Can´t Find a Way” e “Find You”, também novos temas. Da sua longa discografia, o conjunto apoiou-se mais em High Violet e Trouble Will Find Me, álbuns mais recentes. No entanto houve The National para todos os gostos. Tivemos, por exemplo, “Mr. November” de “Alligator” (2005) ou a  imponente “Fake Empire” (“Boxer” 2007), provavelmente um dos maiores hinos de todos os tempos da banda.

Fosse qual fosse o tema o público mostrou-se sempre devoto. Portugal anda há muitos anos a aplaudir The National e essa fidelidade faz-se sentir. Muitos foram também os que cresceram com estes temas e agora os ouvem com uma nova perspectiva ou com um sentimento saudosista da juventude. Matt desculpou-se por ter demorado tanto tempo a voltar (relembre-se que tiveram cá há dois anos) e ainda congratulou Portugal pela vitória do Europeu, contribuindo ainda mais para a euforia presente. Foi com “Terrible Love” e “Vanderly Crybaby Geeks” que encerraram e proporcionaram um dos momentos mais bonitos do espectáculo. Tivemos Matt a ir para o meio do público, para total delírio dos fãs que o obrigaram a regressar ao palco a apertar a camisa e, no fim, um verdadeiro coro a capella para “Vanderly Crybaby Geeks”.

Foi de coração quente que o país recebeu novamente os The National para a já habitual catarse. Com “Perfect Day” de Lou Reed  para a despedida, nunca a melancolia nos pareceu tão doce.

Tivemos ainda tempo de espreitar o que o músico britânico Jamie XX fazia do outro lado e ficámos encantados. Jamie provou o porquê de ser um dos maiores nomes de momento na música electrónica com um set energético e com uma técnica que prova que não anda ali “a brincar aos dj’s.” Actuar em modo analógico em plena era digital pode ser um desafio, mas a verdade é que tem outro som e outra magia. Num Super Bock com o Super Rock a perder-se cada vez mais, o resto da noite foi entregue à dupla Disclosure, Bomba Estéreo e Dj Shadow.

Foto: Alex Oliveira

SETLIST

  • Don’t Swallow the Cap
    I Should Live in Salt
    Bloodbuzz Ohio
    The Day I Die
    Afraid of Everyone
    This Is the Last Time
    Find A Way
    Sea of Love
    Slow Show
    Pink Rabbits
    England
    Fake Empire
    Keep
    Mr. November
    Terrible Love
    Vanderlyle Crybaby Geeks