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In the Name of the Father, the SUNN and the Holy Ghost

In the Name of the Father, the SUNN and the Holy Ghost

2015-05-30, Motion, 74-78 Avon Street, BS2 0PX Bristol
Nero
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Poderoso. Opressivo. Aterrador. A imponência de mais de 120 dBs.

Durante uns 30 minutos “chove” dióxido de carbono. Uma neblina que se expande do palco para a sala. Depois surge o primeiro impacto. Estremecemos involuntariamente, pela força brutal do som. Um primeiro choque de cerca de 111 dBs. O corpo demora a ajustar-se ao volume extremo, emanado por um altar de amplificadores, mas quando passa a sensação de náusea, quando a vibração passa a dominar a própria caixa de ressonância humana criada pela estrutura óssea, começa a emergir uma sensação terapéutica. O ajuste ao esmagamento, à compressão violenta da caixa toráxica, cria o lento efeito de descompressão. O som a elevar-nos, a criar uma experiência psicossomática. A flutuação em notas puras de peso, volume e densidade.

A parede de amps de Sunn O))).

A parede de amps de Sunn O))).

MAXIMUM VOLUME YELDS MAXIMUM RESULTS

Como diz o moto do projecto criado por Greg Anderson e Stephen O’Malley, MAXIMUM VOLUME YELDS MAXIMUM RESULTS. Cenicamente imponentes e com o próprio Attila Csihar a presidir a um perturbador e fascinante ritual mais próximo da liturgia que do entretenimento, os Sunn O))) revelam-se como os leviatãs divinos de H.P. Lovencraft. Como Azathoth, Cthulhu, Ghatanothoa, Shub-Niggurath, Yog-Sothoth ou Nyarlathotep, a reverência à banda surge através da imponência, temor e opressão. Incrivelmente, conseguiram um concerto em crescendo de intensidade. Quando o húngaro surgiu com o manto espelhado, o deslumbre visual contrastou com a dormência auditiva (nesta altura entre os 120/130 dBs) após as cerca de duas horas de subjugação.

sunn attila

Attila

Há relatos de gente que saiu a meio com o nariz a sangrar e, como sempre, com os órgãos retorcidos em náuseas intensas. O mito continua.