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Tara Perdida

Luto

Sony Music, 2015-06-22

EM LOOP
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    Vem Daí
    Lista Negra
Ines barrau

Contam-se pelos dedos das mãos quantas são as bandas que conseguem sobreviver à perda do seu vocalista e seguir em frente com louvor. Sendo impossível não mencionar o carismático João Ribas, que nos deixou em 2014, os Tara Perdida decidiram seguir o seu percurso e homenagear aquele que foi um dos maiores vultos da cena punk rock nacional. Segundo a própria banda, o título “Luto” tem duplo significado. Um é perfeitamente óbvio e o outro surge como um conjugação do verbo “Lutar”. O luto mantém-se e a luta continua de cabeça erguida, a banda renova-se. Agora com Tiago Afonso, dos Easyway, na voz.

Um disco mais introspectivo, a puxar aos sentimentos e emoções, mas também o que seria de esperar, dada a situação?

De início soa estranho, mas depois entranha-se a substituição tão bem preparada. Ribas tinha uma voz e timbre carismáticos e essa é a estranheza, a dissociação dessa voz com a sonoridade dos Tara Perdida, mas tema a tema vai-se percebendo que a sonoridade de “Luto” em nada altera o que foram os últimos registos do grupo e que Tiago Afonso cumpre bem o seu papel. Sonoramente é mesmo bem próximo ao que foi feito no antecessor “Dono do Mundo”, de 2013, com as idiossincrasias da banda e uma especial preocupação de atingir as massas. “Luto” é mais introspectivo, a puxar aos sentimentos e emoções, mas também o que seria de esperar, dada a situação?

Apesar do peso emocional, nem toda a carga do disco é negra. Existe também a parte luminosa por detrás das nuvens cerradas, um novo renascimento dos Tara Perdida. “Luto” é o disco de motivação, de celebração da vida, dos bons e dos maus momentos. João Ribas decerto aprovaria.